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Nordestinas
  • 10/07/2020 08h50

    FACEBOOK/INSTAGRAM: Congressistas falam de decisão que derrubou “contas” que teriam cometido “comportamento inautêntico coordenado”; Carlos Bolsonaro disse que estava “cagando” e Flávio Bolsonaro falou em injustiça

    Veja declarações
    Foto: Arquivo da Política Real

    Carlos Bolsonaro falou da forma polêmica, para ficar por menos

    ( Publicada originalmente às 18 h 30 do dia 09/07/2020) 

    (Brasília-DF, 10/07/2020) A rede social  Facebook, que controla, também, o Instagram, cancelou, pelo anunciado nessa quarta-feira,8, uma série de páginas e contas supostamente ligadas a representantes do governo e familiares do presidente Jair Bolsonaro. As remoções ocorreram, segundo nota da diretoia de cibersegurança do Facebook, porque as páginas empregariam ações vetadas pelas plataformas, como o uso de contas falsas, envio de mensagens em massa ou adoção de ferramentas artificiais para ampliar a presença on line. Políticos se manifestaram.Inclusive filhos do Presidente Bolsonaro se manifestaram.  Flávio Bolsonaro mais contido, enquanto Carlos Bolsonaro falou que estava “cagando”.

    O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) disse que o cancelamento das páginas trata-se de injustiça e censura. Em sua conta no Twitter, o senador manifestou solidariedade com os perfis removidos, segundo ele, “aparentemente por apoiarem o presidente Bolsonaro”. Flávio Bolsonaro também prometeu ajudar na divulgação de novas páginas de apoio ao governo.

    O vereador Carlos Bolsonaro(Republicanos-RJ), sempre muito polêmico, também se manifestou no Twitter.

    “Totalmente ciente das consequências e variações. Aos poucos vou me retirando do que sempre explicitamente defendi. Creio que possa ter chegado o momento de um novo movimento pessoal. Estou cagando pra esse lixo de fakenews e demais narrativas. Precisamos viver e nos respeitar!

    Ninguém é insubstituível e jamais seria pedante de me colocar nesse patamar! Todos queremos o melhor para o Brasil e que ele vença! Apenas uma escolha pessoal pois todos somos seres humanos! Seguimos! E surpresas virão! Não comemorem, escória!”, disse em duas postagens.

    O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou um requerimento à CPI um pedido de informações ao Facebook sobre todas as páginas removidas pela empresa por “comportamento inautêntico”. Com base no comunicado do Facebook, Randolfe ressaltou que os conteúdos das páginas “eram sobre notícias e eventos locais, incluindo política e eleições, memes políticos, críticas à oposição política, organizações de mídia e jornalistas, e mais recentemente sobre a pandemia do coronavírus”.

    Em seu requerimento, Randolfe solicita a identificação de todas as contas, páginas e grupos no Facebook e no Instagram, além de listagem com todos os dados cadastrais, e a preservação de todo o conteúdo disponível nas contas, páginas e grupos. Randolfe quer ainda que a empresa disponibilize todo o histórico de login efetuado em todas as contas, contendo data, hora e o IP utilizados para esses logins.

    Randolfe Rodrigues

    “As informações são essenciais para a corroboração com as investigações em curso na CPMI. A utilização indevida de dinheiro público e os ataques à democracia devem ser investigados e punidos “, declarou o senador.

    Vários parlamentares foram ao Twitter comentar a decisão do Facebook. O senador Rogério Carvalho (PT-SE), por exemplo, disse que o cerco está se fechando para a família Bolsonaro. Ele declarou que, com o cancelamento das páginas, o “Facebook desmonta esquema criminoso montado pelo clã Bolsonaro para disseminar notícias falsas”.

    Na mesma linha, o senador Major Olimpio (PSL-SP) disse que é “um grande ganho para a verdade a atitude do Facebook em retirar do ar uma rede de fake news”. Ele registrou que “a casa está caindo para esses criminosos” e ressaltou que a atitude poderia ser adotada também por outras plataformas digitais.

    Para o senador Weverton (PDT-MA), as fake news são um problema grave, “que precisamos enfrentar”. Ele celebrou a decisão do Facebook, disse que o Congresso e o STF têm procurado enfrentar a questão e ressaltou que o Brasil “não será o país do ódio”. O senador Jaques Wagner (PT-BA) afirmou que, “felizmente, há reações das instituições e das redes diante da onda de ódio e fake news”. Ele afirmou que o Facebook “cortou contas vinculadas ao gabinete do presidente e seus filhos, pois a plataforma está perdendo muito sua credibilidade por contribuir com o gabinete do ódio”.

    Na visão do senador Humberto Costa (PT-PE), trata-se de um escândalo de grandes proporções. Ele apontou que o Facebook removeu “73 contas falsas ligadas ao PSL e à família Bolsonaro”. Para o senador, fica muito claro a existência de “uma organização criminosa que age dentro do Palácio do Planalto e nos gabinetes parlamentares dos filhos e apoiadores do presidente”.

    Já o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) registrou que o Facebook reagiu “tardiamente aos abusos criminosos”, interrompendo “milícias digitais bolsonaristas regadas a dinheiro público e controladas pelo entorno do presidente”. Para o senador, “é um passo importante, mas há muito ainda para se fazer”.

    Também pelo Twitter, o senador Jean Pau Prates (PT-RN) anotou que usar “a mentira como ferramenta política é tirar dos cidadãos o direito de escolher os caminhos do país com base na realidade”. De acordo com o senador, “o escritório do ódio de Bolsonaro sabotou a saúde da população, minimizando a pandemia por meio de postagens falsas nas redes”.

    O senador Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB) afirmou que nunca será contra a liberdade de expressão. Ele ponderou que “ninguém está pedindo para que você pense ou tenha a mesma ideologia que a minha” e ressaltou que “você pode continuar discordando e criticando”. Para Veneziano, porém, só não é possível “permitir que pessoas se escondam atrás de perfis falsos”.

    “Você pode continuar a discordar, mas valer-se da ocultação da sua identidade para agredir ao próximo? Quem gosta disso não são os homens e mulheres de bem”, declarou Veneziano.

    ( da redação com informações de assessoria. Edição: Genésio Araújo Jr)

     

     


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