( Publicada oiginalmente às 19h 31 do dia 25/03/2020) 

(Brasília-DF, 26/03/2020) Após a realização de uma reunião virtual realizada na tarde desta quarta-feira, 25, os governadores dos nove estados da região Nordeste definiram que vão manter as medidas restritivas de locomoção, fechamento parcial do comércio e empresas, com o único objetivo de evitar a proliferação do novo coronavírus (Covid-19) até que dados oficiais apontem que a situação poderá ser revista.

O encontro dos gestores nordestinos ocorreu no esteio do pronunciamento que o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) realizou na noite dessa última terça-feira, 24, em que pediu que os brasileiros voltassem à vida normal para não prejudicar a economia do país e proporcionar uma quebradeira das empresas brasileiras e desemprego em massa para os trabalhadores.

Na reunião, os governadores estabeleceram que o momento não é disputa política e, sim, de "união". Para isso, pedem que todos hajam com "equilíbrio" e "bom senso" para que seja encontrado uma saída que amenize a situação dos profissionais autônomos e informais. Foram pactuados sete pontos que os estados da região cumprirão e cobrarão das autoridades federais.

"O momento vivido pelo Brasil é gravíssimo. O coronavírus é um adversário a ser vencido com muito trabalho, bom senso e equilibro; vamos continuar adotando medidas baseadas no que afirma a ciência seguindo orientação de profissionais de saúde, capacitados para lidar com a realidade atual; vamos manter as medidas preventivas gradualmente revistas de acordo com os registros informados pelos órgãos oficiais de saúde de cada região", anunciaram os gestores em carta.

"[Esse] é um momento de guerra contra uma doença altamente contagiosa e com milhares de vítimas fatais. A decisão prioritária e a de cuidar da vida das pessoas, não esquecendo da responsabilidade de administrar a economia dos estados. É um momento de união, de se esquecer diferenças políticas e partidárias. Acirramentos só farão prejudicar a gestão da crise; entendemos que cabe ao governo federal ação urgente voltada aos trabalhadores informais e autônomos. Agressões e brigas não salvarão o país", complementaram.

"O Brasil precisa de responsabilidade e serenidade para encontrar soluções equilibradas; ao mesmo tempo, solicitamos a necessidade urgente de uma coordenação e cooperação nacional para proteger empregos e a sobrevivência dos mais pobres; ficamos frustrados com o posicionamento agressivo da Presidência da República, que deveria exercer o seu papel de liderança e coalizão em nome do Brasil", completaram.

Veja a Carta dos Nordestinos:

(por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)