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Nordestinas
  • 07/11/2019 07h30

    CESSÃO ONEROSA: “É um desastre amplo, geral e irrestrito”, afirma José Guimarães sobre resultado do leilão do Pré-Sal que dará apenas R$ 2 bi para estados e municípios

    De acordo com o vice-líder do PT e da minoria, resultado do leilão em que governo esperava arrecadar no mínimo R$ 106 bilhões mostra que o “desmonte que estão fazendo não está segurança para os investidores”
    Foto: Liderança do PT

    José Guimarães criticou resultado do leilão do pré-sal

    ( Publicada originalmente às 21h 35 do dia 06/11/2019) 

    (Brasília-DF, 07/11/2019) O vice-líder do PT e da minoria, deputado José Guimarães (CE), afirmou nesta quarta-feira, 6, que o resultado do leilão do Pré-Sal foi “um desastre amplo, geral e irrestrito”. Ele comentou sobre a perspectiva que os governistas esperavam arrecadar, no mínimo, R$ 106 bilhões com a venda de áreas excedentes de gás e petróleo do Pré-Sal.

    O leilão realizado no final da manhã desta quarta-feira, na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, proporcionou uma venda de R$ 69,9 bilhões das novas áreas petrolíferas que começarão a ser exploradas. Adquiriram as reservas a Petrobras e as empresas estatais da China CNDOC e CNOOC. Com isso, a parte que será destinada aos 27 estados e aos 5.570 municípios espalhados pelo país será de R$ 2 bilhões, aproximadamente. Sendo R$ 1 bi para as receitas dos governos estaduais e outro R$ 1 bi para as prefeituras.

    “Só para acrescentar, o que é que acontece? O Pré-Sal foi leiloado, veja bem, além do que os líderes falaram, tem um outro elemento que agrava a crise do governo [Bolsonaro]. É o resultado do leilão do Pré-Sal. Gente, sabe qual é o resultado? Dos 11 bilhões previstos para os estados ficou R$ 1 bilhão. E os governadores já estão completamente revoltados porque se programaram e não vai ter os recursos”, informou o petista cearense em entrevista que os líderes oposicionistas concederam para criticar as propostas apresentadas pelo presidente intituladas de “Plano mais Brasil”.

    “O leilão foi um desastre completo. Dos R$ 106 bi, apenas R$ 70 bilhões [foram arrecadados]. Não teve nem concorrência porque não teve quem se interessasse. O que é no mínimo muito estranho. Só a Petrobras e [empresas petrolíferas da] China que pegaram. Dos R$ 70 bi, a Petrobras ficou com 90%. Então é o desmonte. E o que é pior, o desmonte que eles estão fazendo do Estado não está dando segurança para os investidores virem ao Brasil e confiarem no governo. É um desastre amplo, geral e irrestrito. Por isso que a obstrução tem que ser ampla, geral e irrestrita neste pacote da desigualdade”, complementou José Guimarães.

    Dos males, o menor

    Por outro lado, a líder da minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), pormenorizou a situação. Ela lembrou que pelo menos as novas reservas do Pré-Sal ficaram em sua maioria nas mãos da estatal brasileira, Petrobras. Visto que o lucro dessas áreas está previsto em alcançar as cifras de R$ 3,6 trilhões, conforme estudo divulgado pela Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet).

    “É bom dizer que esse leilão ia lucrar 1/6 do que poderia. É um escândalo esse leilão. Eles iam doar áreas completamente exploradas e pesquisadas pela Petrobras. Mas esse é um outro debate. Depois a gente faz”, lamentou Feghali.

    “Considero que o leilão não deveria ser realizado. [Isso] acelera o ciclo extrativo e primário exportador, do tipo colonial, do petróleo cru do Brasil. Os critérios [adotados pelo governo] prejudicam o interesse nacional porque não retém a renda petrolífera corrente e potencial, prioriza o pagamento do bônus de assinatura que é a antecipação descontada da renda petrolífera futura. [Mas o resultado foi o] menos pior [que poderia ser]”, completou o presidente da Aepet, Felipe Coutinho.

    (por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)


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