( Publicada originalmente às 19h 50 do dia 29/10/2020) 

( reeditado) 

(Brasília-DF, 30/10/2.020) Em visita ao estado do Maranhão nesta quinta-feira, 29, o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) voltou a reafirmar que não tem mais corrupção no governo federal, desde que tomou posse a frente da gestão da máquina pública nacional, em janeiro de 2.019.

A declaração de Bolsonaro aconteceu em solenidade realizada na cidade de Imperatriz, 613 quilômetros da capital maranhense, onde inaugurou o novo panelódromo, uma espécie de centro comercial gastronômico, onde são servidos pratos típicos daquela região como a panelada, um preparo de carnes do intestino bovino com ervas e pimentas.

Inicialmente, Bolsonaro já afirmara que não existe mais corrupção no governo federal em evento no Palácio do Planalto realizado no último dia 7, quando destacara que acabara com a operação Lava Jato porque não há mais casos de corrupção na máquina federal a ser investigado, desde que tomou posse.

“Obras são essenciais. Nós estamos fazendo mais com menos, como disse o senador [Roberto Rocha (PSDB-MA)]. Não existe uma só notícia de corrupção em nosso governo, isso devemos obviamente [aos] ministros e [aos] parlamentares também, que trabalham em conjunto visando um só objetivo: o bem estar do seu estado e do nosso Brasil”, comentou o presidente.

Provocações

A fala de Bolsonaro foi vista como uma provocação ao governador do Maranhão, Fávio Dino (PCdoB), que após as primeiras declarações do presidente negando que haja casos de irregularidades na sua gestão, afirmou no último dia 15 que “Bolsonaro acabar com corrupção seria autoextermínio”.

“De um jeito inusitado, a verdade, mais uma vez, derrotou uma mentira de Bolsonaro. Ele sabe onde a corrupção está, sempre bem perto dele, nos círculos mais íntimos do seu transitório poder”, comentou o governador filiado ao Partido Comunista do Brasil.

Mais provocações

Paralelo as provocações se há, ou não, corrupção na gestão federal, o presidente brasileiro aproveitou que estava na terra de Dino e finalizou sua fala afirmando que retornará, em breve ao estado, depois de “mandar embora o comunismo do Brasil”.

Mas, antes, ele já tinha tentado fazer algumas piadas em solo maranhaense, como ao perguntar para um comerciante se todos os produtos que estavam ali a amostra, seria “de graça”, além de associar o rosado guaraná “Jesus”, muito consumido no estado, como um elemento que levaria pessoas a homossexualidade.

“Nós vamos, num curto espaço de tempo, mandar embora o comunismo do Brasil. Nós não aceitamos esse regime ditatorial onde o povo não tem vez. Nós somos a liberdade, nós somos aqueles que não têm medo da verdade”, emendou o presidente.

Procurado sobre as declarações de Bolsonaro em seu estado, Dino afirmou que Bolsonaro “com sua habitual falta de educação, fez piada e será processado”.

“Bolsonaro veio ao Maranhão com sua habitual falta de educação e decoro. Fez piada sem graça com uma de nossas tradicionais marcas empresariais: o guaraná Jesus. E o mais grave: usou dinheiro público para propaganda política. Será processado”, finalizou.

(por Humberto Azevedo, especial para a Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)