Baianos bom de briga.

(Brasília-DF,18/05/2004) A semana começa e mais um deputado ligado ao carlismo volta a criticar o governo.  Desde o final de abril o boletim do Informativo do PFL, na Câmara, vem sendo o veículo preferido pelos deputados ligados a ACM para criticar o Governo Federal. Isto coincide com o pior momento do governo Lula. Cláudio Cajado(PFL-BA) é o crítico de hoje, que revela problemas de toda ordem - como a derrotada MP dos Bingos e  a MP do Mínimo - tendo como pano de fundo o desemprego.

 

Confira o artigo de hoje que a Politicareal republica:

 

“Caiu o rei de espada...

 

 

Precisamos fazer uma reflexão sobre o que ocorreu no Senado Federal. Os senadores rejeitaram a medida provisória que proíbe o funcionamento das casas de bingo no País. Essa é a primeira de inúmeras derrotas que o governo começa a sofrer.

 

O Senado Federal deu uma demonstração — e inclusive com membros da base de apoio do governo — de que nem tudo que o governo propõe ou faz é correto e deve permanecer como se tivesse o monopólio da verdade. Nós precisamos, de igual forma, agir com essa altivez. A Câmara dos Deputados tem a obrigação de fazer valer sua opinião, e nós temos que construir, por meio do entendimento ou das votações democráticas que aqui se realizam, o valor que este Parlamento tem. Não é por outro motivo que o Senado Federal tem tido preponderância na assistência da opinião pública, em detrimento à Casa do Povo, à

Câmara dos Deputados.

 

Por isso, devo dizer que teremos grandes batalhas daqui para frente. A primeira já está instalada com a comissão que irá rever o valor do salário mínimo.

Nós construiremos nessa batalha os meios pelos quais devolveremos autonomia a este Poder, fazendo valer os compromissos históricos do PT com a classe trabalhadora, os

compromissos de campanha, valorizando aquele que menos ganha, o trabalhador assalariado com o mínimo.

 

Temos de aumentar esse valor de R$260,00.

Realmente, como todos dizem claramente, é uma mixaria, é, como afirmam os baianos, uma “merreca”, um valor ínfimo, R$20,00. É um absurdo esse aumento real de 1,7%, quando esperávamos, como dito na campanha, que o poder aquisitivo do salário mínimo fosse dobrado nos quatro anos de forma real. Nós cobraremos isso.

 

Tenham certeza de que faremos com que aqueles que disseram uma coisa em campanha e hoje fazem outra mostrem

a sua cara. A votação será artigo por artigo, nominalmente, para que

o povo veja que o discurso de campanha não pode nem deve fugir

das obrigações e da responsabilidade assumidas quando a pessoa

se elege.

 

 

Nós, políticos, temos a responsabilidade de limpar, de fazer uma catarse na

imagem tão deploravelmente contida na opinião pública. Depende de nós fazermos valer, com nossa dignidade e nossas palavras, a responsabilidade que o eleitor, com seu voto, transfere ao político, que, depois, deve agir com coerência.

Iremos fazer com que o salário mínimo seja aumentado de forma responsável, tendo emvista as reservas de contingência existentes no Orçamento vigente para o exercício de 2004 e o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, para promover a necessária, importante e indispensável transferência de renda que, com justiça social, combaterá as desigualdades.

 

Queremos que o País volte a crescer e possa se desenvolver de forma conseqüente e responsável; queremos, acima de tudo, combater a pobreza e a miséria. Não se combate a pobreza e a miséria, nem se gera crescimento econômico com esse salário mínimo ínfimo. Foram apenas 20 reais de aumento, 1,7% de ganho real. Estamos alertando que isso é uma absurdo, é um erro do governo.

 

( da redação com Informativo do PT)