(Publicado originalmente às 18:51:05

(Brasília-DF, 06/06/2014) O deputado João Lyra (PSD-AL) saltou da base de apoio ao pré-candidato ao Governo de Alagoas senador Benedito de Lira (PP-AL), para apoiar o pré-candidato Renan Filho (PMDB-AL).  O se diz nos bastidores é que o apoio faria parte de uma troca de favor “político-econômico”, envolvendo o prestígio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Nos bastidores havia sinais fortes de que Renan Calheiros trabalhava e continua empenhado em tomar partidos da base de apoio “fechados” com Benedito de Lira. E ao que parece, os resultados estão aflorando. Agora ficou claro que os cerca de dois minutos preciosos que detém o usineiro e presidente do PSD, João de Lira, pesaram na balança. Mas uma “mãozinha” para reverter a crise econômica pela qual atravessa o usineiro João Lyra contribui muito mais para provocar a mudança de lugar das “fichas” de apoio no jogo político alagoano em prol do clã Calheiros.

Saúde financeira

No final das contas, o “chapão”, grupo de sustentação da pré-candidatura de Renanzinho é formado pelo PMDB, PTB, PT. PV, PTdoB e PRB, e com o tempo do PSD, chegará a 12 minutos no período da propaganda gratuita  nas eleições em outubro.

O que se diz ainda é que a contrapartida da mudança de apoio de última hora teria relação com a saúde financeira do grupo do clã Lyra.  As empresas estão em dificuldades, produzidas por uma crise sem precedentes, que inclusive retirou o deputado todo-poderoso João Lyra do comando do grupo.

Em relação à “mãozinha” na parte financeira do acordo entre Renan Calheiros e João Lyra, o combinado é que Renan Calheiros intercederia junto ao Banco do Nordeste (BNB) e no âmbito do Judiciário para salvar João Lyra e ajudá-lo a retomar o comando do grupo. A ruína financeira do grupo passou pela execução de bens e falência. Só em processos trabalhistas e dívidas com credores a dívida alcançou R$ 2 bilhões.

Ao longo das tratativas políticas, Benedito de Lira só ouviu elogios e juras de apoio do deputado João Lyra. Inclusive no significativo lançamento da pré-candidatura de Benedito, no qual reuniu em torno de si seis partidos. A história é mais um exemplo de traição política em época de eleições.

(Por Maurício Nogueira, especial para Agência Política Real, edição de Valdeci Rodrigues)