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Nordestinas
  • 04/09/2020 10h30

    SAUDE: Pesquisa mostra que perto de 70% dos brasileiros procuram sistema público de saúde e 46,8% procuram unidades básicas de saúde; veja a íntegra da PNS

    Veja mais informações
    Foto: Basil de Fato

    Quase 70% das pessoas procuram o SUS

    (Brasília-DF, 04/09/2020) O IBGE(Instituto Basileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta sexta-feira, 4, sua Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 mostrando que quase 70% dos brasileios( 69,8%) quando tem um problema de saúde procuram um estabelecimento público.  Apenas 28,5% da população do país (59,7 milhões de pessoas) tinham algum plano de saúde, médico ou odontológico em 2019.

    A pesquisa revela que as pessoas são fiéis aos seus hábitos pois quando buscam serviços de saúde, 76,5% das pessoas costumavam procurar o mesmo lugar, médico ou serviço de saúde. Dentre os tipos de estabelecimentos indicados, a Unidade Básica de Saúde (UBS) foi a mais citada, com 46,8%, chegando a 55,3% no Norte e 54,1% no Nordeste.

    Na população com rendimento mensal de até ¼ de salário mínimo, somente 2,2% tinham plano de saúde médico. Já na faixa de mais de cinco salários mínimos, 86,8% tinham plano.

    Quanto as pessoas que tinham plano de saúde médico, 46,2% eram titulares que pagavam os seus custos diretamente ao plano, enquanto 45,4% dependiam parcial ou integralmente do empregador para pagar os custos.

    Em 2019, 60,0% dos domicílios estavam cadastrados em Unidade de Saúde da Família (44,0 milhões de domicílios), um aumento de 6.7 p.p. em relação a 2013, quando eram 53,3% de domicílios cadastrados (34,6 milhões). Dos domicílios cadastrados há um ano ou mais, 38,4% (15,4 milhões) receberam visita mensal de Agente Comunitário de Saúde ou membro da Equipe de Saúde da Família. Esse percentual caiu consideravelmente frente a 2013 (47,2%), embora a quantidade de visitas fosse menor (14,1 milhões). Ou seja, o total de domicílios cadastrados aumentou mais do que a realização de visitas.

    A pesquisa mostrou que 8,1% da população (16,9 milhões de pessoas) deixaram de realizar atividades habituais por motivo de saúde nas duas semanas anteriores à entrevista, percentual superior ao de 2013 (7,0%). Problemas nos ossos e articulações foi o principal motivo (25,1%), seguido de problemas respiratórios (21,0%).

    Em relação às internações, 6,6% da população (13,7 milhões) ficaram internados em hospitais por 24 horas ou mais nos doze meses anteriores à entrevista. Dessas internações, 64,6% (ou 8,9 milhões) foram no Sistema Único de Saúde (SUS).

    PLANOS DE SAUDE 1

    Em 2019, 59,7 milhões de pessoas (28,5% da população) tinham algum plano de saúde, fosse este médico ou odontológico. A cobertura era similar entre homens (27,4%) e mulheres (29,5%).

    Somente 2,2% das pessoas com rendimento de até ¼ de salário mínimo tinham algum plano de saúde médico, indicando que essa população depende mais da saúde pública. Por outro lado, 86,8% das pessoas que recebiam mais de cinco salários mínimos mensais estavam cobertas por algum serviço de saúde suplementar médico.

    Quanto maior o nível de instrução, maior foi a cobertura do plano de saúde, variando de 16,1% (sem instrução ou com fundamental incompleto) a 67,6% (nível superior completo), o que também acompanha a diferença por rendimentos.

    Além das diferenças por grupos de renda e instrução, foram verificadas as proporções de cobertura de 20,1% para pardos, 21,4% para pretos e 38,8% para brancos. Em relação a 2013, somente as pessoas pardas, que apresentavam naquele ano proporção de 18,7%, tiveram alteração estatística significativa, registrando um acréscimo de 1,4 p.p. 

    Entre as regiões, Sudeste (34,9%) e Sul (30,5%) despontavam com as maiores coberturas proporcionais às suas populações. Entre as Unidades da Federação, destacaram-se São Paulo (38,4%) e Distrito Federal (37,4%).

    PLANOS DE SAÚDE 2

    Das pessoas que tinham plano de saúde médico, 46,2% eram titulares que pagavam os seus custos diretamente ao plano, enquanto 45,4% dependiam parcial ou integralmente do empregador para pagar os custos: 30,9% dividiam as despesas com o empregador e, para 14,5%, o empregador pagava integralmente o plano.

    A cobertura de plano de saúde odontológico era bem menos abrangente do que a do tipo médico: 12,9% contra 26,0%. Mesmo nas faixas de rendimento mais elevadas, o plano de saúde odontológico foi adquirido por, aproximadamente, um terço das pessoas.

    Quase todos os planos médicos cobriam consultas (99,1%) e exames (98,3%) e despesas com internações (91,6%), mas apenas 77,6% davam cobertura para partos.

    Entre os residentes que tinham algum plano de saúde, 77,4% avaliaram o plano de saúde médico principal (ou único) como bom ou muito bom, com grande variação entre o Nordeste (72%) e o Sul (80,4%). Por grupos de idade, a população idosa (de 60 anos ou mais) foi a que verificou menor proporção nesses termos de satisfação com o serviço suplementar (75,9%). A população preta foi a que aferiu menor proporção com avaliação boa ou muito boa de seu plano de saúde (73,9%), ficando abaixo da avaliação da branca (78,5%).

    FAMÍLIAS

    Cadastro em unidade de saúde da família abrange 60% dos domicílios

    Em 2019, 60,0% dos domicílios (ou 44,0 milhões) estavam cadastrados em Unidade de Saúde da Família, um aumento em relação a 2013 (53,3% ou 34,6 milhões de domicílios cadastrados). Dos domicílios cadastrados há um ano ou mais, 38,4% (ou 15,4 milhões) receberam visita mensal de Agente Comunitário de Saúde ou membro da Equipe de Saúde da Família.

    Esse percentual caiu consideravelmente frente a 2013 (47,2%), embora a quantidade de domicílios que recebiam essas visitas fosse menor (14,1 milhões). O que explica esse comportamento é que o número de domicílios cadastrados aumentou mais do que o número das visitas mensais.

    Cerca de 23,8% (9,5 milhões) dos domicílios cadastrados há um ano ou mais nunca receberam visita de Agente Comunitário de Saúde ou membro da Equipe de Saúde da Família, um forte aumento em comparação a 2013, quando o percentual era de 17,7% (5,3 milhões). Este aumento foi observado em todas as Grandes Regiões, destacando-se a Região Sudeste que atingiu 30,0% (quase um terço) de domicílios cadastrados que nunca receberam visita.

    Em 2019, a pesquisa estimou que 64,6% dos domicílios receberam pelo menos uma visita de algum agente de combate de endemias nos 12 meses anteriores à data da entrevista, o equivalente a 47,4 milhões de unidades domiciliares. Em 2013, o percentual era maior, 69,3%. Por outro lado, houve um aumento de 2,4 milhões de domicílios que receberam ao menos uma visita no período de referência entre 2013 e 2019.

    Em 2019, 8,1% da população (16,9 milhões de pessoas) deixaram de realizar atividades habituais por motivo de saúde nas duas semanas anteriores à entrevista, percentual superior ao de 2013 (7,0%). As regiões Nordeste e Sudeste registraram as maiores proporções (8,7% e 8,0%, respectivamente) e Sul e Centro-Oeste, as menores (ambas com 7,4%).

    A população idosa (com 60 anos ou mais) apresentou a maior proporção de pessoas que deixaram de realizar atividades habituais por motivo de saúde (12,2%), seguida pela faixa de 40 a 59 anos de idade (9,7%). Assim como em 2013, a proporção foi maior entre as mulheres (9,6%) do que entre os homens (6,3%). Por nível de instrução, as pessoas sem instrução ou com fundamental incompleto registraram a maior proporção (9,8%).

    Problemas nos ossos e articulações foi o principal motivo relatado (25,1%), seguido de problemas respiratórios (21,0%). Esses dois motivos foram os mais citados em todas as regiões. Destacam-se, ainda, os problemas gastrointestinais (8,8%), problemas cardiovasculares (7,1%) e saúde mental (6,2%).

    SAÚDE E MULHERES

    Das pessoas que deixaram de realizar atividades por motivos de saúde, 12,7% afirmaram que tal motivo estava relacionado ao trabalho. Nesses casos, homens (16,1%), pessoas de 40 a 59 anos (21,8%) e pessoas com superior completo (16,1%) tiveram as maiores proporções.

    Quase 70% das pessoas que procuram o mesmo serviço de saúde recorrem a estabelecimentos públicos

    Em 2019, 76,5% da população costumavam procurar atendimento de saúde no mesmo lugar, médico ou serviço de saúde. Em 2013, essa estimativa era de 77,8%. A maior parcela (46,8%) indicou a Unidade Básica de Saúde (UBS) como estabelecimento que costumavam procurar mais frequentemente. Em todas as grandes regiões, a UBS foi a mais citada, especialmente no Norte (55,3%) e no Nordeste (54,1%).

    Consultório Particular ou Clínica Privada foram indicados por 22,9% e as Unidades de Pronto Atendimento Público (UPA), pronto socorro ou emergência de Hospital Público por 14,1%. Agrupando-se as categorias, constata-se que quase 70% da população costumavam procurar estabelecimentos públicos de saúde.

    Em 2019, 76,2% da população (159,6 milhões) haviam consultado um médico nos 12 meses anteriores à entrevista – um aumento considerável em relação a 2013 (71,2%).

    A proporção de mulheres (82,3%) que consultou um médico foi superior à dos homens (69,4%). Além disso observa-se que essa proporção cresce à medida em que a faixa de rendimento domiciliar per capita se torna mais elevada, indo de 67,6%, para a classe de até ¼ de salário mínimo, a 89,6%, para mais de cinco salários mínimos.

    SAÚDE BUCAL

    A proporção de pessoas que consultaram dentista nos últimos 12 meses anteriores à data da entrevista (49,4%) não chega à metade da população, mas cresceu em relação a 2013 (44,4%). Norte e Nordeste apresentaram as menores proporções: 40,8% e 43,3%, respectivamente. Destaca-se, ainda, o baixo percentual entre as pessoas de 60 anos ou mais: 34,3%.

    Além disso, entre as pessoas sem rendimento até ¼ do salário mínimo, 36% consultaram um dentista, enquanto entre aquelas com mais de 5 salários mínimos, a proporção chegou a 75,7% em 2019, uma diferença de quase 40 p.p.

    Nas duas semanas anteriores à entrevista, 18,6% (mais de 39 milhões) de pessoas no Brasil procuraram algum atendimento de saúde, percentual acima do observado em 2013 (15,3%). A região Sudeste (20,9%) apresentou a maior proporção, e Norte, a menor (13,7%). As proporções também foram superiores para mulheres (22,1%), pessoas com 60 anos ou mais (27,5%), e na classe de mais de 5 salários mínimos (26,8%).

    Os principais motivos de procura foram: doença ou tratamento de doença (48,2%) e cuidados de rotina, tais como: vacinação, prevenção, check-up médico ou acompanhamento com outro profissional de saúde (25,1%).

    MEDICAMENTO NO SETOR PÚBLICO

    Em 2019, entre as 39 milhões de pessoas que procuraram algum atendimento de saúde nas duas semanas anteriores à entrevista, 86,1% conseguiram atendimento. Destes, 73,6% afirmaram ter conseguido atendimento na primeira vez em que procuraram - percentual abaixo do estimado em 2013 (95,3%).

    Das pessoas que conseguiram atendimento de saúde (exceto marcação de consulta), 60,9% tiveram algum medicamento receitado e destas, 85% conseguiram obter todos os medicamentos prescritos. Quando a referência de obtenção de pelo menos um medicamento é o serviço público, a proporção torna-se menor: 30,5% (ou 6,2 milhões de pessoas).

    Quanto menor a faixa de rendimento per capita, maior é a proporção de pessoas que obtiveram medicamento no serviço público: 42,3% para a faixa de até ¼ de salário mínimo e 7,1% para a classe de mais de cinco salários mínimos.

    SUS

    Em 2019, 6,6% da população (13,7 milhões) ficaram internados em hospitais por 24 horas ou mais nos doze meses anteriores à entrevista. Dessas internações, 64,6% (ou 8,9 milhões) foram por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). As Regiões Nordeste e Norte registraram as maiores proporções: 77,8% e 76,2%, respectivamente, enquanto Sudeste teve a menor (56,4%).

    Destacam-se as diferenças entre as proporções de internação em hospitais do SUS para pessoas que se declararam de cor preta (75,9%) e parda (73,6%) em relação às pessoas que se declararam brancas (53,6%). 

    Disparidade ainda mais expressiva é observada por classe de rendimento: 95% para a faixa sem rendimento até ¼ do salário mínimo e 6,8% para as pessoas com mais de 5 salários mínimos.

    Em 2019, 4,6% da população utilizou alguma prática integrativa e complementar. Em 2013, o percentual foi de 3,8%. Essas práticas consistem em tratamentos como acupuntura, homeopatia, uso de plantas medicinais e fitoterapia, dentre outros. Elas foram identificadas em proporções maiores nas Regiões Norte (5,7%) e Sul (5,4%). Plantas medicinais e fitoterapia (58,0%) foi a prática mais utilizada seguida por acupuntura (24,6%) e homeopatia (19,0%).

    MAIS

    Enquanto na PNS 2013 93,7% (60,8 milhões) dos domicílios brasileiros tinham água canalizada em pelo menos um cômodo, na edição de 2019 este número subiu para 96,7% (70,8 milhões). Sudeste, Centro-Oeste e Sul apresentaram resultados superiores à média nacional, de 99,0% ou mais, entretanto, nas regiões Norte e Nordeste, os percentuais foram menores: 91,2% e 91,1%, respectivamente. Com exceção do Sul, que permaneceu estatisticamente estável, as demais regiões apresentaram aumento no percentual de domicílios com água canalizada.

     A presença de banheiro de uso exclusivo e esgotamento sanitário por rede geral de esgoto ou fossa séptica ligada à rede geral chegava a 66% dos domicílios (48,4 milhões) em 2019, variando de 88,7% dos domicílios no Sudeste a 20,8% no Norte.

    Em 2019, a coleta de lixo por serviço de limpeza, diretamente ou em caçamba chegava a 91,4% dos domicílios (67,0 milhões). Novamente, o Sudeste apresentou o maior percentual (97,1%) e o Norte, o menor (80,4%).

    Veja a íntegra da PNS aqui.

    ( da redação com informações de assessoria. Edição: Genésio Araújo Jr)


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