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  • Contato Brasil, 29 de abril de 2024 11:34:41
Genésio Jr.
  • 20/08/2023 11h06

    Contra os “entalados”

    Na história brasileira, é bom lembrarmos que os militares são os fundadores da República, mas sempre associados ao golpismo

    Fundadores da República( Foto: Reddit)

    (Brasília-DF) Nesta semana do 24 de agosto e face os recentes acontecimentos - são vastos, é verdade - precisamos revisitar nossa história republicana para avaliarmos o que precisamos fazer para seguir adiante.

    As revelações envolvendo o golpismo e a vilania em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro eram uma consequência do que se viu durante 4 anos. Era tudo tão evidente que ficava à vista de todos. Não precisava retirar a cortina para que todos vissem. Só os tomados pelo patrocínio ideológico ou paixão esquizofrênica não viam. Pois bem!

    As revelações de que parte do comando das Forças Armadas chegaram a receber  “consultoria”, vamos dizer assim, de um facínora para encontrar justificativas contra a lisura das urnas eletrônicas e depois a divulgação de outro robusto inquérito mostrando o alto comando da Polícia Militar do Distrito Federal, que zela pela segurança da Esplanada dos Ministérios, mais que compactuando, estimulando os invasores, vândalos e golpistas para os 8 de Janeiro – nos obriga a exigir de nós avaliações responsáveis.

    Na história brasileira, é bom lembrarmos que os militares são os fundadores da República, mas sempre associados ao golpismo.  Vamos lá.

    A criação da República em 15 de novembro de 1989 foi um Golpe Militar.

    Nos estertores da República Velha teve o evento “18 do Forte” , que ocupou o Forte de Copacabana, um evento tenentista. Eles queriam supostamente defender o Marechal Hermes da Fonseca contra propaladas cartas de Arthur Bernardes. Foram derrotados, mas ficaram com o golpe “entalado”.

    Depois que acabou o Estado Novo, na primeira eleição democrática de 1945, o Merechal Eurico Gaspar Dutra, um ex-getulista, derrotou o  direitista Brigadeiro Eduardo Gomes, um herói do “18 de Forte” e patrono daa Força Aérea. Mais uma vez o golpismo ficou “entalado”.

    Depois que Getúlio Vargas se matou no 22 de agosto de 1954, os militares, aliados a direitista UDN, quase deram um golpe para não aceitar a eleição presidencial de Juscelino Kubistchek de Oliveira, já em 1955.  Mais uma vez o golpismo “entalado”.

    Em 1964, os erros sucessivos e a crise econômica fizeram os militares terem êxito e com apoio popular. A direita UDN que fomentou tudo foi alijada.  Os militares deixaram o poder, em 1985, mais por conta da crise econômica da inflação associada às perdas da crise do petróleo da década passada.  

    Agora, em 2023, tem gente do Governo Lula 3 afirmando que foi graças as Forças Armadas que não houve um golpe no Brasil em 2022. Vários interlocutores do golpe tentado alegam que Bolsonaro não confiava no Alto Comando das Forças Armadas.

    É fundamental, para o futuro de nossa democracia, que não se permita que se mantenha no poder ou com influência juntos aos mais jovens na caserna, os golpistas do bolsonarismo.

    É necessária uma verdadeira “limpa” não só na caserna, mas nas suas forças auxiliares, como se diz, as polícias militares por todo o Brasil.

    É importante dizer que os militares fundaram a República, mas é necessário que todos, todos, repito, sejam informados que existe um compromisso democrático que deve ser resolvido no mundo civil.  Se isso não for enfrentado poderemos num futuro não tão distante ver assédios golpistas daqueles que ficaram “entalados” com 2022.

    Por Genésio Araújo Jr, jornalista

    e-mail: [email protected]

     

     


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