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- Contato Brasil, 14 de outubro de 2024 15:53:52
( Publicada originalmente às 12h 55 do dia 19/11/2023)
(Brasília-DF, 20/11/2023) Nesse sábado, 18, à noite, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, fez um conjunto de cinco longas postagens em sua conta do X, antigo Twitter, falando da política de preços da Petrobras. No final da semana, o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista disse que tinha conversado com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e que estava na hora de um “puxão de orelha” na Petrobras pois a redução dos preços do barril do petróleo recomendavam uma redução nos preços, especialmente do diesel.
Prates, inicialmente, não se manifestou, ele cumpriu agenda no exterior desde o iníco da semana, especialmente na Noruega e na Dinamarca. Nas postagens ele informa, relembrado a criação do sistema PPI (Preço de Paridade de Importação) e os problemas que isso criou com instabilidade. Ele disse que isso se deu desde o Governo Temer e no Governo Bolsonaro. Ele disse que tinha que ter inteligência para atender a empresa Petrobras, a sociedade e o Mercado.
Ele não se refere ao ministro Silveira em nenhum momento mas explica como a legislação determina para tratar com a Petrobras, pois o Governo Federal é o maior acionista da companhia mas tem que seguir alguns trâmites. Ele explicou como funcionam os preços do petróleo no Mercado Internacional.
Ele disse que mesmo a empresa com a nova política criada continua se valorizando e já ultrapassa a BP e a Equinor.
Prates disse que a Petrobras não faz os preços e que vai fazer mudanças quando for pertinente.
“Canso de repetir: a Petrobrás não “FAZ” o preço do mercado, e tem sua política comercial definida de acordo com seus parâmetros técnicos, logísticos e operacionais. Portanto, a Petrobrás fará ajustes quando e como tais parâmetros indicarem pertinência.”, disse.
Ele agradeceu o apoio do Presidente Lula, que lhe apoia e toda a diretoria que está a seu lado, num recado, também, aos críticos de que a diretoria é composta por pessoas que são contra a política surgida na empresa desde o início deste governo.
Veja a íntegra das postagens:
1/ Este ano, a Petrobras avançou com uma nova estratégia comercial que prioriza o não repasse da volatilidade do mercado internacional do petróleo. Não queremos mais levar para dentro da casa do consumidor a incerteza gerada por fatores geopolíticos imprevisíveis.
Na sua condição de empresa estatal mista, a Petrobrás pode e deve gerir sua estrutura de forma eficiente e rentável ao mesmo tempo em que contribui para que o País tire bom proveito da autossuficiência em petróleo e da grande capacidade de refino que possui.
2/ Em 2017, quando o “Governo Temer” instituiu o tal “Preço de Paridade de Importação” (ou PPI), foram realizados 118 movimentos nos preços; cada um desses disparando efeitos econômicos e sociais. Um caminhoneiro não conseguia estimar um frete, pois um conflito do outro lado do planeta poderia inviabilizar seu retorno para casa.
O problema do caminhoneiro também é problema para a logística de abastecimento nacional, para o deslocamento de bens e serviços, e para a economia em geral.
Estamos mostrando, na prática, que dá para fazer diferente, sem simplificações infantis, sem casuísmos negligentes, sem bravatas ou improvisos, mas com inteligência, transparência e responsabilidade.
3/ Nesses seis meses da nova estratgia, realizamos 4 ajustes na gasolina e 3 no diesel. Nesse mesmo período, o barril de petróleo foi negociado em valores entre US$ 71 e US$ 95, e afetado por diversos eventos de impacto global como guerras na Ucrânia e no Oriente Médio.
Só para dar um exemplo a quem não é acostumado com esse mercado, o barril começou o dia de ontem sendo vendido da US$ 77, e, enquanto eu escrevia estes posts, o preço no mercado voltou para acima de US$ 80. Posto abaixo os graficos dos ultimos 10 dias do Brent ICE, Rbob e HO, mostrando justamente o sobe e desce do mercado. Posto tb um grafico da Volatilidade Historica do Brent (janela 60 dias) mostrando como ela vem subindo desde setembro, atingindo quase 35%.
Não faz sentido agir por impulso ou açodamento - como fez o Governo Bolsonaro todo o tempo, quanto a isso. Canso de repetir: a Petrobrás não “FAZ” o preço do mercado, e tem sua política comercial definida de acordo com seus parâmetros técnicos, logísticos e operacionais. Portanto, a Petrobrás fará ajustes quando e como tais parâmetros indicarem pertinência.
4/ Para que o MME, órgão da União, possa orientar a Petrobras a baixar os preços de combustíveis diretamente, será necessário seguir a Lei 13.303/16 e o Estatuto Social (art. 3o, parágrafo 4o e seguintes):
• a União deverá orientar formalmente a Petrobras por meio de um ato normativo (lei ou regulamento);
• deverá firmar contrato, convênio ou outro ajuste estabelecendo as condições em que se dará, com ampla publicidade;
• os custos e receitas referentes a medida deverão ser discriminados e divulgados de forma transparente, inclusive no plano contábil;
• a proposta de orientação da União deverá ser submetida ao Comitê de Investimentos e ao Comitê de Minoritários, que avaliará se as condições a serem assumidas pela Petrobras requerem que a União compense a Petrobras pela diferença.
5/ Temos alcançado recordes tanto na produção de petróleo e gás como no refino e comercialização de seus derivados, sempre inovando com sua tecnologia e o empenho dos petroleiros e petroleiras por cada vez mais eficiência e por uma pegada de carbono cada vez menor. Nos últimos dias, ultrapassamos grandes congêneres como BP e Equinor em valor de mercado, e alcançamos o recorde histórico da cotação das nossas ações, mesmo anunciando reduções racionais e compreensíveis na distribuição de dividendos.
6/ São ainda poucos meses, mas de muito trabalho, em diálogo constante com toda a sociedade, que tem visto a empresa comunicar ajustes nos seus preços e que tem cobrado que as nossas reduções também cheguem aos postos. Somos desafiados todos os dias a buscar produtos melhores, com preços competitivos, ao mesmo tempo em que aprimoramos a qualidade dos empregos que geramos e mantemos.
Tenho muito orgulho de ter recebido diretamente do Presidente Lula a missão de liderar a primeira empresa em que trabalhei (e da qual nunca me distanciei) em um momento tão importante para a construção de sua transição para uma nova fase histórica e fundamental. A Petrobrás merece uma gestão verdadeiramente preocupada com seu futuro e com o futuro do Brasil e do planeta, e todos os dias agradeço pela confiança depositada em mim e na diretoria que me acompanha nesta jornada desafiadora.
( da redação com informações de redes sociais. Edição: Genésio Araújo Jr.)