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  • Contato Brasil, 28 de março de 2024 08:02:48
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  • 21/01/2021 07h41

    SUCESSÃO NA CÂMARA: Baleia Rossi, em vista ao RS, diz que decidirá se aceita, ou não, impeachment de Bolsonaro; ele criticou a política internacional do governo e minimizou a perda de apoio do PSL

    Emedebista não quis comentar fala do presidente de que a democracia depende das Forças Armadas; ele defendeu também a priorização na pauta da Câmara da reforma tributária, da prorrogação do auxílio emergencial e da vacinação para todos
    Foto: Imagem de assessoria

    Baleia Rossi deu coletiva em Porto Alegre

    ( Publicada originalmente às 17h 26 do dia 20/01/2021) 

    (Brasília-DF, 21/01/2021) Em visita ao Rio Grande do Sul nesta quarta-feira, 20, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), candidato à presidência da Câmara, disse que decidirá se aceita, ou não, os quase 60 pedidos de impeachment que tramitam naquela Casa, contra o presidente da República Jair Bolsonaro(sem partido), e que aguardam desde 2.019 um parecer do comando do parlamento, seguindo os preceitos da Constituição federal. Na oportunidade, ele criticou ainda a atual política internacional que o governo brasileiro vem promovendo, além de minimizar a perda de apoio de quatro deputados do PSL anunciado nesta última terça-feira, 19.

    O emedebista não quis comentar ainda a fala do presidente brasileiro ocorrida na última segunda-feira, 18, a apoiadores e militantes que se encontravam no Palácio do Alvorada, de que a continuidade, ou não, da democracia no país depende das suas Forças Armadas (Aeronáutica, Exército e Marinha). Em entrevista coletiva após se reunir com parte da bancada federal gaúcha na Assembleia Legislativa daquele estado, Baleia Rossi defendeu também a priorização na pauta da Câmara dos Deputados para a partir de fevereiro a votação da reforma tributária, da prorrogação do auxílio emergencial, ou um reforço junto ao programa Bolsa Família para atender os mais de 67 milhões de trabalhadores brasileiros, que se encontram em situação autônoma e informal, além da busca para garantir uma vacinação para todos no país contra o novo coronavírus (covid-19), que já matou mais 211 mil brasileiros e interrompeu negócios.

    “A minha candidatura é fruto de uma frente ampla de 12 partidos mais à esquerda, mais à direita, do centro, que tem como alicerce alguns pilares como a defesa da democracia, das instituições e, principalmente, uma Câmara autônoma e independente. Eu acredito que desta forma a Cãmara federal pode ajudar muito mais a retomada da nossa economia. A gente tem uma pauta de Brasil para que a gente possa gerar empregos e renda, que é uma grande preocupação, que nós temos após a superação da pandemia”, iniciou.

    “Como presidente e como candidato a presidente, eu não acredito que seja uma bandeira de qualquer deputado o impeachment, o impedimento, de um presidente [da República]. A nossa candidatura não é uma candidatura de oposição, é uma candidatura muito bem colocada para garantir a independência da Câmara federal. Portanto, como presidente da Câmara, nós vamos agir rigorosamente dentro da Constituição”, complementou.

    Ações anti-democráticas

    Questionado sobre as várias falas de Bolsonaro sobre o apoio dele em iniciativas anti-democráticas, o emedebista preferiu não responder.

    “Eu fico muito a vontade para falar sobre a defesa da democracia e do Estado Democrático de Direito por que o MDB, ele nasceu enquanto Movimento Democrático Brasileiro na defesa da democracia contra um estado totalitário à época e conseguiu trazer junto com todas as forças políticas do Brasil, hoje uma democracia absolutamente madura. Todas vezes que grupos radicais atentaram contra à democracia, ou atentaram contra às instituições, eu me recordo quando o Supremo Tribunal Federal foi atacado, o MDB e como presidente nacional do MDB, nós sempre tivemos uma postura muito clara de mostrar que não há caminho para o Brasil se não pela democracia. Portanto, eu não quero individualizar nenhuma ação, nenhuma postura, mas entendo que o parlamento tem que ser a resistência da defesa da democracia em qualquer momento em que ela for atacada”, falou.

    Reforma tributária

    De acordo com o emedebista paulista, a sua grande aposta para o Brasil retomar o crescimento econômico é a aprovação de uma reforma tributária, a qual ele é um dos autores e um dos maiores defensores.

    “Nós temos que pensar que neste momento em que estamos vivendo de pós-pandemia, o Brasil vai estar mais pobre, mais desigual, vai ter mais dificuldades por que a gente vive [além de] uma crise sanitária muito grave, que é uma crise mundial, não é só do país, mas vivemos também uma crise econômica sem precedentes. Portanto a Câmara dos Deputados tem uma responsabilidade com uma pauta de Brasil, com uma pauta de retomada do crescimento econômico. Eu acho que a reforma tributária, que eu sou autor da PEC 45, com os ajustes necessários do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que é o nosso relator, já fez ajustes com os estados, com os municípios, com o próprio governo federal, com a PEC que tramita no Senado, com a proposta do Paulo Guedes, acho que a reforma tributária está absolutamente madura para ser votada. Acho que é a reforma que vai poder melhorar o ambiente de negócios, vai poder fazer com que o nosso sistema tributária, que é esdrúxulo, fique mais simples e que facilite as pessoas empreenderem no Brasil”, comentou.

    Vacinação para todos

    Assim como defendeu que apenas com uma vacinação em massa contra o covid-19 será possível retomar a “vida normal”, de como era antes da pandemia.

    “É importante que a população saiba que não há retomada da economia, da esperança de uma vida como era antes, sem que haja a vacinação. E a vacina é segura, é a esperança que a gente tem de o Brasil voltar a ter crescimento e as pessoas terem a esperança de um futuro melhor”, observou.

    Auxílio emergencial

    E para ajudar os brasileiros mais vulneráveis, Baleia Rossi deu a entender que caso seja eleito presidente da Câmara, fará todo o possível para que o país prorrogue o auxílio emergencial enquanto a vacina não imuniza a maioria da população.

    “Eu entendo que como virou o ano e a pandemia não acabou, que o governo federal, através do ministro Paulo Guedes, deve reunir todos os esforços para buscar um espaço dentro do teto [de gastos], dentro da responsabilidade fiscal, mas priorizando ou o reforço do Bolsa Família, ou uma [prorrogação] do auxílio emergencial, neste período, enquanto não houver a vacinação em massa. Eu acho que o atendimento aos vulneráveis tem que ser sim uma prioridade do governo federal, como será da Câmara federal”, defendeu.

    Baleia Rossi ao lado de Alceu Moreira que comanda o MDB no RS

    Relações exteriores

    Sem citar nominalmente o nome do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, o emedebista disparou uma sequência de várias críticas a atual política internacional que vem sendo adotado, desde 2.019, pelo governo do presidente Bolsonaro.

    “Acho que a relação com os demais países, principalmente, com os países que são parceiros comerciais, devem ser uma prioridade, uma boa relação. Infelizmente, acho que a política externa brasileira em termos de relação com esses países não vai bem. Não há uma preocupação com a Índia, nós tivemos problemas, com a China, nós tivemos problemas. Lembrando que a China é o grande parceiro comercial, principalmente, no agro. Então existe essa preocupação. Acho que a condução, ela precisa ter mais moderação, mais diálogo, menos ideologia política e mais relação comercial. O Brasil sempre teve essa característica de excelente relação com os demais países. Portanto, não há motivo para essa mudança e eu acredito que essa política externa e de relação com os outros países precisa mudar”, abordou.

    PSL

    Por fim, o emedebista avaliou que a perda de apoio de quatro deputados do PSL não mudam em praticamente o quadro, visto que o ex-partido do presidente brasileiro está “bem dividido internamente”, com parlamentares bolsonaristas optando pelo seu principal adversário na corrida pelo comando da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL), e com os parlamentares mais independentes com relação ao governo Bolsonaro aderindo a sua candidatura.

    Mesmo com o anúncio feito nesta terça-feira, 19, pelo deputado Vítor Hugo (PSL-GO), de que com os 19 deputados do PSL, que não estão suspensos da legenda, apoiam Lira e apenas 16 mantém o apoio a ele, levaram a legenda a sair do seu bloco, o emedebista continua contabilizando esta agremiação partidária entre os 12 partidos que lhe apoiam na eleição interna da Câmara, que são Cidadania, DEM, MDB, PCdoB, PDT, PT, PSB, PSDB, PSL, PV, Rede Sustentabilidade e Solidariedade.

    “Eu estou muito confiante na vitória. Claro que é uma eleição que vai ocorrer no dia 1º de fevereiro em turno só e com muita humildade, eu vou conversar com cada um dos parlamentares. Nós tivemos, nesta semana, a vinda do Solidariedade com 14 deputados para o nosso bloco. Passamos de 11 para 12 partidos. A questão do PSL é uma discussão, já que leva algum tempo, por que nós temos dentro do PSL deputados que estão afastados e que já declararam, que irão com o candidato nosso adversário. Portanto, não me preocupa. Isso já é algo esperado. Nós sabemos que o PSL tem uma divisão interna e não houve nenhuma mudança, não haverá nenhuma mudança, por que nós já temos essa clareza que é uma bancada que está dividida. Então não há nenhuma mudança na nossa estratégia”, finalizou.

    (por Humberto Azevedo, especial para a Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)

     


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