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  • Contato Brasil, 25 de abril de 2024 16:58:56
Genésio Jr.
  • 23/05/2021 13h07

    Os movimentos que interessam!

    A luta pelo poder está contaminando todas as conversas

    Lula, FHC e Ciro( foto: arquivo Política Real)

    (Brasília-DF)  Um notório anticomunista, Winston Churchill, nos anos de desterro, período em que ficou 9 anos mesmo com governos conservadores fora do Gabinete( Governo) na Inglaterra, precisamente em 1937, fazendo campanha para rearmar os britânicos disse: “Recuso-me a tomar partido por qualquer um dos lados. Não vou fingir, que se tivesse que escolher entre o comunismo e o nazi-ismo, eu escolheria o comunismo. Espero que não me caiba sobreviver num mundo sob o governo de um desses regimes”.

    Mais adiante, na magistral obra “ Churchill - Caminhando com o Destino”, de Andrew Roberts, ele diz mais: “Polo Norte e Polo Sul. Estão nos extremos opostos da Terra, mas se acordarmos, amanhã num dos dois polos, não vamos saber qual dos dois é. Talvez haja mais pinguins num ou urso polar no outro, mas ao redor só há neve, gelo e rajada de uma vento cortante”, disse, segundo Andrews, em parte do artigo “The Creeds of the Devil(Os Credos do Demônio) publicado no jornal “Sunday Chronicle”, também na mesma época.

    Faço referência, pois nesses dias ficou nítido que o ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes decidiu, mesmo, “queimar as caravelas” com o petismo e o lulismo; ele que é do PDT, aliado da turma da estrela por anos. Ele, que não cansa de chamar o Presidente Jair Bolsonaro de  “genocida, agora chama Lula do maior corruptor moderno de nossa política.

    Outro assunto ainda mais impactante foi o encontro entre os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso divulgado na sexta-feira,21, mas realizado no dia 12, a partir de um almoço na residência do ex-ministro dos dois, Nélson Jobim. Lula disse que a conversa teve como cardápio da democracia e o desgoverno do atual presidente com a pandemia. Fernando Henrique logo disse, ambos em rede social, que seu compromisso é com o PSDB na disputa de 2022, mas que poderia votar no petista para evitar um segundo mandato de Bolsonaro.

    É necessário dizer, antes que se apressem, que o Presidente Bolsonaro apesar das tintas que lhe jogam não é um fascista, um proto nazista, e nem o ex-presidente Lula não é um comunista, apesar dos apaixonados de lado a lado dizerem o que dizem. 

    É importante lembrar, também, que Ciro Gomes nunca foi um legítimo facista apesar de ter apoiado nas origens os governos militares e nem um comunista por ter apoiado governos petistas.

    A luta pelo poder está contaminando todas as conversas que deveriam ser voltadas a levar energia para que os homens e mulheres da cena pública tratassem de arrumar vacinas para o braço e comida para os pratos vazios.

    A partir das falas de mais de 80 anos atrás, ainda no Século 20, é que vemos como são montadas as estratégias atuais. 

    Bolsonaro ainda tem tempo para deixar de ser esse “abominável homem das neves” ou “bicho papão” que consegue unir cobra d’água e jacaré.  Os grupos de centro que desejam sair da polarização parecem apavorados, mas Ciro Gomes deseja ser o anti-Lula e o anti-Bolsonaro contando que pode atrair os simpatizantes de Sérgio Moro e Luciano Huck, que não parecem ter apetite.

    Muita gente não acredita que possamos sair dessa polarização, mas Ciro Gomes parte na frente, sim. Ele sabe que não deve se fiar no voto nordestino, que deve se transformar numa peleja entre os lulismo e o bolsonarismo, com o suporte do Centrão. Ao tomar Lula como alvo desse momento busca, certamente, o voto de outras regiões brasileiras, especialmente o Sul e o Centro-oeste que já demonstraram que podem se encantar com sua virulência, que tem um pouco do bolsonarismo temperado por um estado mobilizador para o pós-pandemia.

    Devemos ficar atentos, certamente, a esses dois movimentos recentes!

    Por Genésio Araújo Junior, jornalista

    e-mail: [email protected]

     


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