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Nordestinas
  • 21/05/2020 08h32

    ENEM: Rodrigo Maia diz que não pode desconfiar da palavra do Presidente Bolsonaro; antes, ele chegou a dizer que não podia acreditar na palavra de Abraham Weintraub

    Deputados querem votar lei que adia o Enem pois dizem não acreditar no governo
    Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputado

    Rodrigo Maia no comando da Câmara

    ( Publicada originalmente às 21h 40 do dia 20/05/2020) 

    (Brasília-DF, 21/05/2020) Mais um sinal de que a relação entre o Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia(DEM-RJ ), e o presidente Jair Bolsoaro(Sem partido) é bem diferente do que um dia foi. Os senadores, depois que foi aprovado no Senado projeto de lei que adiava a data da realização do Exame de Ensino Médio(Enem), não querem abrir mão de que, mesmo com o anúncio pelo MEC de que o exame será mesmo adiado – a Câmara dos Deputados dê sequência a votação ao projeto.  Maia sofreu muita pressão dos seus colegas deputados hoje,20, sobre o tema. Maia chegou a dizer que não confiava a palavra do ministro da Educação, Abraham Weintraub

    Maia disse aos deputados que não seria votado nesta quarta-feira o Projeto de Lei 2623/20, da deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), que prevê o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste ano em decorrência da pandemia de Covid-19. A decisão ocorre depois do anúncio de mudança das datas do exame feito pelo presidente Jair Bolsonaro em rede social.

    “Eu não posso desconfiar da palavra do presidente da República. A matéria irá a voto a qualquer momento se aquilo escrito no Facebook não for confirmado”, disse Maia.

    Bolsonaro, no Faceboo, afirmou que decidiu adiar a seleção. “Por conta dos efeitos da pandemia de Covid-19 e para que os alunos não sejam prejudicados pela mesma, decidi, juntamente com o presidente da Câmara dos Deputados, adiar a realização do Enem 2020, com data [a] ser definida.”

    O Ministério da Educação informou nesta tarde que as datas do exame serão adiadas de 30 a 60 dias em relação ao que estava previsto nos editais. Pelo cronograma inicial, as inscrições para o Enem terminariam na sexta-feira (22), e já são 4 milhões de candidatos. Além das provas tradicionais, nos dias 1º e 8 de novembro, estão previstas provas digitais nos dias 11 e 18 de ouubro.

    A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) cobrou a aprovação do projeto. "Rede social não é documento. Vamos votar porque a Câmara precisa fazer esse gesto", disse. Ela solicitou ainda que a autoridade sanitária também seja ouvida sobre a nova aplicação das provas do Enem.

    Maia, no entanto, afirmou que é preciso considerar o texto divulgado em rede social como comunicado oficial da Presidência. “É assim que ele trabalha, as notas oficiais ele coloca nas redes sociais.”

    O deputado Vitor Hugo (PSL-GO),  líder do governo na Câmara. disse que o presidente Jair Bolsonaro foi sensível ao apelo do Legislativo. "Milhões de alunos estão mais tranquilos com a decisão do presidente". O líder comentou que o Ministério da Educação deve publicar nos próximos dias norma com detalhamento das novas datas.

    Querem votação

    Muitos deputados defenderam a aprovação da proposta para regulamentar o adiamento.

    Para o deputado Idilvan Alencar (PDT-CE), há uma desigualdade digital no Brasil que precisa ser levada em conta para adiar o Enem. “No Nordeste, só 35% dos estudantes da zona rural têm internet. O ministro da Educação não é confiável. É importante uma lei.”

    Segundo o deputado Waldenor Pereira (PT-BA), mais de 50% dos estudantes da rede pública não têm acesso à internet. “Eles estão com dificuldade para fazer suas inscrições e fazer suas atividades regulares”, disse.

    ( da redação com informações de assessoria. Edição: Genésio Araújo Jr)


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