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- Contato Brasil, 09 de dezembro de 2024 06:29:20
(Brasília-DF, 10/03/2017) A questão da transposição das águas do rio São Francisco, de Minas Gerais onde estão suas nascentes, passando por Bahia, Sergipe e Alagoas – também considerados “estados doares”, para os “estados recebedores” – Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, teve vários projetos, em governos diferentes.
A revelação é do ex-senador paraibano e vice-presidente nacional do PSC (e também presidente do diretório do partido no seu estado), Marcondes Gadelha.
Do Império à República
Segundo ele, o autor do projeto que está em andamento nesta era da República, é do engenheiro cearense José de Ribamar Simas.
Antes, na época do Império, no século XIX, um prefeito da cidade do Crato (CE) discutiu a proposta com o imperador Dom Pedro II. Mas, como na época a dinamite ainda não tinha sido inventada e a engenharia não era avançada, a ideia foi abandonada.
Desde o Regime Militar (governo do João Figueiredo), quando o ministro do Interior Mario Andrezza se interessou pela ideia, por interesses políticos (colocou no seu plano de governo para presidente da República), o projeto de Simas vem passando de mãos em mão, até chegar a Temer – que inaugurou nesta sexta-feira, 10, um dos trechos do Eixo Leste da transposição. A cada projeto novo foi diminuindo a vazão.
A seguir, com base em informações de Marcondes Gadelha, que foi um dos articuladores da obra, o portal Política Real mostra curiosidade sobre cada projeto, em cada governo.
1º Projeto – da transposição do São Francisco foi elaborado nos anos 80 pelo engenheiro José de Ribamar Simas, que trabalhava no antigo DNOS (Departamento Nacional de Obras Sociais). Foi no governo de João Figueiredo. Elaborado a pedido do ministro do Interior, Mário Andreazza. Consistia em apenas um eixo (Norte). Vazão de 300 metros cúbicos (m3) por segundo.
2º Projeto – Foi no governo de Itamar Franco, 1994. Ficou parado esses anos todos, porque Andreazza depois que perdeu a convenção do PDS para Maluf, e logo faleceu, o projeto voltou para os arquivos do Banco Mundial, em Washington, que tinha financiado os estudos de implantação, durante 10 anos. Projeto elaborado pelo ministro do Interior, Aluísio Alves (RN).Tinha um eixo só (Norte) e a vazão caiu para 150 metros cúbicos por segundo.
3º Projeto – Aconteceu na era de Fernando Henrique Cardoso. Mudou o projeto novamente. A vazão caiu para 76 metro cúbicos por segundo, mas passou a ter 02 eixos: Norte e Leste.
4º Projeto – É o que está valendo até hoje. Foi no governo de Lula. O projeto foi aperfeiçoado pelo ministro Ciro Gomes. Mas a vazão caiu mais ainda: para 26 metros cúbicos por segundo. “É bom explicar que 26m3 é a vazão contínua, que você tira todo dia e o ano todo. Agora os canais estão dimensionados para 127m3/segundo, mas isso quando e se a barragem de Sobradinho, que é grande reguladora do rio, estiver cheia, vertendo. Não estando cheia, só se pode tirar 26m3/segundo”, explica Gadelha.
(Por Gil Maranhão – Agência Política Real. Edição: Genésio Jr.)