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  • 07/04/2021 08h04

    FMI: Fundo estima crescimento mundial elevando-se a 6%, porém estima o Brasil avançando 3,7%

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    Foto: Arquivo da Política Real

    Fundo Monetário Internacional em sua sede nos EUA

    ( Publicada originalmente às 13h 56 do dia 06/04/2021) 

    (Brasília-DF, 07/04/2021) O Fundo Monetário Internacional(FMI)  anunciou nesta terça-feira, 6, novas projeções para as atividades econômicas e avalia agora uma recuperação mais robusta da economia mundial em relação as previsões de janeiro, com crescimento de 6% em 2021 (uma melhoria de 0,5 ponto percentual) e 4,4% em 2022 (uma melhoria de 0,2 ponto percentual), após uma contração histórica estimada em -3,3% em 2020.  O FMI divulgou em seu blog artigo de Gita Gopinath que é Conselheira Econômica e Diretora do Departamento de Estudos do Fundo Monetário Internacional (FMI), professora em Harvard, nos EUA.  O FMI projeta crescimento média de 6,7% para as economias emergentes, mas o Brasil deve crescer 3,7%.

    “A pandemia de Covid-19 já completou um ano e a comunidade internacional ainda enfrenta pressões socioeconômicas extremas, com um número crescente de vidas perdidas e milhões de pessoas ainda desempregadas. Contudo, apesar da elevada incerteza sobre a trajetória da pandemia, é possível vislumbrar sinais cada vez mais claros de uma saída desta crise sanitária e econômica. Graças à engenhosidade da comunidade científica, centenas de milhões de pessoas estão sendo vacinadas, o que deve impulsionar a recuperação de muitos países ainda este ano. As economias continuam também a se adaptar a novas maneiras de trabalhar apesar da mobilidade reduzida, o que significa uma retomada mais robusta do que o previsto em várias regiões. As perspectivas mais positivas decorrem também do apoio fiscal adicional aplicado nas grandes economias, principalmente nos Estados Unidos.”

    Sobre a revisão

    Gita Gopinath credita esse avanço nas projeção aos Estados Unidos que deverão avançar de forma robusta.

    “A revisão em alta das previsões de crescimento mundial em 2021 e 2022 resulta principalmente da melhoria das perspectivas nas economias avançadas, em especial os Estados Unidos (alta de 1,3 pontos percentuais). O país deve crescer 6,4% este ano e estima-se que será a única grande economia que em 2022 registrará um crescimento do PIB superior às previsões do cenário sem pandemia. Outras economias avançadas, como a área do euro, também devem se recuperar este ano, mas a um ritmo mais lento. Entre as economias de mercados emergentes e em desenvolvimento, projeta-se que a China cresça 8,4% este ano. A economia chinesa já havia retornado aos níveis do PIB pré-pandêmico em 2020, mas espera-se que muitos outros países só o façam em 2023.”, disse em seu texto divulgado no blog do FMI.

    Gita Gopinath também destacou recuperação desigual por conta da pandemia.

    “Essas trajetórias divergentes de recuperação provavelmente aumentarão a disparidade nos padrões de vida dos diferentes países em comparação com as expectativas pré-pandemia. Projeta-se que a perda média anual do PIB per capita no período 2020–24, em relação às previsões anteriores à pandemia, seja de 5,7% nos países de baixa renda e 4,7% nas economias de mercados emergentes; nas economias avançadas, a perda deve ser menor, de 2,3%. Essas perdas estão levando a uma reversão dos ganhos em termos de redução da pobreza: calcula-se hoje que 95 milhões de pessoas tenham engrossado o contingente de extrema pobreza em 2020 em comparação com as previsões pré-pandemia.”, afirmou.

    Elas destacou essas diferenças dentre dos países.

    “Essa recuperação desigual também acontece dentro dos países, uma vez que os trabalhadores mais jovens e os menos qualificados são os mais impactados. As mulheres também foram mais afetadas, sobretudo nas economias de mercados emergentes e em desenvolvimento. Considerando que esta crise acelerou as forças transformadoras da digitalização e automação, é provável que muitos dos empregos perdidos sejam permanentemente eliminados, exigindo uma realocação dos trabalhadores entre os setores – o que muitas vezes resulta em grandes perdas salariais.”, disse.

    Ela também destacou as incertezas especialmente por conta da maior ou menor vacinação.

    “Nossas projeções incorporam um grau elevado de incerteza. Progressos mais céleres na vacinação poderiam resultar em previsões mais positivas, enquanto uma pandemia mais prolongada, com variantes do vírus mais resistentes às vacinas, poderia levar a fortes revisões em baixa. Uma recuperação em várias velocidades também traria riscos financeiros caso as taxas de juros nos Estados Unidos subissem mais de forma imprevista. Isso poderia causar uma reversão desordenada das avaliações inflacionadas dos preços dos ativos, um aperto drástico das condições financeiras e a deterioração das perspectivas de recuperação, sobretudo em algumas economias de mercados emergentes e em desenvolvimento altamente alavancadas.”, disse a professora Gopinath

    A reação rápida das políticas em todo o mundo, na forma de apoio fiscal da ordem de 16 trilhões de dólares, impediu um desfecho muito pior. Segundo nossas estimativas, o grave colapso ocorrido no ano passado poderia ter sido três vezes maior se não fosse pelo apoio fiscal.

    Uma vez que conseguiu-se evitar uma crise financeira, espera-se que as perdas a médio prazo sejam menores do que após a crise financeira global de 2008, situando-se em cerca de 3%. Contudo, ao contrário daquela crise, desta vez as economias de mercados emergentes e países de baixa renda devem sofrer sequelas mais graves, em função da sua margem limitada para a aplicação de políticas de apoio.

    Nossas projeções incorporam um grau elevado de incerteza. Progressos mais céleres na vacinação poderiam resultar em previsões mais positivas, enquanto uma pandemia mais prolongada, com variantes do vírus mais resistentes às vacinas, poderia levar a fortes revisões em baixa. Uma recuperação em várias velocidades também traria riscos financeiros caso as taxas de juros nos Estados Unidos subissem mais de forma imprevista. Isso poderia causar uma reversão desordenada das avaliações inflacionadas dos preços dos ativos, um aperto drástico das condições financeiras e a deterioração das perspectivas de recuperação, sobretudo em algumas economias de mercados emergentes e em desenvolvimento altamente alavancadas.

    Ela faz uma finalização, leia:

    “No plano internacional, os países precisam, antes de mais nada, trabalhar juntos para garantir a vacinação universal. Alguns países já terão assegurado a imunização generalizada em meados deste ano, enquanto a maioria, sobretudo os países pobres, provavelmente terá que esperar até o final de 2022. Acelerar a vacinação exigirá medidas para agilizar a produção e distribuição de vacinas, evitar a aplicação de controles de exportação, financiar integralmente a iniciativa COVAX da qual muitos países de baixa renda dependem para obter acesso aos imunizantes e assegurar uma transferência equitativa das doses excedentárias entre os países.

    As autoridades devem também continuar a assegurar o acesso adequado à liquidez internacional. Os principais bancos centrais devem fornecer orientação clara sobre suas ações futuras, com ampla antecedência, para evitar eventos inesperados como o temper tantrum de 2013. Os países de baixa renda serão beneficiados com o prolongamento da pausa no pagamento da dívida no âmbito da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida e a operacionalização do Quadro Comum do G-20 para a reestruturação ordenada da dívida. Uma nova alocação de direitos especiais de saque do FMI assegurará a proteção de liquidez necessária em tempos altamente incertos.

    Mesmo com todas as atenções voltadas para a pandemia, é essencial avançar na resolução das tensões comerciais e tecnológicas. Os países devem também cooperar na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, na modernização da tributação internacional das empresas e nas medidas para limitar a transferência de lucros e a evasão e elisão fiscais entre fronteiras.

    Ao longo do ano que passou, testemunhamos inovações significativas na política econômica e a intensificação maciça do apoio no plano nacional, especialmente entre as economias avançadas que dispunham de recursos para bancar essas iniciativas. Um esforço não menos ambicioso é agora necessário na esfera multilateral para garantir a recuperação e construir um futuro melhor. Sem esforços adicionais para dar a todos uma oportunidade justa, a disparidade nos padrões de vida entre os países poderia aumentar consideravelmente, revertendo os progressos feitos nas últimas décadas para reduzir a pobreza mundial.”,diz o texto da professora.

    ( da redação com informações de assessoria. Edição: Genésio Araújo Jr)


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