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  • 01/10/2020 08h20

    MAIA X GUEDES: Presidente da Câmara e Ministro da Economia voltam a se atacar; ministro falou que presidente da Câmara tem acordo com as esquerdas, que respondeu: "desequilibrado"

    O parlamentar fluminense que preside a "Casa do Povo" recomentou, ainda, que o ministro da Economia assistisse "o filme 'A Queda'", que retrata os últimos momentos de Adolf Hitler a frente da Alemanha
    Foto: Arquivo da Política Real

    Paulo Guedes e Rodrigo Maia não cansam de de desentender

    ( Publicada originalmente às 19h32 do dia 30/09/2020) 

    (Brasília-DF, 01/10/2.020) O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltaram a se atacar nesta quarta-feira, 30. Enquanto o ministro falou que o presidente da Câmara "tem acordo com as esquerdas" para travar as privatizações, Maia respondeu: "desequilibrado". O deputado do DEM recomentou, ainda, que o ministro da Economia assistisse "o filme 'A Queda'", que retrata os últimos momentos de Adolf Hitler a frente da Alemanha nazista.

    O ambiente bélico entre os dois já persiste a tempos, mas ganhou novos contornos desde que o parlamentar fluminense afirmou a algumas semanas, quando da entrega do governo da reforma administrativa, que a partir daquele momento cortara oficialmente as relações com o ministro e que conversaria institucionalmente com o governo, apenas por meio dos líderes, deputado Ricardo Barros (PP-PR) e o senador Eduardo Gomes (MDB-TO), assim como com o ministro general Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo da Presidência da República.

    O novo imbróglio entre o "posto Ipiranga" do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) com o Maia aconteceu após Maia disparar nas redes sociais uma mensagem direta nesta última terça-feira, 29, em que pergunta por que o ministro "interditou o debate da reforma tributária". A declaração aconteceu após a área econômica do governo federal ter decidido deixar o debate sobre as mudanças na legislação fiscal, motivo de uma comissão mista no Congresso Nacional, para depois das eleições municipais. Um dos motivos do adiamento seria a tentativa de Guedes em criar um imposto sobre transações digitais aos moldes da antiga Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o que daria arrepios a empresários e seria considerado impopular pela classe política.

    Em resposta ao questionamento levantado por Maia, Guedes, então, declarou numa transmissão "ao vivo" em que o Ministério da Economia fazia para avaliar os novos dados sobre empregabilidade formal registrado no país pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), anunciado nesta quarta-feira, 30, que as "privatizações, estamos esperando também. Não há razão para interditar as privatizações. Há boatos de que haveria um acordo do presidente da Câmara com a esquerda para não pautar as privatizações. Nós precisamos retomar as privatizações, temos que seguir com as reformas".

    Após a declaração de Guedes, Maia, procurado pelo jornal "Folha de S. Paulo", disparou: "Paulo Guedes está desequilibrado. Recomendo ao ministro assistir o filme 'A Queda'". E depois dos supostos "boatos" levantados por Guedes, parlamentares do "centrão" e também da oposição ao governo vieram a público endossar e reforçar as críticas de Maia ao ministro da Economia. O mesmo fez a economista Elena Landau que atuou na equipe econômica do governo Fernando Henrique Cardoso e foi peça importante para o planejamento de realização de reformas estruturantes na década de 90.

    "Guedes agride Rodrigo Maia. Não o faz por sincera indignação. É cálculo. Guedes precisa de um pretexto para justificar o seu retumbante fracasso político na condução da economia. Rodrigo Maia é o seu álibi para a narrativa de transferir responsabilidade. Lamentável!", comentou o deputado Fábio Trad (PSD-MS).

    "Em complemento ao presidente [da Câmara] Rodrigo Maia: é o governo Bolsonaro todo que demonstra estar desequilibrado. Maia disse hoje que Guedes 'está desequilibrado' ao se defender de acusação de interditar privatizações na Câmara"

    "Segundo Guedes, Maia atrapalha as privatizações. Vamos então a uma pequena lista que não depende do Congresso: EBC (a TV do Lula); Telebras [Telecomunicações Brasileiras S.A]; Valec [Engenharia, Construções e Ferrovias S.A.]; Infraero [Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária], EPL [Empresa de Planejamento e Logística], Hemobras [Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia], só para começar. Mas aí tem que pedir licença para o ministro Tarcísio Gomes de Freitas e para o ministro das Telecomunicações [deputado Fábio Faria (PSD-RN)]. Com esses ele [Guedes] não fala grosso. Tem as [empresas] dos militares também. Teve uma Engeprom [Empresa Gerencial de Projetos Navais] que até colocou R$ 7,6 bilhões (valor dos Estádios do PT) no final do ano passado", provocou a economista Landau.

     

    (por Humberto Azevedo, especial para a Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)


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