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Nordestinas
  • 15/05/2020 07h40

    Pressão de Bolsonaro sobre Teich para uso de cloroquina tem relação com ida de Damares Alves ao Piaui; protocolo em hospital de Floriano pode evitar pessoas em UTI, mas envolve outros medicamentos além da cloroquina

    Ministério Público do Piaui pressiona para estado e União usarem “protocolo covid-19”
    Foto: imagem de streaming de WhatsApp

    Damares Alves em coletiva no Piauí

    ( Publicada originalmente às 15h00 do dia 14/05/2020) 

    ( reeditado) 

    (Brasilia-DF, 15/05/2020). As declarações do Presidente Jair Bolsonaro para que o Ministério da Saúde, comandado por Nélson Teich - use logo a cloroquina nos estágios iniciais da covid-19 tem relação direta com a visita da ministra da Família, Damares Alves, a cidade de Floriano, no centro-sul do Piaui( 256km de Teresina) nessa quarta-feira, 13 de maio.   Damares Alves conheceu um protocolo que usa a cloroquina com outras drogas para enfrentar a doença.

    “ Nós ouvimos dos médicos falando que com 100 reais nós podemos salvar uma vida. Com menos de 100 reais se pode salvar uma vida. Então,  o que nós vimos aqui hoje evita que o paciente vá para UTI. O que nós vimos aqui hoje, de fato, com a equipe técnica que veio aqui a esta cidade nós estamos saíndo daqui, a palavra é, impactados”, disse, inicialmente, a imprensa de Floriano, no Piauí. “ Floriano está dando uma lição para o Brasil do combate ao covid”, afirmou também.

    Alguém durante a coletiva, alguém disse  - Ministra, a senhora tem um referência bíblica?  Então , ela falou:  “Quando nós anunciamos que a gente vinha, algumas pessoas perguntaram. -  Mas, lá, no interior do Piauí? A senhora vai buscar as respostas lá? Aí eu lembrei que quando o Messias nasceu lá em Belém. Alguém peguntou. - Mas lá de Belém? É exatamente isto. É do interior do Piauí, é de Floriano para o Mundo. “, disse.

    A ministra Damares Alves é uma das auxiliares do chamado grupo ideológico do Presidente Bolsonato que apoia firmimente a cloroquina mesmo sem estudos definitivos. 

     Politização

    A Política Real foi alertada sobre uma  politização na pressão de setores da sociedade local, profissionais da saúde, Governo do Estado do Piauí e do Governo Federal.

    Há 20 dias a experiência desenvolvida em Floriano envolvendo pesquisadores locais e na Espanha começou a ganhar notoriedade e logo ficou público um protocolo desenvolvido para enfentar o covid-19. Este protocolo já foi alterado várias vezes e ainda não gerou uma publicação que venha a ser colocada em revistas nacionais e internacionais de relevância, mas o Ministério Público Federal no Piauí se pronunciou.

    O MPF no Piauí ajuizou uma ação civil pública para o município de Teresina, o estado do Piauí e a União instituirem oficialmente o referido “Protocolo Covid-19” e garantirem ampla divulgação do mesmo, referendando-o.

    A Política Real foi alertada por leitor que ao defender a obrigatoriedade e exigir que o mesmo seja amplamente divulgado, o MPF referenda o “protocolo Covid-19” e ratifica as alegações de seus defensores quanto à eficiência e segurança do tratamento, no entanto o MPF não possui expertise técnico para isso. Não possuindo, teria o obrigação de buscar os órgãos responsáveis para prestar parecer, orientação e suporte. No caso, uma consulta junto ao Conselho Regional de Medicina( CRM-PI).

    O MPF relata “muitas evidências” do sucesso do protocolo e ressalta a dificuldade “dos médicos piauiense que defendem o tratamento” em fazer com que o “protocolo Covid-19” seja adotado “na rede pública do Estado do Piauí.

    Os críticos a iniciativa do MPF do Piauí alegam que o próprio procurador da República, Kelston  Lages, reconhece que o “protocolo covid-19” não atende todas as exigências da comunidade científica.

    O diretor do Hospital Tibério Nunes,  Dr. Justino, em entrevista a tv no Piauí disse que a cloroquina não é bem vista na literatura e  atribui ao uso de corticoide os efeitos positivos do tratamento realizado no hospital Tibério Nunes.

     Conferir resumo do protocolo.

     

    Outro lado

    Na manhã desta quinta-feira, o leitor da Política Real e tuiteiro Dário P. Castro ressaltou sua preocupação sobre a politização do assunto.

    “A politização da medicina não faz bem à saúde das instituições e das pessoas. Quando se atropela a ciência e se julga que triagens clínicas não são necessárias, e quando se deixa de buscar esclarecimentos junto aos órgãos técnicos e de classe cabíveis, abrimos um fosso.

    Em tempos difíceis, precisamos prezar ainda mais pela ciência, ouvir ainda mais as entidades responsáveis e cobrar ainda mais de nós mesmos discernimento e boa fé para que nossas ações sejam tão benevolentes como acreditamos que sejam. Não vamos cair no jogo rasteiro da disputa ideológica que busca fazer palanque até de caixões. Somos melhores e maiores que isso. Ou não?   Vamos buscar informações de fontes seguras, de hospitais referência e de estudos científicos sérios”, disse em um fio em que ele também fez uma contextualização dos últimos acontecimentos envolvendo o assunto no Piauí

    O assunto, de fato, não deve cessar, mas é certo que o Piauí virou destaque num grande embate nacional dos tempos de pandemia.

     

    ( da redação com informações do Twitter. Edição: Genésio Araújo Jr)


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