( Publicada oiginalmente às 12h 22 do dia 12/04/2020( 

(Brasília-DF, 13/04/2020) O Papa Francisco em sua mensagem de Páscoa neste domingo, 12, na Basília do Vaticano, na Itália, além da forte e sempre marcante vertente religiosa  sobre a ressureição do Cristo, ele fez uma defesa de um “contágio pela esperança”.  O Papa defendeu que os países mais pobres do planeta, por conta de momento da pandemia do Covid-19, tenham sua dívidas canceladas pelo mais ricos e voltou a defender o fim das guerras.

“Este não é tempo para a indiferença, porque o mundo inteiro está sofrendo e deve sentir-se unido ao enfrentar a pandemia”, disse ainda o Pontífice, pedindo que não faltem os bens de primeira necessidade aos que vivem nas periferias, aos refugiados e aos desabrigados.

Ele pediu a redução das sanções internacionais que impedem a alguns países de proporcionar apoio adequado aos seus cidadãos e inclusive o cancelamento da dívida que pesa sobre os orçamentos dos mais pobres.

“Este não é tempo para egoísmos, pois o desafio que enfrentamos nos une a todos e não faz distinção de pessoas.”

Guerras

Com foco para as regiões que mais sofrem, o Papa Francisco falou da Europa, uma das mais afetadas pelo coronavírus. O continente se recuperou depois da II Guerra Mundial graças à solidariedade, e que seja este o sentimento que prevaleça agora, e o não o ressurgimento de antigas rivalidades, numa clara referência as disputas entre a Alemanha e a Itália por conta de medidas de socorro à Europa.

Francisco voltou a pedir a adesão ao apelo a um cessar-fogo global e imediato de todos os conflitos e repetiu a exortação feita na vigília pascal.

“Este não é tempo para continuar a fabricar e comercializar armas, gastando somas enormes que deveriam ser usadas para cuidar das pessoas e salvar vidas.”

Sobre o evento

O Papa comandou à missa com a sobriedade que tem caracterizado as celebrações da Semana Santa em tempos de pandemia.  Poucas pessoas com o Santo Padre, respeitando a distância.   O Santo Padre renunciou ao rito do “Resurrexit” durante a celebração, que recorda a surpresa de Pedro ao ver o sepulcro vazio.

O Papa, como de hábito, não comanda a homilia no domingo de Páscoa e transmite a sua mensagem ao conceder a bênção Urbi et Orbi (à cidade de Roma e ao mundo). Do altar da confissão, o texto de Francisco começou com o anúncio: “Jesus Cristo ressuscitou; ressuscitou verdadeiramente!”.

“Nesta noite, ressoou a voz da Igreja: ‘Cristo, minha esperança, ressuscitou!’. É um ‘contágio’ diferente, que se transmite de coração a coração, porque todo o coração humano aguarda esta Boa Nova. É o contágio da esperança.”

Não se trata de uma fórmula mágica, explicou, que faz desaparecer os problemas, mas é a vitória do amor sobre a raiz do mal, que  transforma o mal em bem: “marca exclusiva do poder de Deus”.

O Papa falou de momento de solidão.   Francisco então citou as feridas abertas hoje da humanidade, começando pelo contagiados com o coronavírus, de modo especial os doentes, os que morreram e os familiares.

“Para muitos, é uma Páscoa de solidão, vivida entre lutos e tantos incômodos que a pandemia está causando, desde os sofrimentos físicos até aos problemas econômicos.”

O Papa falou das privações que a pandemia gerou, mas também da possibilidade de recorrer pessoalmente à consolação dos sacramentos, especialmente da Eucaristia e da Reconciliação. “Mas o Senhor não nos deixa sós!”

O Papa mais uma vez agradeceu aos médicos e enfermeiros, e a todos os profissionais que garantem os serviços essenciais necessários à convivência civil.

( da redação com informações do site Vatican News. Edição: Genésio Araújo Jr)