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- Contato Brasil, 05 de julho de 2025 16:17:31
(Brasília-DF, 04/07/2025) Nesta sexta-feira, 04, foi realizado na cidade do Rio de Janeiro, numa prévia da Reunião de Cúpula do BRICS, que será realizada no Rio de Janeiro, nos dias 6 e 7 de julho - o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participou da reunião anual do conselho do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), na sigla em inglês
Em funcionamento desde 2016, com sede em Xangai, na China, o NDB, liderado por Dilma Rousseff, atua no financiamento de projetos sustentáveis e de infraestrutura nos países do BRICS e tem como objetivo oferecer uma alternativa ao sistema financeiro tradicional.
“O NDB nasceu aqui no Brasil, na Cúpula de Fortaleza, em 2014. A decisão de criá-lo foi um marco na atuação conjunta dos países emergentes. É fruto do desejo compartilhado de superar o profundo déficit de financiamento para o desenvolvimento sustentável”, ressaltou o líder brasileiro.
Lula discursou na reunião anual do Novo Banco de Desenvolvimento, evento que reúne representantes de diversos bancos internacionais, além de ministros e autoridades estrangeiras e nacionais.
“Em vez de aprofundar disparidades, o Novo Banco de Desenvolvimento assenta sua governança na igualdade de voz e voto. No lugar de oferecer programas que impõem condicionalidades, o NDB financia projetos alinhados a prioridades nacionais. Hoje, o NDB contribui de forma crescente na promoção de uma transição justa e soberana”, destacou o presidente brasileiro.
Para Lula, o fortalecimento do uso de moedas locais tornou-se a característica marcante do Novo Banco de Desenvolvimento, que surge como uma instituição capaz de apresentar um novo paradigma de financiamento para diversas nações.
“Atualmente, 31% dos projetos do NDB são realizados nas moedas dos países membros. A implementação do novo mecanismo de garantias multilaterais do BRICS, resultado da presidência brasileira, terá impacto positivo na capacidade de mitigação de risco e mobilização de capital privado. Esse é um esforço essencial da institucionalidade financeira do Banco e expande sua área de atuação”, lembrou.
Lula frisou o papel do NDB no financiamento de projetos voltados ao desenvolvimento sustentável.
“Desde sua criação, mais de 120 projetos de investimento, no valor total de 40 bilhões de dólares, foram aprovados para as áreas de energia limpa e eficiência energética, transporte, proteção ambiental, abastecimento de água e saneamento”, elencou o presidente.
Lula frisou ainda os investimentos no Brasil e o apoio dado ao país durante a crise climática no Rio Grande do Sul, em 2024.
“No Brasil, os recursos do Novo Banco já financiaram mais de 20 projetos em diferentes setores e regiões do país, totalizando mais de 3,5 bilhões de dólares. Sua rápida ação diante da catástrofe causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul confirma a sua agilidade frente a situações de crise. O compromisso do NDB de direcionar 40% de seus financiamentos para projetos em desenvolvimento sustentável está alinhado com a Declaração sobre Financiamento Climático que adotaremos na Cúpula do BRICS. Essa é uma iniciativa que serve de estímulo e mobilização de recursos na reta final que nos levará à COP30 em Belém, no coração da Amazônia”, elogiou.
Novas tecnologias
O presidente do Brasil felicitou o trabalho do Novo Banco de Desenvolvimento voltado para novas tecnologias em diversas áreas e disse que espera o apoio da instituição para a possibilidade de um futuro projeto de comunicação entre as nações do BRICS. “O NDB vem destinando investimentos para a integração de novas tecnologias em setores como saúde, educação, transporte e infraestrutura. O Brasil espera que o Banco financie estudo de viabilidade para um cabo submarino ligando os países do BRICS, que contribuirá para nossa soberania e aumento da velocidade na troca de dados”.
Ao lembrar que o NDB é parceiro da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada pelo Brasil durante o G20 no ano passado, e também da Rede de Pesquisa de Tuberculose do BRICS, Lula disse que a instituição contribui para reduzir as vulnerabilidades. “Em um cenário global cada vez mais instável, marcado pelo ressurgimento do protecionismo e do unilateralismo e impactado pela crise climática, o papel do NDB na redução de nossas vulnerabilidades será crescente”, afirmou.
Dilma
A presidente do NBD, Dilma Rousseff, afirmou, ao discursar antes de Lula, que o banco assegura aos integrantes do BRICS uma opção importante de independência. “Desde a sua criação, o NDB foi construído sob uma clara premissa: a de que os países do Sul Global, os países membros do BRICS, têm o direito, bem como a capacidade, de definir seus próprios caminhos de desenvolvimento”, declarou.
Dilma encerrou com uma mensagem de que o NDB seguirá contribuindo para o desenvolvimento das nações do bloco. “Nós estamos apenas começando. Em nossa primeira década, o NDB lançou as bases. Na próxima década, devemos consolidar nosso papel de liderança para o desenvolvimento equitativo, sustentável e autônomo em um mundo multipolar. Juntos, com visão, coragem e determinação, continuaremos a construir um futuro melhor para os nossos países, os nossos povos e as gerações futuras”, frisou.
O NDB – A crise financeira de 2008 revelou as fragilidades do sistema financeiro global e gerou questionamentos sobre o FMI e o Banco Mundial. Nesse contexto, o BRICS emergiu como um grupo relevante na reestruturação da ordem econômica global. Defendendo maior representatividade dos países em desenvolvimento, o agrupamento criou iniciativas como o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês para New Development Bank), para promover alternativas ao financiamento global. O NDB foi criado pelos membros fundadores do BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — e destaca-se como uma alternativa às tradicionais instituições multilaterais e uma resposta à necessidade de financiamento de longo prazo para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países que integram o agrupamento, bem como outras nações emergentes.
Desde sua criação, o Banco do BRICS aprovou mais de 32,8 bilhões de dólares em financiamentos em projetos no Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Bangladesh e Egito.
(da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)