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- Contato Brasil, 23 de abril de 2024 10:38:46
( Publicada originalmente às 12h02 do dia 19/01/2021)
(Brasília-DF, 20/01/2021) O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) anunciou nesta terça-feira, 19, que solicitou uma audiência com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, para tratar a respeito sobre o atraso no envio de insumos daquele país que são consideradas fundamentais para a fabricação de vacinas no Brasil.
De acordo com representantes do Instituto Butantan e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsáveis pela fabricação da coronavac e do imunizante produzido pela farmacêutica Astrazeneca, no Brasil, a demora na chegada dos princípios ativos, comuns nas duas vacinas, pode comprometer o Plano Nacional de Imunização (PNI) contra o novo coronavírus (covid-19) iniciado nesta semana com aproximadamente dez milhões de doses da coronavac importadas da China e que devem terminar nas próximas semanas.
Os representantes do Butantan e da Fiocruz afirmam que os insumos já estão prontos para serem embarcados para o Brasil. Mas o despacho depende de uma aprovação final por parte do governo chinês. De acordo com Maia, o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria implodido as relações com o governo chinês a partir das declarações constantes do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e dos filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos), contra aquele país.
"O governo brasileiro interditou a relação com a China. Só fazem ataques ao embaixador. Agora está provada a importância do diálogo diplomático. Precisamos ao menos saber o que está acontecendo, qual é a razão de os insumos não chegarem ao Brasil (...) Tenho certeza de que não há ato político da China contra o Brasil. Mas precisamos compreender o que está acontecendo. Sem os insumos da China, não teremos vacina", disse Rodrigo Maia em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
Procurado pela reportagem da Política Real, a assessoria do parlamentar fluminense do DEM informou que não previsão do ainda presidente da Câmara se pronunciar oficialmente sobre o encontro com o embaixador chinês. "Ele [Maia] nem avisou para a gente a hora desse encontro", disse uma assessora. Já o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) está propondo que uma delegação parlamentar converse com a diplomacia chinesa para negociar a chegada dos insumos.
(por Humberto Azevedo, especial para a Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)