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  • 18/09/2020 08h07

    Bolsonaro, em Coremas, na Paraíba - elogia agenda ambiental de seu governo, alvo de protestos no país e no mundo; presidente inaugurou usina fotovoltaica

    Presidente culpou, ainda, os índios e os habitantes das zonas rurais pelos incêndios que devastaram o pantanal e que ameaça a fauna local; Bolsonaro garantiu, ainda, que até o final do seu governo, em 2.022, “não haverá taxação” sobre a energia solar
    Foto: Alan Santos/PR) e Facebook de Efraim Filho

    Presidente Jair Bolsonaro fala na inauguração em usina na Paraíba

    ( Publicada originalmente às 15 h 25 do dia 17/09/2020) 

    (Brasília-DF, 18/09/2.020) Em visita ao município de Coremas, na Paraíba, para inaugurar a terceira unidade de uma usina de energia renovável, fotovoltaica, o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) elogiou a agenda ambiental que vem sendo tocada pelo seu governo e que tem sido alvo de protestos no país e no mundo. Bolsonaro desembarcou em Juazeiro do Norte(CE) e depois se deslocou a cidade cidade do Cariri Paraibano.

    Na oportunidade, o presidente culpou, ainda, os índios e os habitantes das zonas rurais pelos incêndios que vem devastando o pantanal e que ameaça a fauna local. Ele garantiu que os focos de incêndios mais danosos ao meio ambiente acontecem nos Estados Unidos e nos países do continente africano. Bolsonaro acusou, ainda, Organizações Não Governamentais (ONGs) que atuam na amazônia e no cerrado de tentarem evitar que o governo promova uma regularização fundiária nas regiões Norte e Centro-Oeste do país.

    Bolsonaro recebe apoio dos paraibanos de Coremas 

    “Nós sabemos que um país para se movimentar precisa de energia e o Brasil é um país que tem a quase totalidade, grande parte da sua matriz energética [é] de fontes renováveis. Nós temos aqui usinas hidrelétricas, eólica, solar, biomassa, entre tantas outras. O Brasil é o país que mais preserva o meio ambiente e alguns, não entendo como, é o país que mais sofre ataques vindo de fora no tocante ao seu meio ambiente. O Brasil está de parabéns na maneira como preservar esse seu meio ambiente”, falou durante o seu discurso.

    “Tem críticas desproporcionais à amazônia e ao pantanal, não é? [A] califórnia [nos Estados Unidos] está ardendo em fogo. A África tem mais foco [de incêndio] que no Brasil. Nós tentamos com a regularização fundiária resolver essa questão. Tem muita terra [em] que ONGs botou [sic] laranja aqui. Então, o lobby é enorme para você não fazer a regularização também. Agora, pega fogo [mesmo]. O índio toca fogo, o caboclo [também]. Tem a geração espontânea. No pantanal, 43 graus é a temperatura média. No ano passado, quase não pegou fogo. Sobrou uma massa enorme de vegetais mortos para isso que está acontecendo agora”, complementou o presidente.

    Bolsonaro ao lado de ministros, empresários e políticos da Paraíba antes de falar no evento

    Sem taxação da energia solar

    O presidente Bolsonaro garantiu, ainda, que até o final do seu governo, em 2.022, “não haverá taxação” sobre a energia solar, como foi proposta pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Ele comentou também a possibilidade do país estar próximo de começar a exploração de nióbio, mineral que hoje é cotado 400 vezes mais o valor do minério de ferro, e que, segundo ele, promete revolucionar mundialmente a indústria de baterias.

    “Há poucos meses apareceu um fantasma em nosso meio. O pessoal queria taxar o sol. Obviamente, nós sabemos que as agências são independentes e têm um valor muito importante para nós no Brasil. Logicamente, conversando com o ministro Bento, conversando com o presidente da Aneel, chegou-se à conclusão que essa proposta, até 2022 que nós vamos estar no governo, não será posta em prática. não haverá taxação do sol. [... Além de estarmos na] eminência de [liberarmos a exploração de nióbio que está para] sair da prancheta e se tornar realidade”, acrescentou.

    Sem máscara

    O presidente brasileiro chegou ao Nordeste desembarcando no aeroporto de Juazeiro do Norte, no Ceará. Na ocasião, foi recebido aos gritos de “mito” disparados por apoiadores que o aguardavam. Sem fazer uso de máscara de proteção facial para evitar a propagação do novo coronavírus (covid-19) que já matou mais de 134 mil brasileiros e provocando aglomeração, Bolsonaro cumprimentou os apoiadores com apertos de mãos e, em muitos casos, parando para tirar fotos com os populares.

    Na sequência, fez o traslado de 227 quilômetros entre a cearense Juazeiro do Norte até a paraibana Coremas de helicóptero, onde participou do cerimonial também sem fazer uso da máscara, assim como a maioria das demais autoridades que participaram da inauguração da usina fotovoltaica no município paraibano. Participaram da comitiva presidencial os ministros de Minas e Energia, Bento Albuquerque, da Secretaria de Governo da Presidência da República, general Luiz Eduardo Ramos, do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, e o líder do DEM na Câmara, deputado Efraim Filho (PB).

    Efraim Filho ao lado de André Nóbrega, da Aneel, no avião presidencial que os levou a Coremas

    Protestos

    A ida do presidente até Coremas, na região de Patos, na Paraíba, não lhe rendeu apenas o calor de apoiadores. Na chegada ao cerimonial da inauguração da terceira usina de energia solar, localizada no pequeno município de 15 mil habitantes, também contou com protestos.

    Cerca de 50 manifestantes estamparam faixas e cartazes com a pergunta onde estão os R$ 89 mil depositados por Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, na conta da primeira-dama, Michele Bolsonaro.

    Fabrício Queiroz e Flávio Bolsonaro são acusados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de organizarem um esquema de corrupção que seria abastecido com recursos de parte dos salários dos antigos funcionários do senador fluminense à época deputado estadual.

    Detalhes da obra

    A usina inaugurada por Bolsonaro faz parte do Complexo Solar de Coremas e vem sendo desenvolvida por investimentos privados, numa parceria da empresa dinamarquesa Nordic Power Partners e da empresa brasileira Rio Alto Energia. A obra conta com o apoio do Ministério de Minas e Energia (MME) e tem financiamento do Banco do Nordeste (BNB). O Complexo de energia solar localizado em Coremas terá ainda mais cinco unidades que serão instaladas até o ano de 2.028.

    Bolsonaro com empresários, funcionária do complexo e ministro do MME, Bento, fazem inauguração 

    O investimento total do Complexo é de R$ 482 milhões, sendo R$ 287 milhões de recursos financiados pelo BNB e R$ 195 milhões pertencentes da empresa dinamarquesa. Com a operacionalização das três unidades, o empreendimento tem a expectativa de produzir energia elétrica que abasteça o equivalente ao consumo de 55 mil pessoas, o que deve contribuir para a redução de 450 mil toneladas de emissões de gases de efeito estufa.

    “Nosso projeto em Coremas contribui para reduzir o aquecimento global ao mesmo tempo que promove o desenvolvimento do município. O Brasil é um país prioritário para nossa empresa e temos novos investimentos planejados para Pernambuco, Bahia e Paraíba” comentou Jens-Peter Zink, diretor da empresa dinamarquesa responsável pelo projeto.

    Exemplo de sustentabilidade

    O ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que o Brasil é um exemplo para o mundo em ações de sustentabilidade na geração de energia elétrica. O ministro destacou o potencial do Nordeste para as fontes renováveis de energia. Segundo ele, as fontes solar e eólica representam hoje cerca de 11% da capacidade de geração de energia do país.

    “Estamos vendo nesse período de pandemia alguns países com apagões e aqui estamos já há seis meses com segurança energética. As nossas fontes limpas e renováveis representam 85% da geração de energia elétrica brasileira enquanto a média no mundo é 24%. Isso é motivo de orgulho para todos os brasileiros. [Em] em 2030, [essa forma de energia] serão [responsáveis por] 25% [de toda energia do país]. Somente a região Nordeste contribui com 84% [deste potencial], o que mostra a força da região para o setor de energias renováveis”, discursou Albuquerque.

    (por Humberto Azevedo, especial para a Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)


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