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  • 22/10/2020 08h17

    VACINA: Depois que Bolsonaro desautorizou General Pazuello, João Dória se pronuncia: "Agir contra [a vacina] é agir contra os brasileiros"

    O governador paulista pediu serenidade a Bolsonaro para vencerem juntos "o vírus" que "significa vacinar os brasileiros"; Dória falou ao lado de opositores e aliados do presidente brasileiro no Salão Azul do Senado
    Foto: Flick do Governo de São Paulo

    João Dória fala na Anvisa, em Brasilia

    ( Publicada originalmente às 15h 49 do dia 21/10/2020) 

    (Brasília-DF, 22/10/2.020) Após o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) atender apoiadores e o Ministério da Saúde voltar atrás na compra de doses da vacina chinesa produzida pelo laboratório Sinovac, em parceria com governo do estado de São Paulo, o governador paulista João Dória (PSDB) se pronunciou nesta quarta-feira, 21, e afirmou que "agir contra [a vacina] é agir contra os brasileiros".

    A declaração de Dória aconteceu no Salão Azul do Senado Federal, ao lado de opositores e aliados do presidente brasileiro, como os senadores Izalci Lucas (PSDB-DF), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), os deputados federais Vinícius Poit (Novo-SP), General Peternelli (PSL-SP) e o ex-deputado federal baiano e ex-ministro do governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), Antônio Imbassahy.

    No discurso, o tucano ressaltou que também estara ali junto com ele o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, e o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn. Na oportunidade, Dória pediu serenidade a Bolsonaro para juntos vencerem "o vírus" que "significa vacinar os brasileiros" e assim propiciar ao país a retomada da economia que tanto toda a população espera.

    "Ontem às três da tarde, aceitando um convite do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, [com] 24 governadores de estados [que] participaram virtualmente de uma reunião histórica, ao nosso ver, onde o ministro da Saúde acompanhado também por secretários do Ministério da Saúde, de líderes do governo no Congresso, deputado Ricardo Barros (PP-PR) e senadores Eduardo Gomes (MDB-TO) e Fernando Bezerra (MDB-PE), promoveram esta reunião reconciliatória, pacífica, construtiva e com base na ciência, no entendimento e na preocupação da população brasileira, o ministro da Saúde anunciou, como todos puderam acompanhar, que a vacina do [Instituto] Butantan, assim como outras vacinas da Fiocruz e outras que vierem ser aprovadas dentro do protocolo da Anvisa, seriam adquiridas para imunização dos brasileiros", iniciou Dória.

    "Houve o destaque, sim, da vacina do Butantan dado ao fato que neste momento é a vacina mais avançada e mais promissora contra a covid e ela está sob o cuidado do Instituto Butantan, que é comandado pelo Dimas Covas que aqui está. O Instituto Butantan tem 120 anos de existência, é o maior produtor de vacinas do Brasil, da América Latina, uma instituição de respeitabilidade internacional. Essa mesma instituição fez um acordo internacional com o laboratório privado Sinovac, com sede em Pequim para o desenvolvimento desta vacina, inclusive com transferência tecnológica para o Instituto Butantan. Dado isso fizemos o protocolo rigorosamente determinado pela Anvisa para a terceira e última fase de testes desta vacina. E por circunstâncias que todos sabem, essa vacina acabou sendo a mais avançada e classificada como a mais promissora das vacinas neste momento, na última fase de testagem aqui no Brasil", destacou o governador paulista.

    João Dória e equipe em visita a Anvisa ao lado de diretores da agência em coletiva

    Vacina de todos

    Dória afirmou que a vacina que o laboratório chinês Sinovac está produzindo em parceria com o Instituto Butantan é de todos os brasileiros e não só apenas dos cidadãos paulistas, de quem ele é governador.

    "A nossa posição como governador do estado de São Paulo é que a vacina do Butantan é a vacina do Brasil, é a vacina de todos os brasileiros. Nós não classificamos vacina com razões políticas, ideológicas, partidárias, ou eleitorais. Vacina significa vida e proteção ao povo brasileiro. Esta é a nossa visão. Aliás, desde o início nós defendemos as vacinas. A vacina do Butantan, a vacina de Oxford e outras vacinas que poderão vir cumprindo este mesmo protocolo. O Brasil não pode e não deve estar numa corrida pela vacina, mas sim pela vida. A cada dia que passa sem a imunização das vacinas, cerca de 700 brasileiros perdem a sua vida todos os dias. A economia não deslancha e a volta ao nornal não acontece. A volta ao normal acontecerá com a vacina e se possível com as vacinas", destacou.

    "Falo aqui na condição de governador eleito do estado de São Paulo, mas falo principalmente como brasileiro, como pai. E como pai, eu desejo que meus filhos tomem a vacina, que a minha família tome a vacina, desejo que meus vizinhos tomem a vacina, desejo que os brasileiros tomem a vacina. A vacina é que vai nos salvar, salvar a todos. Não é ideologia, não é política, não é processo eleitoral que salva, é a vacina. Eu peço a compreensão do presidente Jair Bolsonaro e o seu sentimento humanitário para que o seu ministro da Saúde agiu corretamente, agiu baseado na ciência, na saúde, na medicina e priorizando a vida dos brasileiros. Não há razão para censurar, recriminar um ministro da Saúde por ter agido corretamente em nome da ciência e da vida. A de aplaudi-lo como ele foi aplaudido ontem por 24 governadores de estados, por senadores e deputados que estavam presentes nesta reunião", recomendou.

    Momento de união

    O tucano ressaltou que o momento da vida nacional exige união entre todos, sem distinção ideológica, ou partidária.

    "O Brasil não pode viver em conflagração, mas do que nunca diante de uma pandemia. Precisamos viver numa união, na integração, na visão solidária de proteção aos brasileiros, principalmente aos que mais precisam, mais humildes, mais pobres, que precisam da vacina e que precisam da recuperação econômica. Agir contra isso é agir contra os brasileiros. Aproveito aqui na sede do Congresso Nacional, base da democracia brasileira para pedir ao presidente Jair Bolsonaro que tenha grandeza e que lidere o Brasil para a vida, para a saúde, para a subsistência, para a retomada de empregos, da economia e a paz. A nossa guerra é contra o vírus, não é na política e não pode, não deve, ser contra ninguém", reforçou.

    "Temos que vencer o vírus e vencer o vírus significa vacinar os brasileiros. É o que indica a ciência, é o que recomendam os médicos, especialistas e todos aqueles que amam a vida. Deixo aqui a minha mensagem como brasileiro, como cidadão, para que tenhamos paz no Brasil, entendimento e que a paz também possa chegar ao espírito e as atitudes do presidente da República do Brasil. Quero aproveitar para mencionar também que o próprio presidente da República sancionou em fevereiro deste ano uma lei de número13.979 pela qual prevê a obrigatoriedade da vacina. Este decreto foi assinado corretamente pelo presidente da República do Brasil com orientação pelo então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e até o presente momento este decreto está em vigor", lembrou.

    Em nome de todos

    Por fim, Dória falou que sua fala unira oposicionistas e aliados do governo federal para aquilo que é mais importante: imunizar a vida de milhões de brasileiros.

    "A vacina que salva é um direito de todos os brasileiros e é um dever dos democratas que estão aqui neste momento, senadores, deputados, cientistas, parlamentares e eu como governador de defender a vida dos brasileiros. Eram essas as palavras que tinha dizer a vocês e vou tomar a liberdade de pedir a manifestação de dois parlamentares que nos anfitrionam aqui: senador Izalci e senador Randolfe. E, na sequência, de forma clara e objetiva dois cientistas e médicos infectologistas do Hospital das Clínicas e do Hospital Emílio Ribas e hoje secretário da Saúde do estado de São Paulo: Jean Gorinchteyn, e o também cientista e presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas", encerrou.

    (por Humberto Azevedo, especial para a Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)

     


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