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  • Contato Brasil, 04 de maio de 2024 12:40:59
Genésio Jr.
  • 19/11/2023 13h42

    Esse motivo vale mais do que os 20 centavos de 2013!

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    Crise do calor pode levar as pessoas 1as ruas( Foto: CBN)

    (Brasília-DF) O caso da morte da jovem Ana Clara Benevides Machado nascida no Mato Grosso do Sul, mas vivendo em Rondonópolis, no Mato Grosso, no show da cantora norte-americana Taylor Swift dentro do Estádio Nilton Santos, o Engenhão, na cidade do Rio de Janeiro, nessa sexta-feira, 17, face a um choque de calor e falta d’água num dia em que a sensação térmica na Capital Carioca chegou a 60ºC não é um fato qualquer de nossa crônica louca do século 21.

    Nas redes sociais, já se fala de uma lei “Ana Clara Benevides” que oferte água de graça em eventos públicos. Shows notadamente. As autoridades federais, o destacado Flávio Dino, e o autoridade estadual, governador Cláudio Castro, anunciaram medidas para ofertar água aos jovens e fazer fiscalizações. A empresa que comanda os shows da cantora no Brasil, ajuizadamente, suspendeu o segundo espetáculo que seria nesse sábado,18.

    Os jovens no Brasil, entre 15 e 29 anos, representam um quarto da população total do nosso país e quase 70% deles, dois em cada três, são de baixa renda. Somente 33% estudam atualmente e, desses, um terço está em atraso escolar. A defasagem é maior entre os jovens que não trabalham. Os dados são de uma pesquisa feita pelo Observatório Sistema Federação das Indústrias do Paraná (Sistema Fiep) a partir do IBGE.

    Os jovens no Brasil, muito provavelmente, junto com os idosos de baixa renda, são os que vem mais sofrendo o impacto das crises dos últimos 10 anos no Brasil, com os eventos de junho de 2013, a crise econômica de 2015-2016, a desmoralização da classe política com a Lava Jato, a onda Bolsonaro, as fake News e a polarização política. 

    Os jovens como Ana Clara Benevides, a grande maioria, seja de que padrão de renda for convivem com a falta de oportunidades de toda ordem, mas talvez o maior problema seja um norte a seguir além da própria luta pela sobrevivência.

    As gerações precisam de motivos para seguir adiante. Os jovens asiáticos parecem saber que irão herdar um Mundo em que eles serão protagonistas. Os jovens nos Estados Unidos em meio à busca tecnológica, serem agentes de startups vivem a aflição da crise do opioides. Os jovens europeus vivem a questão dos estrangeiros porém mais sintonizados com o meio ambiente.

    Os jovens brasileiros, mais que os latino-americano em geral, parecem jovens sem causa. Foram sendo levados, sem oportunidade de estudo adequado e trabalho contemporâneo.

    Interessante é que a jovem Ana Clara Benevides vem de estados, nasceu e morava - que foram campeões de votos para um projeto de poder que avaliava que os jovens eram doutrinados por professores irresponsáveis, defendia que os indígenas utilizassem suas terras para produção e que entendia que valia à pensa desmatar para produzir o que puder.

    É importante que fique claro que se se joga sujeira para o alto ela vai voltar como lixo em nossas cabeças.

    A morte infeliz e desnecessária da jovem Ana Clara Benevides pode ser uma oportunidade para fazer da crise do calor um motivo muito mais racional para sair às ruas que a crise da passagem de ônibus que avançou R$ 0,20, em junho de 2013.

    Ainda não se sabe se isso é só uma aposta do articulista, que uma vontade que possa mobilizar os jovens.  Nossos jovens precisam se mobilizar mais do que pela polarização, do ser contra ou a favor do identitarismo ou causas menores. Uma coisa é certa, a crise do calor vai mobilizar.

    Por Genésio Araújo Jr, jornalista

     

    e-mail: [email protected]

     


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