( Publicada originalmente às 17h 37 do dia 07/11/2019) 

(Brasília-DF, 08/11/2019) O senador Jean Paul Prates (PT-RN) criticou nesta quinta-feira, 7, a iniciativa do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em querer privatizar a Eletrobras. Segundo ele, a estatal é “holding de todas as holdings da eletricidade brasileira”. Privatizá-la é um “tremendo golpe no setor elétrico nacional”.

O petista potiguar lamenta que a decisão do governo federal vai na contramão de países como os Estados Unidos da América (EUA), que mantém empresas deste setor sob o controle governamental daquele país. “Não é à toa que nos Estados Unidos [essas empresas como a Eletrobras] são consideradas ativos estratégicos, sendo em alguns casos coordenadas e geridas pelo Exército norteamericano”, comentou.

“Essa privatização, além do absurdo energético, além do absurdo hidráulico, é absurda pela forma como está sendo feita, sem discussão nenhuma, via mercado financeiro, automaticamente fazendo com que todas as subsidiárias sejam vendidas. É um tremendo golpe no setor elétrico nacional. As hidrelétricas de grande porte são ativos estratégicos para um país”, complementou.

Visão do Governo

Entretanto, o ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque assinalou que a privatização encaminhada pelo governo é necessária para que empresa continue a operar com “capacidade de investimento” para atuar no setor. Para efetivar a privatização, o governo encaminhou na última terça-feira, 05, um Projeto de Lei (PL) que autoriza o governo a vender parte de suas ações.

O objetivo da proposta, segundo Albuquerque, é fazer com que o governo continue sendo controlador da empresa mesmo não mantendo mais a maioria das ações. A ideia do governo é possuir cerca de 40% do controle acionário, tendo como demais sócios acionistas minoritários. O ministro esclarece que a maioria das ações serão pulverizadas na Bolsa de Valores não permitindo que um único acionista possua mais de 10% das ações.

Bento Albuquerque é minsitro das Minas e Energia 

“O presidente [Bolsonaro] conhece. Sabe da importância dela para o setor energético. A Eletrobras é uma empresa importantíssima e que tem um papel importante a desempenhar no mercado de energia no Brasil. O fato é que ela perdeu a capacidade de investimento. Desde 2.014 não participa de nenhum leilão de energia porque não tem recursos e está perdendo a sua participação no mercado. O que nós queremos é uma empresa competitiva, uma empresa que possa cumprir um importante papel para a segurança energética do país”, disse o ministro.

(por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr)