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Nordestinas
  • 01/07/2020 07h55

    CORRUPÇÃO NA PANDEMIA: Operação Sangria prende secretária de Saude do Amazonas; PF e MPF queriam prender governador Wilson Lima por desvio de recursos para enfrentar a pandemia covid-19

    Veja a relação dos presos
    Foto: site Portal Rádio Mix

    Governador Wilson Lima só não foi preso pois STJ não deixou

    ( Publicada oiginalmente às 10h 05 do dia 30/06/2020) 

    (Brasília-DF, 01/07/2020)  Na manhã desta terça-feira, 30, a Polícia Federal(PF) atendendo pedido do Ministério Público Federal(MPF) apresentado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) cumpriu mandados de prisão temporária contra oito pessoas, além de buscas e apreensões em 14 endereços de pessoas ligadas ao governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC). Como os pedidos envolviam um governador de estado foi preciso a determinação qualificada que foi realizada pelo ministro Francisco Falcão.

    As medidas incluem o bloqueio de bens no valor R$ 2,976 milhões, de 13 pessoas físicas e jurídicas. Wilson Lima é alvo de buscas e bloqueio de bens na Operação Sangria, deflagrada. A investigação apura a atuação de uma organização criminosa instalada no governo do Amazonas com o objetivo de desviar recursos públicos destinados a atender as necessidades da pandemia de covid-19. A Política Real teve a informação que foi pedida a prisão do governador Wilson Lima, mas o STJ não deferiu.

    Com a participação direta do governador, foram identificadas compras superfaturadas de respiradores, direcionamento na contratação de empresa, lavagem de dinheiro e montagem de processos para encobrir os crimes praticados.

    Sustentação

    A subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, no requerimento das cautelares, sustenta que as investigações permitiram, até o momento, "evidenciar que se está diante da atuação de uma verdadeira organização criminosa que, instalada nas estruturas estatais do governo do estado do Amazonas, serve-se da situação de calamidade provocada pela pandemia de covid-19 para obter ganhos financeiros ilícitos, em prejuízo do erário e do atendimento adequado à saúde da população".

    Em um dos contratos investigados foi encontrada suspeita de superfaturamento de, pelo menos, R$ 496 mil. Além disso, apurou-se que os respiradores foram adquiridos por valor superior ao maior preço praticado no país durante a pandemia, com diferença de 133%.

    No esquema identificado pelo MPF e pela Polícia Federal, o governo do estado comprou, com dispensa de licitação, 28 respiradores de uma importadora de vinhos. Em uma manobra conhecida como triangulação, uma empresa fornecedora de equipamentos de saúde, que já havia firmado contratos com o governo, vendeu respiradores à adega por R$ 2,480 milhões. No mesmo dia, a importadora de vinhos revendeu os equipamentos para o estado por R$ 2,976 milhões. Após receber valores milionários em sua conta, a adega os repassou integralmente à organização de saúde. Registros encontrados pelos investigadores comprovam a ligação entre agentes públicos e empresários envolvidos na fraude.

    “Os fatos ilícitos investigados têm sido praticados sob o comando e orientação do governador do estado do Amazonas, Wilson Lima, o qual detém o domínio completo e final não apenas dos atos relativos à aquisição de respiradores para enfrentamento da pandemia, mas também de todas as demais ações governamentais relacionadas à questão, no bojo das quais atos ilícitos têm sido praticados", destaca Lindôra Araújo. Estão sendo apuradas suspeitas da prática de peculato, delitos da lei de licitações, organização criminosamente, lavagem de dinheiro, e crimes contra o sistema financeiro.

    Veja os nomes dos presos:

    Simone Araújo de Oliveira Papaiz, secretária de saúde;

    João Paulo Marques dos Santos, ex-secretário de saúde;

    Perseverando da Trindade Garcia Filho, ex-secretário executivo adjunto de saúde;

    Alcineide Figueiredo Pinheiro, ex-gerente de compras da secretaria de saúde;

    Fábio José Antunes Passos;

    Cristiano da Silva Cordeiro;

    Luciane Zuffo Vargas de Andrade;

    Renata de Cássia Dias Mansur Silva.

    Além deles, a PF cumpriu 20 mandados de busca e apreensão, entre eles na sede do governo e na casa do governador Wilson Lima.

    ( da redação com informações de assessoria. Edição: Genésio Araújo Jr)


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