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  • Contato Brasil, 26 de abril de 2024 22:31:33
Genésio Jr.
  • 19/03/2017 12h48

    As novas surpresas do São Francisco

    Se a grande batalha da Segunda Guerra Mundial foi a “Batalha de Stalingrado”, há quem diga que a grande batalha para o futuro da democracia brasileira pós-redemocratização (seria a Terceira Redemocratização do Século 20) se dará no Nordeste em 2018

    Imagem da capa da edição deste início de março da revista "The Economist"

    (Brasília-DF) A nossa infindável crise política está colocando em xeque não só a atividade política como hoje se faz, mas o próprio capitalismo brasileiro. Tanto o Estado como o Capitalismo vivem dias difíceis.  Esse episódio da nova operação da polícia federal, “Carne Fraca”, revela sérios problemas junto a uma das atividades econômicas mais exitosas realizadas no Brasil, sua capacidade de gerar alimentos para o Mundo.

    A empresa Brookfield, que cresceu muito nos anos do PT, está vendendo suas participações em shoppings.  A Camargo Correa está vendendo a InterCement uma das maiores cimenteiras do mundo por algo em torno de R$ 20 bilhões, muito provavelmente a uma empresa latino-americana.

    A empresa alemã Fraport será a administradora dos aeroportos de Porto Alegre e Fortaleza.  O Aeroporto Internacional de Salvador será administrado pela Vinci Airports, operadora aeroportuária francesa. O vencedor da concessão do Aeroporto Internacional de Florianópolis foi a operadora suíça Zurich International Airport. Desde o ano passado, as empresas especialisadas em investimentos, Private Equity, estão atentas como Brasil está “barato”.  Na última semana a revista liberal inglesa “The Economist mostrou o Brasil como um balão que volta a subir.  Os liberais adoraram. Não é bem assim!

    Se a grande batalha da Segunda Guerra Mundial foi a “Batalha de Stalingrado”, há quem diga que a grande batalha para o futuro da democracia brasileira pós-redemocratização (seria a Terceira Redemocratização do Século 20) se dará no Nordeste em 2018.  Nos últimos, 24 anos todas as disputas presidenciais foram vencidas por quem teve a maioria dos votos nordestinos. Hoje, essa maioria, segundo as mais recentes pesquisas estão com o Ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva. 

    Mas, por qual motivo provoco vocês ao tratar, aqui, da crise do nosso capitalismo, do Estado e falo de batalhas? Nesse final de semana, apoiadores do Ex-Presidente, assim como da também Ex-Presidente Dilma Rousseff, fizeram a reinauguração do Eixo Leste da Transposição do rio São Francisco. A obra foi recentemente inaugurada pelo Presidente Michel Temer.  A iniciativa é uma grande jogada política, pois a obra foi iniciada pelo Ex-Presidente que nasceu no Nordeste.

    Tudo inidica que antes das eleições de 2018, os dois eixos da Transposição estejam funcionando.

    Essa grande obra brasileira vai colocar em destaque o futuro da ação de Estado e da iniciativa capitalista no Nordeste do Brasil.

    A segurança hídrica que surgirá, paulatinamente, em torno do Canal da Transposição vai colocar dúvidas sobre como o Estado brasileiro e o nosso capitalismo vão lidar com a região que, tradicionalmente, avalia que só Estado nos salvará.  As terras, e os negócios em torno do Canal, vão ganhar nova dimensão. Os bancos públicos brasileiros, como os BNB e o Banco do Brasil, vão ter condições de financiar esse novo estágio?  A empresa pública Codevasf vai ter condições de fazer esse gerenciamento? Os nichos de desenvolvimento montados com novo zoneamento, os chamados “Clusters”, terão participação de estrangeiros?

    Mais uma vez o Nordeste deve gerar surpresas para a democracia brasileira.

    Por Genésio Araújo Jr, jornalista

    e-mail: [email protected]

     


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