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Misto Brasília - Por Gilmar Correa
  • 20/10/2016 10h59

    Cunha fala, fale Cunha

    A prisão do ex-presidente da Câmara reflete ansiedade e também o medo de aliados e adversários

    Vista do Congresso Nacional/Divulgação

    Não se fala em outra coisa nos meios políticos de Brasília. A prisão de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, é significativa porque é o principal núcleo político da Lava Jato que começa a sentir o peso da caneta do juiz Sérgio Moro.

    Enxadrista de qualidade, Moro mexe o tabuleiro há dois anos com repercussões que vão muito além do mundo político. Gente poderosa passou pelas celas da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba e outros já cumprem penas com tornozeleira eletrônica ou em presídios.

    A expectativa é de que Cunha faça delação premiada. Em oportunidades passadas disse que não “abriria o bico”. Faria um livro contando as peripécias dos bastidores da Lava Jato e seus acordos. Mesmo que não faça a delação, seu depoimento na Justiça federal pode sinalizar novos fatos.

    Cunha quer defender primeiro seu quinhão e não é segredo para ninguém que sua maior preocupação é com a família. A mulher, Cláudia Cruz, tem depoimento marcado com Sérgio Moro no dia 14 de novembro. Até esta data será muito difícil que o ex-deputado esteja em liberdade.

    Assim, a ansiedade sobe o tom junto aos seus parceiros políticos que pode alterar os planos do governo. O primeiro este será a votação em segundo turno da PEC 241 (a do teto dos gastos) na segunda-feira (24) ou terça-feira na Câmara.

    O Congresso Nacional é muito sensível a questões que normalmente não afetam a população. Pequenos detalhes podem fazer a diferença no jogo político. Há quem afirme que 100 parlamentares estariam na mão de Cunha, reconhecido como um arrecadador de campanhas eleitorais.

    Os devedores desse apoio não se manifestaram na votação de sua cassação, mas quando a porca torce o rabo a conversa é outra. A defesa de interesse próprio é sempre muito maior que uma utópica possibilidade de “passar o país a limpo”, como disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) ao Misto Brasília.

    Pelo sim ou pelo não, muita gente está com a barba de molho, inclusive Lula da Silva, o ex-presidente enrolado com os escândalos da Petrobras. Se Cunha falar o prejuízo não será apenas dos peemedebistas, mas de alguns Lulapetistas de carteirinha.


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