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- Contato Brasil, 24 de abril de 2024 02:23:56
( Publicada originalmente às 14h 35 do dia 07/10/2020)
(Brasília-DF, 08/10/2020) A Operação Lava Jato, nesta quarta-feira,7, deu sequência a sua 76ª fase numa ação conjunta com o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF), com o cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão na cidade do Rio de Janeiro. Dessa vez foi indentificado relacionadas a esquemas de corrupção na área comercial da Petrobras, especialmente no comércio de bunker, como é denominado o produto escuro usado como combustível de navio.
A investigação, relacionada aos possíveis ilícitos na relação de executivos de trading companies, auxiliados ou não por intermediários, com funcionários na ativa na época dos fatos, prossegue a atuação verificada em fases ostensivas anteriores e, por isso, é denominada “Sem Limites 3”.
As buscas objetivam, considerando-se que os elementos de provas sugerem que os investigados promoviam um verdadeiro rodízio no fechamento de operações com as empresas do setor - chegar aos executivos dessas outras companhias, além de outros funcionários envolvidos.
Essa é mais uma fase que se insere na frente destinada a investigar ilícitos praticados em negócios da área comercial da Petrobras, composta por várias gerências subordinadas à Gerência Executiva de Marketing e Comercialização, que por sua vez está situada imediatamente abaixo da Diretoria de Abastecimento.
No exterior
Um dos ex-funcionários da Petrobras requerido nas medidas cumpridas hoje foi responsável pelas negociações de combustíveis marítimos para os navios da estatal, próprios e afretados, que abasteciam no porto de Singapura. Tendo em vista a série de irregularidades cometidas, entre as quais, relacionamento impróprio com fornecedores e conflito de interesses, chegou a ser suspenso de suas atividades por 29 dias.
Provas
Entre as provas colhidas na investigação que fundamentam o pedido de busca e apreensão deferido pela Justiça Federal, destacam-se mensagens de SMS, e-mails, planilhas e uma série de invoices de uma das companhias envolvidas que demonstram, aliadas a diversas informações bancárias e fiscais, a existência de um sistemático esquema de pagamento de vantagens indevidas pelo menos de 2009 a 2013, e de conversão desses valores em bens de aparência lícita pelo menos até 2018.
O volume das operações comerciais é de difícil estimativa, tendo sido descoberto, contudo, que só em propina, uma das empresas envolvidas desembolsou US$ 8.171.739,41, por meio de doleiros, valor que supera R$ 45 milhões no câmbio atual.
O MPF diz que há elementos que indicam que um dos investigados recebeu indevidamente de um executivo de um das companhias realizadoras de negócios de combustíveis marítimos realizados com a Petrobras ao menos € 12.249,44 na forma de passagens aéreas e o pagamento de parcelas referentes a um contrato de membership (filiação) de um “clube de férias”, que permitiu ao ex-funcionário se hospedar em hotéis de altíssimo luxo ao redor do mundo. A investigação apontou, diz o MPF, que muito pagamentos pelos investigados foram feitos em espécie o que leva a crer que grandes valores foram pagos em vantagens indevidas.
( da redação com informações de assessoria. Edição: Genésio Araújo Jr)