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  • Contato Brasil, 25 de abril de 2024 18:11:54
Nordestinas
  • 19/03/2021 08h00

    Bolsonaro ataca Dória, Lula e Mandetta; presidente falou ainda que tem gente que pede para ele meter “o pé na porta”

    Bolsonaro falou também que o país é o quinto em número absoluto, no mundo, que mais vacinou, voltou a criticar a coronavac, diz respeitar a Anvisa, que “o país está dividido”, reclamou do ambiente bélico das redes sociais e do aumento da miséria
    Foto: Montagem Política Real

    Bolsonaro faz críticas a Henrique Mandetta, Luiz Inácio Lula da Silva e Joao Dória

    ( Publicada originalmente às 13h 54 do dia 18/03/2021) 

    (Brasília-DF, 19/03/2021) Em conversa nesta quarta-feira, 18, com um grupo de militantes favorável ao seu governo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atacou o governador de São Paulo, João Dória Jr. (PSDB), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o seu ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta (DEM). Na oportunidade, o presidente falou ainda que tem gente que pede para ele meter “o pé na porta” e implantar uma ditadura no país.

    Na conversa que durou mais de dez minutos, Bolsonaro falou também que o país é o quinto em número absoluto, no mundo, que mais vacinou, defendeu seu governo que, segundo ele, vai propiciar neste ano mais de 400 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus (covid-19), que já matou mais de 284 mil brasileiros, além de ter voltado a criticar o imunizante coronavac por, segundo ele, ter alcançado baixo índice de aprovação junto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da qual diz respeitar suas decisões.

    O presidente comentou também que “o país está dividido”, reclamou do ambiente bélico das redes sociais, criticando a agilidade dos internautas em atacá-lo mesmo sem saber do que se trata suas publicações e falou, por fim, do aumento da miséria no país que vem se alastrando desde março de 2.020, quando o país passou a enfrentar as consequências da pandemia que atualmente vem colapsando o atendimento hospitalar público e privado, com milhares morrendo na fila de espera pela internação de leitos em unidades de terapia intensiva (UTI).

    Coronavac

    “Como deu para a coronavac por 50 vírgula, não sei quanto, de por cento de chance. Um pouquinho a mais [menos] estaria abaixo dos 50%. Então quando no ano passado a gente queria comprar a vacina, eu pago depois de passar pela Anvisa, ninguém queria vender”, iniciou.

    Vacinação

    Bolsonaro defendeu a gestão do Ministério da Saúde na aquisição das vacinas.

    “Agora, nós somos em valores absolutos, não é em percentual, da população vacinada, o quinto país que mais vacinou. Se o Brasil fosse Israel já tinha vacinado 50%. lá tem nove milhões de habitantes. Agora tem país no mundo, dezenas, não sei quanto, que não se fala em vacina. Por que não se fala em vacina? Porque não tem dinheiro, não tem economia, países paupérrimos e nós estamos nos transformando num país de pobres aqui”, complementou.

    Pé na porta

    “Alguns querem que eu tome uma medida precipitada. O país está dividido. Há uma luta política ferrenha para 22”, comentou perguntando se a população não percebe que há um jogo político contra ele.

    “Será que isso não é suficiente para o povo entender que tem algo de muito errado, muito errado.Agora a gente está arrumando o negócio, os caras querem que metam o pé na porta. A gente não, meter o pé na porta é ditadura”, ameaçou.

    “E o povo brasileiro não conhece ditadura. Não sabe o que é ditadura. Sabe de um dos idiotas da esquerda que fica falando besteira o tempo todo aí. Os caras defendem Chavez, Maduro, o falecido Fidel Castro, defende lá o da Coreia do Norte e fala em democracia. Também. O pessoal pulava o muro era de um lado para o outro. Ninguém ia da Ocidental para a outra, era só e lá para cá e o outro é que era bom”, completou.

    Lula

    Ao criticar o ex-presidente Lula a quem chamou de “um dos maiores bandidos que passaram pelo Brasil”, Bolsonaro aproveitou para criticar indiretamente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, responsável, segundo ele, pela decisão colocar o petista novamente no cenário da disputa política.

    “Está aí um ministro do Supremo deu elegibilidade para um dos maiores bandidos que passaram pelo Brasil. Alguns falam o Supremo aí, foi um ministro, não falo Supremo. Absolvendo o Lula”, condenando.

    “Teve um cara que saiu da cadeia a pouco tempo que disse que graças a deus, lembra, esse vírus apareceu. O cara sai da cadeia e, agora, segundo o Datafolha, quem acreditar em pesquisa no Brasil é outro desmiulado, né? Disse que ele está com 30% das intenções de voto”, disse o presidente se referindo a uma entrevista que Lula concedeu e fez esta afirmação alegando que o coronavírus serviria para mostrar ao mundo o quando o Estado é necessário, sobretudo em momentos de crises como essa causada pela doença. Mais tarde, Lula se desculpou pela frase mal colocada em sua afirmação.

    PT

    Na sequência, Bolsonaro voltou as baterias para o Partido dos Trabalhadores, legenda do ex-presidente Lula, que, segundo ele, teria se aproveitado da corrupção.

    “Pessoal, uma coisa apenas, se os delatores entregaram mais de R$ 2 bilhões, é por que eles roubaram. Roubaram de quem? Não foi de uma empresa privada e de ninguém. Foi de empresa pública. Só isso aí já é o suficiente. Você pega as obras feitas no mundo todo de países ditatorias pelo PT. Centenas de bilhões usados, o BNDES para isso”, disparou.

    “Você vê a Petrobras, mas de R$ 200 bilhões de prejuízo com aquelas refinarias do Nordeste, duas, e aqui do Rio de Janeiro. Deitaram e rolaram. Os bancos oficiais, Caixa Econômica, Banco do Brasil, cada diretoria pertencia a grupo de pessoas. Estatais, os Ministérios também”, acusou.

    Redes sociais

    Posteriormente se mostrou irritado com o que os usuários das redes sociais andam dizendo sobe ele. E que os internautas não teriam paciência de não assistir aos vídeos que seu perfil publica nas plataformas cibernéticas e logo saem criticando e o xingando.

    “É difícil, uma garotada aí que foi contaminada por décadas de marxismo. Não quer saber a verdade. Eu boto muitas vezes no facebook um vídeo de cinco minutos e fico acompanhando, dá dois minutos tem 500 comentários. O cara não assistiu o vídeo e vai comentar e ele comenta falando, muitas vezes agredindo, ou às vezes elogiando, não sabe, não leu o vídeo. Ele quer ser um dos primeiros a comentar”, comentou mostrando-se impaciente.

    “A gente explica, por exemplo, no ano passado, em setembro se não me engano, o contrato de vacina, depois teve outubro, teve dezembro, teve uma MP em janeiro para vacina também, a previsão para esse ano é para termos 400 milhões de doses, daí o cara fala quero vacina, cadê a vacina? Ou cara é mal intencionado, ou mau-caráter, né? Ou é um imbecil! Você não consegue acompanhar, impressionante. Critica em cima da matéria, justo, sem problema nenhum, sou passível de erro, não é? Quem nunca errou na vida”, indagou pedindo uma espécie de clemência ao tribunal da internet.

    Mandetta

    Ao seu ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta, Bolsonaro se referiu como “queridinho” da TV Globo, segundo ele, uma de suas adversárias e inimigas.

    “A linha do queridinho da Globo aí o Mandetta: vá para casa e se sentir falta de ar vá para o hospital. Eu perguntei para ele: pera aí, você vai mandar para o hospital para fazer o quê? Tem remédio? Não tem. Para entubar, você vai entubar. Não vale a pena você tentar uma coisa antes?”, questionou os militantes.

    Dória

    Ao voltar a fazer a defesa do medicamento hidroxicloroquina, que não possui comprovação científica de que é eficaz contra o covid, Bolsonaro aproveitou para disparar críticas ao ex-gestor do comitê de crise em saúde do governo de São Paulo, David Uip, e também ao governador tucano paulista.

    “Agora, muitos desses que são contra, quando contrai, [toma na hora, diz um militante]. Você lembra o secretário de Saúde do Dória, o David Uip? Coisa mais clara, ele foi acometido e se safou. Aí perguntaram para ele o que ele usou. Isso aí é com o médico. Ele é médico também. Eu teria a maior honra do mundo. Eu tomei isso pessoal, vamos tomar. Ele ficou quieto por um projeto político do seu chefe [corte de edição] e depois apareceu a receita dele e ele processou a farmácia”, abordou.

    Miséria

    Por fim, Bolsonaro falou que a guerra que seus adversários políticos fazem contra ele aproveitando o novo coronavírus estaria levando o Brasil a miséria

    “O que está acontecendo, o pessoal está empobrecendo. Eu tenho um vídeo de um cara aí que está cozinhando no fogão à lenha uma panela de pressão, que disse que tinha milho lá dentro, e era o café, almoço e janta dele, da mulher e de três filhos. Estamos neste ponto. Pessoal passando mal, alguns passando fome, empregos foram destruídos e dificilmente a recuperação é muito difícil”, relatou.

    “Mas vai faltar. Por que se a economia não rodar, a arrecadação cai. Vai faltar. Alguns acham que tem que ter o auxílio emergencial eterno enquanto durar a pandemia”, finalizou com a afirmação de um militante bolsonarista que ali estava presente dizendo ser contra “esse auxílio”.

    (por Humberto Azevedo, especial para a Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)


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