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  • Contato Brasil, 26 de abril de 2024 15:41:41
Magno Martins
  • 08/05/2019 10h26

    Palavra de Bolsonaro não vale nada

    O Ministério Público deu um prazo de 15 dias para o prefeito de Trindade, Ewerton Costa (PSB), exonerar todos os parentes que nomeou no primeiro e segundo escalões da sua gestão

    Presidente Jair Bolsonaro vive suas dificuldades( Foto: Agencia Brasil)

    Mais uma promessa de campanha do presidente Bolsonaro subiu no telhado: a redução do número de ministérios pela metade. Ontem, após reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o líder do Governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB), anunciou que o Ministério do Desenvolvimento Regional será dividido em dois e serão recriados os ministérios das Cidades e da Integração Nacional.

    O Governo já tem 22 ministérios, sete a mais do que o prometido inicialmente pelo presidente. Dezesseis pastas ficam na Esplanada, quatro no Palácio do Planalto e outros dois são transitórios. A Advocacia-Geral da União (AGU) e o Banco Central (BC), mais na frente, devem perder o status após mudanças legislativas. Ao fundir ministérios, a intenção anunciada pelo presidente foi reduzir custos.

    Em alguns casos, porém, a unificação redundou em perda de protagonismo. Na pré-campanha, Bolsonaro disse que transformaria o Ministério da Cultura em uma secretaria, porque a pasta seria “apenas centro de negociações da Lei Rouanet”. A Cultura acabou sendo integrada ao Desenvolvimento Social e a Esportes no novo Ministério da Cidadania.

    A escalação do Ministério foi marcada por idas e vindas e indefinições quanto ao novo organograma. O destino da Fundação Nacional do Índio (Funai), por exemplo, foi um impasse. Alvo de críticas de Bolsonaro e área constante de entraves que costumam resultar em protestos, a fundação virou pivô de um jogo de empurra. Atualmente ligada ao Ministério da Justiça, a Funai esteve cotada para ser transferida para as pastas da Cidadania, da Agricultura e acabou nos Direitos Humanos.

    A articulação política, por sua vez, foi disputada entre a área militar e o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que ganhou a disputa. Com o aumento de pastas, o Governo, na verdade, se rende à velha política de loteamento de cargos para tentar aprovar a reforma da Previdência que tramita na Comissão Especial da Câmara dos Deputados. O Centrão, o MDB e PP estão travando uma batalha no Congresso pelo arrebate dos novos ministérios.

    O nó do COAF – Integração Nacional e Cidades tinham sido extintos na reestruturação feita pelo governo Jair Bolsonaro, que reduziu de 29 para 22 o número de ministérios. Parlamentares de partidos como MDB, DEM e do bloco chamado "Centrão" estavam pressionando o Planalto pelo aumento do número de ministérios a fim de atender às demandas por indicações políticas. Em troca, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) permaneceria subordinado ao Ministério da Justiça e Segurança, de Sérgio Moro – grupos de parlamentares pretendiam que o órgão fosse para o Ministério da Economia. Não é certo, entretanto, que o órgão permaneça com Moro porque depende de votação no plenário da Câmara e Senado.

    Quem fez mais – Em entrevista, ontem, ao Frente a Frente, a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), disse que em apenas dois anos e quatro meses tem feito muito mais do que seus antecessores. “Queiroz passou 18 anos no poder, só posso comparar com o início do seu último mandato”, afirmou. Sobre o São João, confirmou que o Estado ainda não repassou a cota de R$ 800 mil referente ao patrocínio do ano passado e lamentou que o Governo tenha reduzido a ajuda que já chegou a R$ 2 milhões em gestões de aliados, como o ex-prefeito José Queiroz (PDT).

    Raquel Lyra, prefeita de Caruaru( Foto: metropolitana fm Caruaru) 

    Rei do nepotismo – O Ministério Público deu um prazo de 15 dias para o prefeito de Trindade, Ewerton Costa (PSB), exonerar todos os parentes que nomeou no primeiro e segundo escalões da sua gestão. Adepto da velha política coronolesca, Costa loteou os principais cargos com parentescos de primeiro, segundo e terceiro graus. Até a mulher ganhou uma boquinha. Na região, o prefeito já é conhecido como o rei do nepotismo. Se ele não cumprir as determinações do MP sofrerá duas penalidades.

    Caindo fora – O ex-deputado estadual Edilson Silva e a ex-presidente do PSOL Albanise Pires anunciaram, ontem, suas desfiliações do partido. A alegação deles é de perseguição por parte da maioria da atual direção estadual da sigla. Ainda de acordo com a assessoria de Edilson, também deixaram o partido a ex-dirigente Gaby Conde. Os desfiliados alegam que pretendem se manter unidos em um Coletivo local fazendo debates e visando às eleições de 2020, quando devem apresentar uma chapa proporcional de candidatos. Segundo a nota, o objetivo é buscar um novo partido após “um amplo diálogo”.

    Boa notícia – A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) é a oitava instituição federal de ensino superior brasileira em produção científica. Em recente levantamento, a Clarivate Analytics analisou a produção científica do país entre 2014 e 2018. A pesquisa mostrou que universidades públicas são referência quando o assunto é pesquisa. No ranking geral, a UFPE aparece na 13ª posição – a oitava entre as instituições federais de ensino superior. O pró-reitor para Assuntos de Pesquisa e Pós-Graduação, Ernani Carvalho, destacou que as universidades públicas têm dados muito significativos em relação à pesquisa. "O nosso modelo de produção da ciência está muito vinculado às universidades públicas", disse.

    Portas fechadas – Depois de brigar com o prefeito Demóstenes Meira (PTB), sendo acusada de promover licitações viciadas no início da gestão como secretária de Saúde, a vice-prefeita Nadegi Queiroz (PSDC) tem andado tão ansiosa para encontrar um novo partido que não consegue mais dormir sem ansiolíticos. Ao tentar mais um pulo de galho partidário, Nadegi quer encontrar abrigo para tentar mais uma vez a Prefeitura nas eleições do ano que vem. Já bateu na porta do PSB, MDB e PP, mas ninguém deu ressonância devido a sua arranhada imagem na cidade.

    CURTAS

    PROTESTO

    Servidores municipais realizaram, ontem, um protesto na Avenida Cais do Apolo, nas proximidades da Prefeitura do Recife, no Centro. De acordo com a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano de Pernambuco (CTTU), a manifestação teve início por volta do meio-dia e interditou os dois sentidos da via. O protesto, segundo a CTTU, foi encerrado às 14h, duas horas depois de ter sido iniciado. Agentes e orientadores foram deslocados para auxiliar os motoristas.

    PACTO PELA VIDA

    Um evento marcou, ontem, os 12 anos do Pacto Pela Vida, programa implantado pelo Governo de Pernambuco em maio de 2007 para diminuir os índices de violência. Na reunião, o governador Paulo Câmara (PSB) afirmou que políticas públicas são movidas “principalmente por correções”. O governador fez referência aos ajustes que foram feitos do Pacto e que estão em andamento.

    CENSURA

    A defesa da revista "Crusoé" e do site "O Antagonista" pediu, ontem, que o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) reconheça que houve censura na decisão do ministro Alexandre de Moraes de determinar retirada de conteúdo dos sites. Há três semanas, Moraes mandou retirar do ar reportagens e notas que relacionaram o presidente do Supremo, Dias Toffoli, com a delação de Marcelo Odebrecht.

    Perguntar não ofende: Quando Paulo Câmara vai pagar a cota de R$ 800 mil ao São João de Caruaru do ano passado?


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