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Nordestinas
  • 06/08/2020 08h19

    Copom anuncia taxa Selic em 2%, como já previa o mercado; lojistas dizem que bancos públicos continuam cobrando muitas taxas

    Copom reduziu em 0,25%
    Foto: Arquivo da Política Real

    Copom do BC anunciou redução do juro oficial

    ( Publicada originalmente às 18 h 25 do dia 05/08/2020) 

    (Brasília-DF, 06/08/2020) O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central( BC) decidiu e anunciou que a Taxa Selic, o chamado juro oficial, foi reduzido para 2% ao ano.  A pesquisa Focus deste início de semana, fechada no final da semana passada, já apontava que o mercado previa que o ano iria fechar em 2%.  A redução foi de 0,25%.

    “Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 2,00% a.a. O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2021 e, em grau menor, o de 2022.”, diz uma parte da nota divulgada.

    Reação do mundo real

    Apesar de mais uma redução na Taxa Selic, que é a taxa básica de juros no Brasil, o Merado, através de lideranças do comércio regem dizendo que é pouco e que os bancos públicos embutem taxas que aumentam muito o preço do dinheiro. Veja a declaração do pesidente do CDL de Minas Gerais, Marcelo Souza e Silva:

    "Apesar do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) ter começado os cortes na taxa Selic há um ano, os bancos públicos e privados ainda não passaram a oferecer condições melhores de acesso ao crédito. Além de encargos elevados, as exigências que o lojista precisa preencher para conseguir o crédito são enormes. E como a Selic, que serve como referência para as demais taxas de juros, está em patamares baixos, não tem sentido as instituições financeiras manterem os encargos elevados. Afinal o crédito é essencial para fomentar a atividade econômica. Com lojas fechadas há mais de 130 dias – podendo, a partir de amanhã abrir poucos dias na semana - o comerciante precisa de crédito para manter o seu negócio e não ser obrigado a demitir seus empregados. Mas não é isso o que vem acontecendo.”, disse, inicialmente.

    Ele destacou a realidade mineira.

    “De acordo com a Junta Comercial de Minas Gerais, foram 13.007 empresas extintas no período de março a junho. Nesse mesmo período, foram 25.530 empregados desligados do setor de comércio de Belo Horizonte. Sabemos que juros infinitamente menores aos que estão sendo cobrados pelo mercado são possíveis. Um bom exemplo é o programa Estímulo 2020, que a CDL/BH e a Fiemg lançaram em junho. Sem burocracia e com juros baixos, os comerciantes passaram a ter acesso ao crédito. Afinal dinheiro empoçado no banco por causa da burocracia, como disse o ministro Paulo Guedes, não movimenta a economia. E os cortes das taxas de juros, pelo que o Copom vem sinalizando, têm agora como principal foco de atenção, as consequências da pandemia do novo Coronavírus sobre a economia do país", finalizou.

    Veja a íntegra da. Nota divulgada pelo BC

    Em sua 232ª reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 2,00% a.a.

    A atualização do cenário básico do Copom pode ser descrita com as seguintes observações:

    No cenário externo, a pandemia da Covid-19 continua provocando a maior retração econômica global desde a Grande Depressão. Nesse contexto, apesar de alguns sinais promissores de retomada da atividade nas principais economias e de alguma moderação na volatilidade dos ativos financeiros, o ambiente para as economias emergentes segue desafiador;

    Em relação à atividade econômica brasileira, indicadores recentes sugerem uma recuperação parcial.  Os setores mais diretamente afetados pelo distanciamento social permanecem deprimidos, apesar da recomposição da renda gerada pelos programas de governo. Prospectivamente, a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual, sobretudo para o período a partir do final deste ano, concomitantemente ao esperado arrefecimento dos efeitos dos auxílios emergenciais;

    O Comitê avalia que diversas medidas de inflação subjacente permanecem abaixo dos níveis compatíveis com o cumprimento da meta para a inflação no horizonte relevante para a política monetária;

    As expectativas de inflação para 2020, 2021 e 2022 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 1,6%, 3,0% e 3,5%, respectivamente;

    No cenário híbrido, com trajetória para a taxa de juros extraída da pesquisa Focus e taxa de câmbio constante a R$5,20/US$*, as projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 1,9% para 2020, 3,0% para 2021 e 3,4% para 2022. Esse cenário supõe trajetória de juros que encerra 2020 em 2,00% a.a. e se eleva até 3,00% a.a. em 2021 e 5,00% a.a. em 2022; e

    No cenário com taxa de juros constante a 2,25% a.a. e taxa de câmbio constante a R$5,20/US$*, as projeções de inflação situam-se em torno de 1,9% para 2020, 3,0% para 2021 e 3,7% para 2022.

    O Comitê ressalta que, em seu cenário básico para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções.

    Por um lado, o nível de ociosidade pode produzir trajetória de inflação abaixo do esperado. Esse risco se intensifica caso uma reversão mais lenta dos efeitos da pandemia prolongue o ambiente de elevada incerteza e de aumento da poupança precaucional.

    Por outro lado, políticas fiscais de resposta à pandemia que piorem a trajetória fiscal do país de forma prolongada, ou frustrações em relação à continuidade das reformas, podem elevar os prêmios de risco. Adicionalmente, os diversos programas de estímulo creditício e de recomposição de renda, implementados no combate à pandemia, podem fazer com que a redução da demanda agregada seja menor do que a estimada, adicionando uma assimetria ao balanço de riscos. Esse conjunto de fatores implica, potencialmente, uma trajetória para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária.

    O Copom avalia que perseverar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia. O Comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia.

    Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 2,00% a.a. O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2021 e, em grau menor, o de 2022.

    O Copom entende que a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que, devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno. Consequentemente, eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva.

    Apesar de uma assimetria em seu balanço dos riscos, o Copom não antevê reduções no grau de estímulo monetário, a menos que as expectativas de inflação, assim como as projeções de inflação de seu cenário básico, estejam suficientemente próximas da meta de inflação para o horizonte relevante de política monetária, que atualmente inclui o ano-calendário de 2021 e, em grau menor, o de 2022. Essa intenção é condicional à manutenção do atual regime fiscal e à ancoragem das expectativas de inflação de longo prazo.

    Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Roberto Oliveira Campos Neto (presidente), Bruno Serra Fernandes, Carolina de Assis Barros, Fabio Kanczuk, Fernanda Feitosa Nechio, João Manoel Pinho de Mello, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso e Paulo Sérgio Neves de Souza.

    *Valor obtido pelo procedimento usual de arredondar a cotação média da taxa de câmbio R$/US$ observada nos cinco dias úteis encerrados no último dia da semana anterior à da reunião do Copom.

    (da redação com informações de assessorias. Edição: Genésio Araújo Jr.)


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