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  • Contato Brasil, 05 de julho de 2025 16:17:31
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  • 04/07/2025 18h00

    Hamas sinaliza “com espírito positivo" a uma proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza; nota foi divulgada pelo Hamas em seu site oficial

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    Foto: Wikipedia

    Símbolo do Hamas

    (Brasília-DF, 04/07/2025) Nesta sexta-feira, 4, o Hamas fez uma sinalização importante.  O Hamas respondeu "com espírito positivo" a uma proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza mediada pelos Estados Unidos e disse que está disposto a iniciar negociações para implementar o acordo, que prevê a libertação de reféns e discussões para pôr fim ao conflito.

    "O movimento entregou sua resposta aos mediadores, que foi caracterizada por um espírito positivo. O Hamas está totalmente preparado, com toda seriedade, para entrar imediatamente em uma nova rodada de negociações sobre o mecanismo de implementação desse acordo", disse o grupo em seu site oficial após realizar consultas com aliados.

    Um oficial familiarizado com as negociações disse nessa quinta-feira,03, que a proposta prevê a libertação de 10 reféns durante os dois meses, além da devolução dos corpos de outros 18 que também haviam sido mantidos em cativeiro. Em troca, Israel deve libertar palestinos presos em seu território.

    Na última terça-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que Israel já acatou a mesma proposta de cessar-fogo, que prevê uma interrupção nas agressões por 60 dias. O conflito entre Israel e Hamas já dura 21 meses. Ainda não está claro se o grupo palestino demandou mudanças significativas no texto.

    O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ainda não comentou o anúncio de Trump. Publicamente, as posições das duas partes continuam distantes. Netanyahu reiterou que o Hamas deve ser desarmado, algo que o grupo se recusa a discutir. Segundo a mídia israelense, o governo do país já recebeu a resposta do grupo palestino.

    Dos 251 reféns capturados durante o ataque de outubro de 2023, 49 ainda estão presos em Gaza, incluindo 27 que o exército israelense diz estarem mortos.

    Ajuda humanitária

    Apesar da resposta positiva, ainda há pontos que precisam ser negociados. Um dirigente palestino de um grupo aliado ao Hamas afirmou que ainda há preocupações com a liberação de ajuda humanitária, a passagem pela fronteira de Rafah com o Egito e a clareza sobre um cronograma de retirada das tropas israelenses.

    A entrada de ajuda humanitária em Gaza se tornou um dos principais atritos entre as partes em tentativas de acordos passados.

    Em duas tentativas de trégua anteriores, intermediadas pelo Catar, Egito e Estados Unidos, houve uma interrupção temporária dos combates, juntamente com o retorno de reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos, mas as agressões retornaram.

    Netanyahu deve se encontrar com Trump em Washington na próxima segunda-feira. O presidente americano se diz confiante de que a "proposta final" do acordo será efetivada. "Esperamos que isso aconteça. Estamos ansiosos para que aconteça em algum momento da próxima semana", disse Trump a jornalistas. "Queremos tirar os reféns de lá."

    A Jihad Islâmica, aliada do Hamas, disse que apoia as negociações de cessar-fogo, mas exigiu "garantias" de que Israel "não retomará sua agressão" quando os reféns mantidos em Gaza forem libertados.

    Ataques

    Segundo autoridades palestinas de saúde, ataques israelenses mataram ao menos 138 palestinos em Gaza nas últimas 24 horas.

    Profissionais de saúde do Hospital Nasser, em Khan Younis, no sul do território, relataram que por volta das 2h da manhã o exército israelense lançou um ataque aéreo contra um acampamento ao oeste da cidade, matando 15 palestinos deslocados pela guerra.

    Já as forças de Israel afirmaram que as tropas "eliminaram militantes, confiscaram armas e desmantelaram postos do Hamas", além de atacar 100 alvos em toda Gaza, incluindo estruturas militares, depósitos de armas e lançadores de foguetes.

    Mais tarde, palestinos se reuniram para realizar orações fúnebres antes de enterrar os mortos da noite anterior.

    "Já deveríamos ter tido um cessar-fogo antes de eu perder meu irmão", disse chorando Mayar Al Farr, de 13 anos. Segundo ela, seu irmão foi morto a tiros em outro incidente. "Ele foi buscar ajuda, para conseguir um saco de farinha para a gente comer. Levou uma bala no pescoço", contou.

    Famílias de reféns

    Em Tel Aviv, famílias e amigos dos reféns mantidos em Gaza se reuniram em protesto em frente a um prédio da embaixada dos EUA, pedindo que Trump consiga um acordo.

    Os manifestantes montaram uma mesa simbólica de jantar do Sabbath, com 50 cadeiras vazias representando os que ainda estão presos em Gaza.

    Ruby Chen, 55, pai de Itay, um jovem americano-israelense de 19 anos, que se acredita ter sido morto após ser capturado, pediu que Netanyahu volte da reunião com Trump com um acordo que traga todos os reféns de volta.

    Itay Chen, que também tinha nacionalidade alemã, servia como soldado israelense quando o Hamas realizou seu ataque em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1,2 mil pessoas, a maioria civis, e sequestrando outras 251.

    A guerra retaliatória de Israel contra o Hamas devastou Gaza, deslocando a maior parte da população de mais de 2 milhões de pessoas e provocando fome generalizada.

    Segundo autoridades de saúde locais, mais de 57 mil palestinos foram mortos nos quase dois anos de combates, a maioria civis.

    ( da redação com DW e AFP. Edição: Política Real)

     

     


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