• Cadastre-se
  • Equipe
  • Contato Brasil, 28 de março de 2024 07:44:02
Nordestinas
  • 23/12/2020 08h12

    STF poderá investiguar suposta interferência de Bolsonaro para deter investigações contra filho, acusado de desviar parte dos salários de funcionários

    Ação petista no Supremo quer, ainda, que o diretor da Abin, Alexandre Ramagem, seja afastado do cargo até o esclarecimento se o órgão produziu, ou não, relatórios com objetivo de tentar impedir o avanço das investigações contra Flávio Bolsonaro
    Foto: Arquivo da Política Real

    STF poderá investigar por provocação do PT

    ( Publidada originalmente às 22h 15 do dia 22/12/2020) 

    (Brasília-DF, 23/12/2.020) A presidenta do diretório nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada Gleise Hoffmann (PR), acionou nesta terça-feira, 22, com uma ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), para que àquela corte determine o início de uma investigação para saber se o presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem Partido), interferiu, ou não, junto a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com o intuito de parar as investigações do Ministério Público do estado do Rio de Janeiro (MPRJ) contra o seu filho, senador Flávio Bolsonaro (Rep-RJ), acusado de desviar parte dos salários de ex-funcionários na época em que era deputado estadual.

    Na ação apresentada ao Supremo, a petista quer, ainda, que o diretor da Abin, Alexandre Ramagem, seja afastado do cargo até o esclarecimento se o órgão produziu, ou não, relatórios com objetivo de tentar impedir o avanço das investigações contra Flávio Bolsonaro. Ramagem é o mesmo personagem que levou o ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, a pedir demissão do cargo após, segundo ele, sofrer pressão do presidente brasileiro para que o indicasse ao comando da Polícia Federal (PF) com o intuito de paralisar os inquéritos contra Flávio apurados por policiais federais.

    De acordo com a dirigente nacional do PT, os episódios até aqui registrados pela imprensa mostrariam “grave desvio de finalidade [por parte do presidente da República, assim com por parte da Abin], para atender interesses privados do filho do chefe da nação, deturpando e maculando a função e o interesse públicos”. O processo se baseia em reportagem da revista “Época” sobre uma estrutura paralela de dentro do órgão para produzir relatórios informais destinados a orientar os advogados de Flávio Bolsonaro.

    “O afastamento de Alexandre Ramagem é medida da mais alta relevância, notadamente em razão da sua predisposição para a manipulação e uso de meios escusos que possam servir de suporte à defesa do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República, de modo a favorecê-lo, pessoal e materialmente, para que se livre do alcance da lei e da justiça. Em razão da omissão de quem tanto poderia se contrapor, conclui-se, por decorrência lógica, que o diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, age por determinação do presidente da República, no interesse de proteger o seu filho, ora acusado de chefiar uma organização criminosa no já citado caso Queiroz e das ‘rachadinhas’ na Alerj, fatos suficientemente graves para determinar o [seu] afastamento, sem prejuízo da instalação de investigações que podem ter como consequência não só a condenação deste, mas [também no] impedimento do presidente da República, dado os fortes indícios do cometimento de crime de responsabilidade”, argumenta Hoffmann na ação entregue ao Supremo.

     

    (por Humberto Azevedo, especial para a Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)

     

     

     

     


Vídeos
publicidade