Departamento de Estado dos Estados Unidos vai ter que liberal todos os documentoS do criminoso Jeffrey Epstein, decide Câmara de Representantes
Documentos podem trazer revelações sobre Donald Trump
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(Brasília-DF, 18/11/2025) O Departamento de Justiça dos Estados Unidos deverá ser obrigado a divulgar todos os documentos referentes ao bilionário e criminoso sexual Jeffrey Epstein , morto em 2019. Nesta terça-feira, 18, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou uma medida neste sentido.
Os parlamentares votaram de maneira quase unânime a favor do projeto de lei, com apenas um republicano votando contra. O texto obriga a divulgação em até 30 dias de todos os arquivos e comunicações relacionados a Epstein, bem como qualquer informação sobre a investigação de sua morte em uma prisão federal. O projeto segue agora para a aprovação no Senado.
A votação vinha sendo contestada durante meses por Trump e pelo presidente da Câmara, Mike Johnson. Mas, à medida que se tornava claro que a maioria dos republicanos estava preparada para desafiá-lo, Trump reverteu sua posição e convocou os parlamentares de seu partido a votarem a favor divulgação dos arquivos.
Grupo bipartidátio avançou projeto
Em julho um pequeno grupo bipartidário de parlamentares da Câmara apresentou uma petição para contornar o controle de Johnson sobre quais projetos de lei chegam ao plenário, o que parecia um esforço improvável, especialmente porque Trump instou seus apoiadores a descartarem o assunto como uma "farsa".
Mas tanto Trump quanto Johnson fracassaram em seus esforços para impedir a votação . O presidente acabou cedendo ao crescente apoio ao projeto de lei e disse que o assinará se for aprovado pelo Senado.
O projeto de lei foi aprovado na Câmara por 427 votos a 1, com o único voto contrário vindo do Deputado Clay Higgins, um republicano da Louisiana e fervoroso apoiador de Trump
Críticos do presidente o acusavam de tentar bloquear a divulgação dos arquivos a fim de ocultar quaisquer potenciais referências que o envolvessem.
Johnson manteve a Câmara fechada para atividades legislativas por quase dois meses, período em que se recusou a empossar a deputada democrata Adelita Grijalva, do Arizona, durante a paralisação do governo em meio a uma disputa em torno do orçamento federal.
Depois de vencer uma eleição especial em 23 de setembro, Grijalva prometeu dar o voto crucial de número 218 para a petição do projeto de lei pela liberação dos arquivos Epstein. Mas somente depois de tomar posse na semana passada ela pôde assinar a petição de desobstrução e lhe dar o apoio majoritário na Câmara.
Rapidamente ficou claro que o projeto de lei seria aprovado, e tanto Johnson quanto Trump começaram a ceder.
Nome de Trump em emails de Epstein
Epstein morreu por suicídio em circunstâncias misteriosas na prisão em 2019, enquanto aguardava julgamento por acusações em uma investigação federal de tráfico sexual. Ele já havia sido condenado por aliciar uma menina menor de 19 anos para prostituição.
Na semana passada, o Comitê de Supervisão da Câmara divulgou milhares de emails e documentos obtidos por meio de intimação judicial ao espólio de Epstein no início deste ano.
O nome de Trump aparece em um email de Epstein de 2019 endereçado a um jornalista, no qual o financista afirma que Trump "sabia sobre as meninas".
A Casa Branca acusou os democratas de vazarem os emails seletivamente naquilo que seria uma campanha política contra Trump. O republicano negou qualquer irregularidade.
( da redação com DW, AFP, AP, DPA com edição: Política Real)