Não foram palavras jogadas ao vento!

(Brasília-DF) A semana começa com destaque para o povo do sul do Brasil.  O ministro Edson Fachin, um gaúcho-paranaense, assume a presidência do Supremo Tribunal Federal.

O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, ganha destaque na cena nacional com o inegável submergir do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tido por muitos como o mais bem cotado no campo da direita para concorrer à Presidência.  É de conhecimento público conversas de Ratinho Jr. com agentes políticos e econômicos, em São Paulo, que conversavam por Tarcísio de Freitas.

Por si, isso já nos bastava. O Mundo da Política terá uma semana e tanto, também, por conta a iminente votação do PL da Isenção de R$ 5 mil do Imposto de renda na Câmara dos Deputados.

Mesmo com tudo isso, o assunto mesmo, foi a declaração do big boss do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do Progressistas, ainda no final do dia da última sexta-feira.

“Já está passando de todos os limites a falta de bom senso na Direita, digo aqui a centro direita, a própria direita e seu extremo. Ou nos unificamos ou vamos jogar fora uma eleição ganha outra vez. Por mais que tenhamos divergências, não podemos ser cabo eleitoral de Lula, do PT e do PSOL. Não podemos fazer isso com o Brasil.”, disse.

Num momento em que o presidente Lula passou a viver uma onda positiva, por seus méritos políticos, porém, inegavelmente, muito em face dos erros seguidos cometidos pelo bolsonarismo e pelo próprio Centrão, a fala do chefe do Centrão tem uma força destacada.

O calendário, a agenda, fala por si, mas as diretrizes falam mais alto.

Qual o tamanho dessa declaração e ela servirá para seu fim? O mundo do campo conservador, que foi abduzido, em grande parte pela chamada extrema direita bolsonarista, se comunica pelas redes sociais. Ciro Nogueira, que é um cérebro dos conservadores que escalaram na extrema direita, muito bem sabe que a sociedade, segundo várias pesquisas, gostaria que tanto Bolsonaro como o atual presidente Lula, não estivessem na chapa presidencial em 2026.

Lula, como já disse, só sairia da disputa por um problema de saúde, que não parece crível atualmente. Com Lula vivíssimo na disputa, Ciro busca o óbvio, levar racionalidade onde parece não existir.

O ambiente está instável frente a tantas dúvidas, porém se houver algum tipo de entendimento, que seja comercial, entre o presidente dos Estados, Donald Trump, e o presidente brasileiro, será dado o sinal objetivo de que o bolsonarismo tem que buscar a racionalidade.

Eduardo Bolsonaro já sinalizou que não está disposto a beber nessa fonte, porém a parte mais sensível do corpo humano é o bolso e ele já disse que não deseja apoio e suporte do Partido Liberal para se manter fora do Brasil. Ele surge como um fator desestabilizador da família Bolsonaro, hoje.

Resta saber até quando o ex-presidente Jair Bolsonaro poderá funcionar como âncora para esse fator desestabilizador.

São por esses e outras que a fala de Ciro Nogueira foi tão marcante neste final de setembro de 2025.

Certamente, não foram palavras jogadas ao vento!

Por Genésio Araújo Jr, jornalista.

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