SATÉLITE

Acidente de Alcântara: deputados maranhenses não se interessam

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(Brasília-DF,25/09/2003)Dos 12 deputados que compõe a Comissão Externa destinada a fazer um diagnostico sobre o acedente com o veiculo lançador de satélite na base de Alcântara, apenas quatro se fizeram presentes durante a reunião de ontem que contou com a participação do major-brigadeiro, Tiago da Silva Ribeiro (Diretor do Centro Técnico Aeroespacial) e Francisco Rimolli Conde, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia.

 

Dos nove deputados maranhense que integram a Comissão apenas dois marcaram presença: Terezinha Fernandes (PT ) e Washington Luis do mesmo partido. Washington terminou presidindo boa parte da reunião devido à retirada do presidente da Comissão, deputado Corauci Sobrinho (PFL-SP) que saiu para telefonar e não retornou, minguando ainda mais o numero de participantes. No final da reunião, o sindicalista Francisco Rimolli se disse decepcionado com os deputados que não compareceram ao debate fazendo pouco caso de um assunto tão importante para o país e para a comunidade cientifica aeroespacial brasileira. “É lamentável que o presidente desta Comissão se retire dizendo que iria atender um telefonema e não retornou ao seu posto. Aqui fica meu protesto, pela não seriedade desta comissão”, criticou.

 

O diretor do CTA, Tiago da Silva Ribeiro, afirmou que os recursos para o setor são muito escassos. Em sua opinião, uma alternativa seria a criação de uma indústria que construísse os foguetes brasileiros, a exemplo do que ocorre com os mísseis, que são produzidos em série. Assim, caberia ao CTA apenas o desenvolvimento dos foguetes. O major-brigadeiro contou que a causa provável do incêndio em Alcântara foi o acionamento por corrente elétrica. O porquê de o acidente ter ocorrido ainda não pode ser explicado. Ele disse que, dos mortos, 17 ganhavam adicional de periculosidade e quatro não, porque realizavam trabalhos temporários com propelentes. A lei prevê pagamento somente para os que desenvolvem trabalhos contínuos. Ribeiro informou que hoje trabalham 2.500 civis e 1.400 militares no CTA. Os civis, segundo ele, são pessoas com elevada formação, sendo muitos doutores, e vários são chefes de divisão.