• Cadastre-se
  • Equipe
  • Contato Brasil, 28 de março de 2024 09:19:57
Em Tempo Real
  • 05/10/2021 07h43

    ECONOMIA: Campos Neto disse que o pico da inflação foi em setembro e que a questão da energia é um problema internacional

    Danilo Forte, que participou do evento na ACSP, disse que o aumento dos combustíveis tem que ser enfrentado no pacto federativo
    Foto: imagem de Streaming

    Campos Neto fala em evento na ACSP

    ( Publicada originalmente às 15h 00 do dia 04/10/2021) 

    (Brasília-DF, 05/10/2021) O presidente do Banco Central(BC), Roberto Campos Neto, participou nesta manhã do debate “Cenário Econômico e Agenda BC#” na Asscoaição Comercial de São Paulo.   Em meio as cobranças que se faz a autoridade monetária para fazer o enfrentamento da inflação, ele afirmou que o pico inflacionário de setembro deverá ser o maior em 12 meses e a tendência é haver um recuo.  Ele vê a questão dos preços da energia como uma questão internacional.

    O evento contou com a presença de membros da diretoria, personalidades do setor como Guilherme Afif Domingos, o ex-senador Heráclito Fortes e o deputado federal Danilo Fortes(PSDB-CE), entre outros.

    “Nós entendemos que, em termos de inflação de 12 meses, setembro deve ser o pico. A gente ainda tem uma inflação alta em setembro”, disse em palestra na Associação Comercial de São Paulo.

    O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial no país, chegou a 1,14% em setembro. A taxa é superior ao resultado de 0,89% de agosto e a 0,45% de setembro do ano passado. Com o resultado, a prévia da inflação oficial acumula taxas de 7,02% no ano e de 10,05% em 12 meses.

    Campos atribuiu a alta da inflação a “dois choques” ocorridos em 2020 e 2021. Segundo o presidente do BC, no ano passado o Brasil sofreu com um forte aumento dos preços dos alimentos associado a uma grande perda de valor do real em relação ao dólar.

    A inflação, neste 2021, está sendo puxada, de acordo com a análise de Campos, pelo aumento dos preços da energia. A gasolina, segundo o presidente do BC, continua subindo, apesar da quase estabilidade do preço do combustível a nível internacional, pela alta do etanol, que faz parte da composição vendida no Brasil, e o aumento dos valores dos fretes. “O etanol subiu mais de 40% no ano e o frete subiu também”, destacou.

    O deputado Danilo Forte afirmou que a questão dos combustíveis deve ser enfrentada numa revisão do pacto federativo.

    “O Brasil tem que refazer o Pacto Federativo. A Petrobras não pode ficar mudando o valor dos combustíveis ao sabor do que se define na Bolsa de Valores dos Estados Unidos e na Europa e os tributos não podem incidir da forma que eles estão se dando no Brasil.  Os Estados tem que sentarem com a União para enfrentarem a questão dos combustíveis. A tributação sobre combustíveis e energi impacta muito a atividade econômica especialmente neste momento de retomada da atividades econômica,  Deve ser feita uma repactuação. Eu estou propondo um tributo específico para ser compartilhado entre União, Estados e Municípios”, disse.

    Internacional

    Para Campos Neto, a inflação da energia é um fenômeno internacional que, nos países mais desenvolvidos economicamente, acontece por razões diferentes.

    “Por um lado, eu tenho mais demanda de bens, que geram mais demanda de energia. Por outro lado, eu tenho, de uma forma geral, os países querendo produzir menos energia, ou energia mais limpa interrompendo a produção de algumas fontes que não são tão limpas. A conjunção desses fatores está gerando uma inflação grande em alguns países e alguns problemas energéticos”, explicou.

    Para Campos Neto, o aumento generalizado de preços tem causado preocupação em diversas partes do mundo. “A inflação tem dado um susto bastante relevante em quase todos os países. Tanto a inflação ao produtor, quanto a inflação ao consumidor”, acrescentou.

    No Brasil, há ainda o reajuste de preços que está sendo feito pelo setor de serviços, que está ajustando os valores cobrados dos consumidores aos novos custos envolvidos com a inflação de outros setores. “Tinha um repasse represado que começa a aparecer”, enfatizou.

    Juros

    Campos, para fazer contensões, disse que o Banco Central tem agido rapidamente e reajustado os juros para conter a alta inflacionária.

    “A gente entende que tem um elemento de persistência maior [da inflação], por isso nós temos sido mais incisivos nos juros”, disse.

    Ele falou da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em fazer um avanço na taxa Selic em 1%.  A taxa está no nível mais alto desde julho de 2019, quando estava em 6,5% ao ano. Esse foi o quinto reajuste consecutivo na taxa Selic.

    “O Brasil tem que refazer o Pacto Federativo. A Petrobras não pode ficar mudando o valor dos combustíveis ao sabor do que se define na Bolsa de Valores dos Estados Unidos e na Europa e os tributos não podem incidir da forma que eles estão se dando no Brasil.  Os Estados tem que sentarem com a União para enfrentarem a questão dos combustíveis. A tributação sobre combustíveis e energi impacta muito a atividade econômica especialmente neste momento de retomada da atividades econômica,  Deve ser feita uma repactuação. Eu estou propondo um tributo específico para ser compartilhado entre União, Estados e Municípios adequado”, disse.

    ( da redação com informações de assessoria. Edição: Genésio Araújo Jr)


Vídeos
publicidade