31 de julho de 2025

Nordeste e a revitalização.

Plano de recursos hídricos do São Francisco é aprovado pelo Comitê de Bacia; Governo evitou que contrários a transposição incluissem impedimento a interligação de bacias.

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( Brasília-DF,30/07/2004)  Face a uma ação regimental o Governo deu fôlego aos que ainda apostam na tese de se revitalizar o São Francisco ao mesmo tempo que se prepara a interligação de bacias que permitirá a  transposição de águas para o Nordeste  central e setentrional.    O Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco aprovou nesta sexta-feira um plano para o uso das águas da bacia do Velho Chico nos próximos dez anos, e definiu que a captação de água será de no máximo 360 metros cúbicos por segundo. O documento traz um diagnóstico da situação atual das águas, estabelece prioridades e critérios para medidas como cobrança e outorga para uso da água. O Comitê aprovou, também, o Programa de Revitalização do São Francisco, que terá cinco linhas de ação, abrangendo recuperação de nascentes, educação ambiental e saneamento.  A disputa entre favoráveis e contrários a transposição continuará em Fortaleza na semana que vem.

 

 

O Plano Decenal de Recursos Hídricos foi amplamente discutido pelos 60 membros do Comitê durante a reunião, que se encerrou hoje em Juazeiro, na Bahia. O grupo conta com representantes dos governos federal, estaduais e municipais, e de representantes da sociedade civil, como pescadores, ribeirinhos, comunidades indígenas, empresas de geração de energia, empresas de saneamento e ONGs.

 

O texto é focado na gestão sustentável dos recursos hídricos e na revitalização da bacia hidrográfica. Identifica os principais motivos da degradação do São Francisco ao longo dos séculos, mas com ênfase nos últimos anos. Aponta, ainda, caminhos para a revitalização da bacia, como preservação da vegetação remanescente, recomposição florestal, controle e redução de riscos de contaminação por mineração e ordenamento de atividades como extração de areia e garimpo.

 

De acordo com o Plano, a vazão mínima na foz do manancial será de 1,3 mil metros cúbicos por segundo. Essa vazão deverá garantir água para abastecimento humano e para a manutenção do equilíbrio ecológico no rio e em seu entorno. O Comitê estabeleceu, ainda, o cadastramento dos usuários de água da bacia em até 18 meses. O objetivo é definir a quantidade de água que está sendo captada e permitir melhor planejamento de seu uso.

 

VIRADA DE MESA -  O Governo Federal pediu vistas de uma deliberação que impediria o aproveitamento das águas do São Francisco em outras bacias hidrográficas. Segundo o secretário de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente (MMA), João Bosco Senra, o objetivo é ampliar o diálogo com o Comitê sobre o Plano de Desenvolvimento Sustentável para a Bacia do São Francisco e para o Semi-Árido. Senra destacou que, na próxima semana, o governo apresenta o Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca, durante a 1ª Conferência Sul-Americana sobre o Combate à Desertificação, em Fortaleza (CE), que trará novas aspectos sobre a questão. "Vamos trazer uma base de dados que irá somar para que a situação se dê em outra perspectiva", disse.

 

 

( da redação com informações do MMA)