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Nordestinas
  • 24/03/2020 07h41

    ENFRENTANDO A CRISE: Banco Central, diz Campos Neto, aplica R$1, 2 trilhão na economia; esta é a maior “injeção” de liquidez, maior que na crise de 2008/2009

    Veja um conjunto de 8 medidas
    Foto:Raphael Ribeiro/BCB

    Roberto Campos Neto falou aos jornalistas

    ( Publicada oiginalmente às 17h00 do dia 23/03/2020) 

    (Brasília-DF, 24/03/2020) Para quem vinha acompanhando os movimentos não foi surpresa, pois o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vem chamando atenção do Mercado. Hoje, Campos Neto, numa entrevista em ambiente virtual no youtube que o BC, disse que lançou um conjunto de medidas que aumentará a liquidez do Sistema Financeiro Nacional (SFN) em R$ 1,2 trilhão.

    O objetivo é garantir que as instituições financeiras tenham recursos para atender às demandas do mercado. Segundo Campos Neto,  as medidas de liberação de capital geram um potencial de expansão de R$ 1,16 trilhão no volume de crédito da economia.

    “Estamos fazendo o maior plano de injeção de liquidez e de capital já feito”, afirmou o Presidente do BC, Roberto Campos Neto .

    Campos Neto informou que a situação do Sistema Financeiro Nacional é sólida e que os bancos estão bem capitalizados.

    “A situação é confortável. As instituições estão bem provisionadas, com boa liquidez e capital sobrando. É diferente do que aconteceu no passado”, afirmou, em referência à crise financeira mundial de 2007/2008. “O arsenal que o BC tem é grande para combater qualquer tipo de crise. O sistema financeiro brasileiro vai funcionar perfeitamente”, afirmou.

    Oito novas medidas foram apresentadas para garantir liquidez e capital ao sistema financeiro. O conjunto das ações e um quadro comparativo com as medidas adotadas na crise de 2007/2008 estão na apresentação do Presidente.

    Números gigantes para gerar liquidez 

    Veja um resumo, na íntegra:

    Redução adicional do compulsório

    O BC reduziu a obrigatoriedade dos bancos de manter provisionados R$68 bilhões nos chamados depósitos compulsórios sobre recursos a prazo. A alíquota caiu de 25% para 17%. Temporária, a redução disponibiliza mais recursos para empréstimos e financiamentos. Os efeitos da redução começam em 30 de março de 2020.  A nova liberação se soma ao montante de R$135 bilhões liberados com efeitos a partir de 16 de março. Relembre o anúncio de fevereiro e o da semana passada.

    Novo depósito a prazo com garantias especiais (NDPGE)

    O NDPGE é uma opção a mais de captação de recursos acessível a todas as instituições financeiras associadas ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Trata-se da possibilidade de essas instituições captarem depósitos de maior vulto, com a segurança de garantia do FGC, limitada a R$20 milhões de reais por titular.

    Flexibilização nas Letras de Crédito do Agronegócio (LCA)

    Para direcionar melhor os recursos captados em LCAs, a base de cálculo foi ajustada. Assim ficam flexibilizados o percentual de 100% de lastro na captação e de reinvestimento do valor captado em atividades afins. O potencial de mais crédito é de R$6,3 bilhões.

    Empréstimo com equivalência em títulos de dívida privada

    O BC passa a ter a possibilidade de emprestar para as instituições financeiras com lastro em debêntures (títulos privados). É uma Linha Temporária Especial de Liquidez que garante às instituições financeiras mais condições de manter a disponibilidade de recursos (liquidez) nas suas operações. O potencial de liberação no mercado é de R$91 bilhões.

    Maior possibilidade de os bancos recomprarem suas próprias letras financeiras

    Como muitos fundos de mercado estão com necessidade de converter seus papéis em dinheiro, os maiores bancos poderão recomprar maior volume de suas próprias letras financeiras. Com isso, os fundos passam a ter maior vazão na venda desses papéis, pois os maiores compradores são os próprios bancos emissores. O percentual de recompra permitido passou de 5% para 20%, com potencial adicional de recompra de R$30 bilhões. Clique para ler a Resolução 4.788.

    Overhedge de investimentos em participações no exterior

    Os bancos deixam de ser obrigados a deduzir do seu capital os efeitos tributários das operações de overhedge (mecanismo de proteção contra a variação cambial) em investimentos em participações no exterior. O objetivo é permitir uma folga de capital, uma vez que a desvalorização do câmbio levaria a perdas. A medida dará segurança às instituições financeiras para manterem e ampliarem seus planos de concessão de crédito. Pelas projeções do Banco Central, a medida permitirá ampliar a folga de capital em R$ 46 bilhões, além de permitir a expansão de cerca de R$ 520 bilhões na concessão de crédito.

    Operações compromissadas com lastro em títulos públicos federais

    O BC vai atuar como doador de recursos por meio de operações compromissadas com títulos públicos federais, por prazo de até um ano. Objetivo é garantir uma liquidez em longo prazo, que irá se contrapor à demanda por liquidez de curtíssimo-prazo por parte de famílias e empresas. A medida vai fazer com que a precificação da curva de juros e a precificação da liquidez nos prazos um pouco mais longos tenham maior grau de eficiência.

    Redução do spread do nivelamento de liquidez

    O spread do nivelamento de liquidez funciona como uma taxa punitivas que as instituições financeiras pagam ao final do dia para equacionar eventuais desequilíbrios momentâneos de liquidez. Com a redução, haverá mitigação do impacto do risco operacional causado pelos efeitos do coronavírus na economia.

    Campos Neto ao lado de parte do board do BC

    ( da redação com informações e textos de assessoria. Edição: Genésio Araújo Jr)

     

     


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