31 de julho de 2025

O primeiro encontro com Marília Pera

Segurei o gravador como se fosse um touro bravo

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A atriz Marília Pêra faleceu na semana passada. Talento de sobra, fez sucesso no teatro e na televisão.

Tinha também uma grande sensibilidade para as coisas reais. Fui uma testemunha.

Quando comecei a engatinhar pelo mundo do Jornalismo, recebi uma missão que nunca esqueci. Gostava dessa “coisa” da notícia.

Pouco sabia sobre o assunto. Entrei pela porta como rádio escuta, função hoje que não existe mais nas emissoras de rádio.

Tinha algo em torno de 16 anos e nessa confusão do jornalismo diário tinha que entrevistar a Marília. Nunca tinha empunhado um gravador e muito menos feito qualquer coisa que se parecesse como uma entrevista.

A pauta foi genérica. “Vai lá entrevistar a mulher”. De apoio só duas linhas numa folha. Fui recebido por ela no apartamento do hotel.

Percebeu minha falta de habilidade e o nervosismo sem limites. Segurava o gravador do tamanho da caixa de sapato como se fosse um touro bravo.

Tudo para disfarçar a tremedeira. Fiz duas ou três perguntas. E ela, famosa, me agradeceu no final.

Sai aliviado com a pauta cumprida. Não era para menos. Minha primeira entrevista foi com um monumento da cultura brasileira.

Obrigado, Marília.