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  • 18/12/2020 08h01

    VACINAS: “Não fizemos o dever de casa”, lamenta Marcelo Castro ao avaliar situação da pandemia do novo coronavírus no Brasil

    Ex-ministro da Saúde no governo Dilma, o emedebista piauiense lamentou, ainda, o país estar envolto em discussões “filosóficas, ideológicas, religiosas [e] morais”, ao invés de caminhar unido no enfrentamento da doença
    Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

    Senador Marcelo Castro já foi ministro da Saúde

    ( Publicada originalmente às 13h 04 do dia 17/12/2020) 

    (Brasília-DF, 18/12/2020) O senador Marcelo Castro (MDB-PI) lamentou nesta quinta-feira, 17, durante a audiência da comissão externa do Senado Federal que monitora a situação da pandemia do novo coronavírus (covid-19) no Brasil, que todas as autoridades do país não souberam fazer o devido “dever de casa” para controlar a doença, que já matou mais de 183 mil brasileiros.

    A audiência ouviu diversas autoridades da saúde pública brasileira, onde todos demonstraram preocupação com o recrudescimento e até mesmo um aumento nos casos de infecção, em virtude das festas de final de ano, que podem levar o país a ter números recordes de óbitos.

    Ex-ministro da Saúde no governo da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), o emedebista piauiense lamentou, ainda, que o país esteja envolto em discussões “filosóficas, ideológicas, religiosas [e] morais”, ao invés de caminhar unido no enfrentamento da doença.

    “O fato é que nós, em algum momento, não fizemos o dever de casa. Não estou criticando A, B ou C. Mas, se nós somos o segundo país do mundo em número de mortes, e não somos o segundo país do mundo em número de habitantes, evidentemente não tratamos este problema com a gravidade, com a seriedade, com a urgência com que ele precisaria ter sido cuidado. Não estou aqui jogando pedra em ninguém, nem acusando ninguém, estou constatando fatos”, falou o senador piauiense.

    “Nós aqui [no Brasil], infelizmente, ainda estamos envoltos em questões filosóficas, ideológicas, religiosas, morais, se a vacina deve ser obrigatória, se não deve ser, se precisa assinar um termo de responsabilidade, se não, quando os outros países já estão tomando as providências para serem vacinados”, complementou o ex-ministro da Saúde.

    Convivência com a doença

    Vice-presidente de produção e inovação em saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Marco Krieger, que atua em parceria com a universidade inglesa de Oxford para desenvolver a vacina produzida pelo laboratório suíço Astrazeneca, da qual o governo brasileiro já comprou antecipadamente 100 milhões de doses a serem entregues, ressaltou que junto a imunização da população à doença será preciso que a humanidade passe a conviver com ela, agindo sobretudo nos mecanismos de precaução que vão desde medidas de limpeza, higiene e segurança sanitária até o reforço no sistema imunológico de cada uma das pessoas.

    “É uma doença que agora está fazendo seu primeiro aniversário, tínhamos lacuna de conhecimento, mas precisávamos acelerar, de forma inédita, a pesquisa, o desenvolvimento tecnológico, os ensaios clínicos, mas fazendo isso com a segurança do que é necessário para qualquer produto para uso em saúde e também com uma questão muito importante que era nos prepararmos para a produção, mesmo antes de termos um produto. Estávamos desde maio imaginando o cenário que iríamos viver nos próximos meses. Termos obtido sucesso nesse desenvolvimento tecnológico não significa que tenhamos bilhões de doses de vacinas disponíveis para que a humanidade possa utilizar para esse enfrentamento”, observou.

    Plano nacional

    O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Eduardo de Oliveira Lula, que também é secretário de Saúde do governo de Flávio Dino (PCdoB), no Maranhão, comemorou o anúncio do Ministério da Saúde desta última quarta-feira, 16, que lançou o programa nacional de operacionalização de vacinas com o objetivo de fazer uma só campanha de vacinação, ao invés de campanhas estaduais de vacinação como vinha se desenhando.

    “Se nesse momento a gente passasse a ter estados com programas em paralelo, municípios com programas em paralelo, cada um com um plano de vacina a um tempo, Estados começando a vacinação em momentos diversos, a gente correria o risco de ter uma perspectiva muito pior, que seria a gente ter uma guerra de todos contra todos”, comentou.

    Organização das vacinas

    Por fim, a vice-presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Cristiane Martins Pantaleão, observou a necessidade de catalogar as vacinas que serão aplicadas no Brasil para garantir eficiência e organização aos imunizantes. Visto, que segundo ela, uma pessoa poderá receber inicialmente a vacina ‘a’ e depois a vacina ‘b’, e mais tarde a vacina ‘c’ e até mesmo a vacina ‘d’.

    “Por isso, a gente vem discutindo, de uma maneira bem próxima do Ministério, para que a gente consiga organizar um sistema de informação para facilitar a vacinação na ponta, para que esse não seja um problema na hora vacinação em si. Uma das ideias, inclusive, a gente sabe que há uma possibilidade de virem várias vacinas, é que a gente consiga colocar por cores, porque é difícil, na hora da vacinação, a pessoa conseguir identificar de que laboratório é a vacina que tomou, porque, dependendo da vacina, vai haver um tempo, um prazo entre a primeira e a segunda doses. Portanto, buscamos ferramentas que facilitem a organização disso na ponta. A gente está fazendo todas essas discussões para facilitar”, completou.

    (por Humberto Azevedo, especial para a Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)

     

     

     


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