31 de julho de 2025
Brasil e Eleições

ELEIÇÕES: Nas esquerdas, enquanto PT, Psol e PC do B não se entendem, partidos como PSB e PDT fazem parcerias em várias cidades, inclusive Rio e São Paulo

Carlos Siqueira vê sinais de uma frente de esquerda

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( Publicada originalmente às 19h 52 do dia 12/09/2020) 

(Brasília-DF, 14/09/2020) Enquanto o Partido dos Trabalhadores(PT) vem tendo dificuldades para ter uma candidatura forte em São Paulo Capital, a ponto do ex-candidato a presidente do partido em 2018, Fernando Haddad, evitar eventos com o pré-candidato do partido, Jilmar Tatto(PT-SP), assim como o Psol tem problemas para lançar a candidatura do deputado federal Marcelo Freixo(Psol-RJ) na capital carioca, algo mais acontece na chamada esquerda.  Isso se vê na aliança entre o Partido Socialista Brasileiro(PSB) e o Partido Democrático Trabalhsta(PDT).

A aliança entre o Partido Socialista Brasileiro (PSB) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT), em diversas capitais e cidades-pólos, para as eleições municipais deste ano é o prenúncio da formação de uma frente de esquerda capaz de apresentar um projeto nacional, reconquistar direitos e recuperar a democracia no país, afirmou neste sábado ,12, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, durante live realizada pelo PDT-SP.

Os pedetistas oficializaram a coligação com o PSB, no evento totalmente virtual - na maior capital do país e indicaram Antonio Neto como vice na chapa que é encabeçada pelo ex-governador e Márcio França(PSB).

Além de Siqueira, França e Neto – que conduziu a live – , participaram de forma remota nomes de projeção estadual e nacional de ambos os partidos como o deputado federal Alessandro Molon (PSB), líder da bancada socialista na Câmara; o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi; o deputado estadual Caio França (PSB), e a deputada estadual Juliana Brizola (PDT-RS). O candidato do PDT à Presidência da República em 2018, Ciro Gomes, enviou uma mensagem por meio de vídeo.

PSB e PDT vão caminhar juntos nessas eleições em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre, Fortaleza, Rio Branco, Juiz de Fora, Uberlândia e em diversas outras cidades, observou Siqueira.

“No caso de São Paulo, o PSB se orgulha muito do quadro que está à disposição do partido, nosso companheiro de muitos anos e que já desenvolveu tantas tarefas importantes em nosso país e nos momentos mais decisivos do nosso partido. Nós podemos contar com o Márcio, um quadro eficiente, capaz, inteligente e experiente. Ele já deu exemplo de que sabe governar”, resumiu Siqueira.

O presidente nacional do PSB destacou ainda a importância e a contribuição histórica dos dois partidos na política nacional e sugeriu uma campanha “civilizada e propositiva” na capital de São Paulo. “Que possamos transformar e revolucionar a administração de São Paulo e oferecer o nosso melhor, sobretudo para a população mais pobre que tanto precisa de políticas públicas. Nossos partidos têm compromisso com toda a população paulista”, ressaltou.

Para Carlos Lupi, a vitória da chapa socialista-trabalhista em São Paulo significa “o embrião do futuro do Brasil que a gente quer”. O presidente do PDT destacou a sensibilidade social e a competência de Márcio França e de Antônio Neto para governarem a cidade que tem o maior PIB do país.

Márcio França, durante a lve, fez críticas à condução do atual governo de São Paulo na crise provocada pela pandemia de covid-19, mostrou preocupação com a condição dos 30% de paulistanos que dependem do auxílio emergencial dado pelo governo federal e defendeu oportunidades iguais para a população da capital.

“A nossa tarefa é garantir oportunidades iguais. O dia que os netos de todos os pais e avós tiverem as mesmas oportunidades que os meus netos, eu estarei satisfeito. No dia que eu ver que todas as pessoas tenham os mesmos direitos e as mesmas oportunidades, sejam elas negras, lgbt, com deficiência, eu paro com a política e nunca mais serei candidato”, disse.

No Congresso Nacional, PSB e PDT formam juntos uma bancada com 62 deputados, lembrou Antônio Neto. Em São Paulo, a coligação é composta também pelos partidos Solidariedade, Avante e PMN.

Para o trabalhista, a chapa é a única capaz de “derrotar o atraso” na cidade e implantar um projeto de desenvolvimento e inclusão social, olhando principalmente para a população mais vulnerável. “Vamos cumprir com as propostas e recuperar a auto-estima dessa cidade. Temos que tornar São Paulo uma cidade pujante, acolhedora e próspera”, defendeu.

Outro lado

A organização que se estabelece entre PSB e PDT busca atrair outro partidos de esquerda. O PC do B que sempre foi um aliado do Partido dos Trabalhadores se afastou em alguns estados. É certo que isso sofre a influência da lei eleitoral para a disputa municipal que não encoraja coligações proporcionais.

O Presidente Jair Bolsonaro, que vive seu melhor momento nas pesquisas de opinião, especialmente face aos bons efeitos do auxílio emergencial de R$ 600,00, não tem partido político. Bolsonaro já avisou que não vai apoiar candidatos no primeiro turno das eleições municipais, porém isso poderá mudar. Os chamados partidos do centrão, como Pogressistas, Partido Liberal, PSC, PSD e até o Demoratas, Solidariedade e o próprio MDB tendem a lucrar com os efeitos do auxílio emergencial.

O último dia de convenções partidárias para as eleições municipais será no dia 16 de setembro.

( da redação com informações de assessoria. Edição: Genésio Araújo Jr)