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Nordestinas
  • 08/11/2019 07h29

    Em momento de protagonismo do MDB, Simone Tebet fala que governo vai ter que fazer escolhas, confirma relatores e faz discurso em defesa de democracia

    Tebet teve dia de muito trabalho nessa quinta-feira, de novembro
    Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

    Simone Tebet é presidente da CCJ do Senado

    (Publicada originalmente às 18h 50 do dia 07/11/2019) 

    (Brasília-DF, 08/11/2019)  O MDB retoma um protagonismo notório no jogo político nacional a partir do Senado com a chegada do “Plano mais Brasil” pela chamada Câmara Alta. Os  líderes governistas são do partido – senador Fernando Bezerra Coelho(MDB-PE) e Eduardo Gomes(MDB-TO). A senadora Simone Tebet(MDB-MS), presidente da Comissão de Constituição e Justiça(CCJ),  que vai comandar boa parte das discussões sobre o plano, cumpriu um dia de trabalho legislativo e político  de destaque nesta quinta-feira,7. 

    Ela falou ao brodcast político do “Estadão” afirmando que que o governo vai ter de escolher entre aprovar a PEC emergencial este ano com alterações ou deixar para 2020 insistindo no conteúdo proposto pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

    Ela também confirmou os relatores das PEC do “Plano mais Brasil”. O senador Otto Alencar (PSD-BA), vai tocar a “PEC dos Fundos”, o senador Márcio Bittar (MDB-AC)  fica com a  “PEC do  Pacto Federativo”, e o senador Oriovisto(Podemos-PR)  vai ficar com a   “PEC Emergencial”. 

    Tebet fez também um discurso destacado sobre a democracia no dia do aniversário de seu falecido pai, o senador Ramez Tebet(MDB-MS).

    DISCURSO

    Num discurso emocionado realizado nesta quinta-feira, 07, da tribuna do plenário do Senado Federal, lembrando o legado do pai – o ex-presidente do Congresso Nacional, Ramez Tebet, já falecido – a senadora Simone Tebet (MDB-MS) destacou que só com a defesa da democracia e das instituições será possível promover o avanço e o crescimento do Brasil.

    Simone Tebet lamentou a situação de extrema polarização em que o país se encontra atualmente, em que qualquer discussão política resulta num acirramento de ânimos transformando o embate político em ataques pessoais e xingamentos proferidos pelas várias redes sociais que interligam as pessoas.

    “Ocupo hoje esta tribuna, porque hoje, dia 7 de novembro, é o dia do aniversário do meu pai, o ex-senador Ramez Tebet. É muito difícil para todos nós que, como eu, já vimos nossos pais em despedida falar deles conjugando o verbo no tempo pretérito, no tempo passado. Por isso, para mim, meu pai não fez, ou não faria, mas faz hoje 83 anos de idade, vivo, não só na minha memória, mas também na minha saudade”, iniciou.

    “Ocupando esta tribuna, coisa que nunca fiz em nenhum dia desde os primeiros dias em que aqui estive, o que me chamou mais atenção, de todos os adjetivos [elogiosos em homenagem ao meu pai], foi o que talvez seja o mais fundamental e necessário neste país e que eu resumo no termo conciliação. O Senador Ramez Tebet é um pacificador, é um homem de conciliação. Nunca o Brasil precisou tanto que essa palavra dita seja transformada em ação”, complementou.

    “Digo isso neste momento em que vemos o país e o Congresso Nacional se atacando mutuamente. Os ataques não são mais apenas verbais, não são mais os ataques no campo das ideias ou os ataques no campo ideológico. São ataques pessoais e verbais nas redes sociais e até mesmos físicos nos gabinetes, nos corredores e nos plenários dos parlamentos brasileiros. São palavras ditas que não condizem com o decoro e até com a boa educação não só de um homem público que foi eleito para servir o povo e para representá-lo, mas de quem quer que seja”, lamentou.

    Diálogo

    Simone Tebet reforçou que neste momento “difícil” do país, “temos que resolver os nossos problemas e temos, ainda, que conversar e dialogar para que possamos entrar num amplo consenso, numa ampla conciliação, para que possamos, a partir daí, retomar para uma agenda propositiva para o país”.

    “Hoje, eu utilizo estas breves palavras, não para lembrar a figura de meu pai, mas para lembrar o exemplo de homens públicos que citei aqui entre tantos como o Dr. Ulysses Guimarães, porque hoje há uma lacuna, há um eco neste plenário, há um eco nos corredores do Congresso Nacional, há um eco nos gabinetes que precisa ser preenchido por todos nós. Das palavras daqueles que emprestaram as suas vidas pelo Brasil e pelos brasileiros, que possamos transformar essas palavras em ação”, observou.

    “Vamos deixar as nossas diferenças de lado. Vamos partir para a ação antes que seja tarde demais. Quero lembrar que, numa democracia – e esta é a beleza da democracia – nós podemos, discordar de absolutamente tudo que alguém diz ou pensa, mas [temos que] defender até a morte o direito [deste alguém] de dizer. É essa a beleza da democracia”, pediu a senadora.

    Tempos atuais

    Aparteada pelo líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), Tebet ouviu do senador pernambucano que infelizmente nos tempos atuais as disputas e os embates políticos e ideológicos se tornaram sinônimos de agressões. Ele conta que quando chegou ao Congresso Nacional participava de muitas discussões, mas nenhuma descambando para as agressões e os ataques.

    “Quero inicialmente parabenizá-la pelo pronunciamento em que, na sua condição de filha, presta essa homenagem ao ex-Senador Ramez Tebet. Quero aqui me associar a essa homenagem também. Não tive oportunidade de conviver diretamente com ele, porque, à época em que ele era aqui senador, eu era deputado federal, e as duas Casas não tinham como não têm uma grande comunicação”, iniciou o petista.

    “E, na condição também de alguém que já perdeu o pai, eu entendo o sentimento de Vossa Excelência. Reconheço aqui o político que foi Ramez Tebet e as suas características, particularmente essa em que resgata com muita propriedade, observando o que acontece hoje no nosso parlamento. Hoje fazia uma reunião com os meus assessores para conversar um pouco, inclusive sobre notícias falsas, redes sociais, ataques que todos nós já sofremos – eu, no momento, sou uma das bolas da vez – e eu lembrava que o nível, infelizmente, do Parlamento piorou muito”, lembrou Costa.

    “Eu fui deputado numa época em que eram parlamentares – eu vou falar só dos que eram contra a minha opinião, contra a minha posição – Luís Eduardo Magalhães, Gerson Peres, Inocêncio Oliveira, o próprio Aécio Neves, Marconi Perillo. E nós tínhamos um nível de debate. Naquela época, apesar das inúmeras e enormes divergências, existia respeito, cordialidade, entendimento de que o parlamento é um espaço de disputa, mas também é um espaço de entendimento, de compreensão. Hoje, infelizmente, isso não acontece”, completou o líder do PT.

    (por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr)

     


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