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Nordestinas
  • 19/03/2020 07h59

    Rodrigo Maia afirma que só voltará a se reunir com Bolsonaro com "pauta definida"; Presidente da Câmara frisou que objetivo é ter foco para sair da crise

    Na oportunidade, o parlamentar fluminense que comanda uma das Casas legislativas afirmou que quem está fixado, neste momento, em manter metas fiscais "não está com a cabeça no lugar"
    Foto: Luiz Macedo/ Ag. Câmara

    Rodrigo Maia no plenário

    ( Publicada originalmente às 20h 59 do dia 18/03/2020) 

    (Brasília-DF, 19/03/2020) O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira, 18, que só voltará a se reunir com o presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem Partido), com uma "pauta definida" e com objetivo claro que o foco e o esforço é para sair da crise econômica causada pela pandemia de coronavírus.

    Segundo ele, toda a pauta da Câmara nos próximos meses terá essa finalidade. Já na próxima semana, Maia pretende votar no plenário da Casa um projeto que definirá o que é vulnerabilidade para efeitos de concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Na última semana, o Congresso tornou lei a ampliação dos recursos do BPC que poderá beneficiar mais pessoas. nesta quarta-feira, 18, o Tribunal de Contas da União (TCU) cassou a liminar que impedia a vigência desta lei.

    "Em qualquer ambiente a gente pode se encontrar com uma pauta definida. Neste momento, o nosso tempo tem que ser focado numa pauta definida. O presidente nos convida para conversar, esperamos saber qual é a pauta e, com isso, a gente pode avançar no diálogo objetivo que construa soluções para os brasileiros. Não [vou] para tirar fotografia, eu acho que isso não é importante", comentou.

    "O importante é que na primeira reunião que possa acontecer amanhã, depois de amanhã, nós consigamos sair dela completos, organizados, com soluções, com articulação para que todos, em conjunto, possam ajudar o Brasil a sair desta crise. Nós estamos construindo com os líderes de todos os partidos e na próxima semana [vamos] resolver essa matéria para saber o que é vulnerabilidade no BPC e mais do que isso, tratar de outros temas de enfrentamento desta crise", complementou.

    Foco no combate às consequências do coronavírus

    Na sequência, Maia reforçou que o parlamento vai focar no combate às consequências que o novo coronavírus está promovendo na economia brasileira.

    "A sociedade precisa entender o que é prioridade. Nós não estamos preocupados em ficar com uma disputa política. Isso faz sentido em outros momentos, agora não faz sentido. Tanto que nesse momento aprovar a calamidade pública, a meta fica até o final do ano. Então é importante que um grupo do Congresso possa acompanhar os números da execução desse novo orçamento que vai estar liberado e o governo certamente vai apresentar seus créditos para implementar essas políticas de algumas que já estão sendo anunciadas", falou.

    "Nós temos a situação dos bares e restaurantes que vão estar em situação muito difícil e nós precisamos da garantia que esses setores vão estar protegidos. Parece que essa crise vai ser muito profunda e todos os brasileiros serão atingidos em maior, ou menor nível, mas os brasileiros que estão na informalidade, todos eles, terão mais dificuldades e a manutenção dos empregos nas pequenas e médias empresas que terão muitas dificuldades é o nosso papel de construir as condições mínimas para que [todos] possam superar esses próximos meses", completou.

    Mundo da lua

    Na oportunidade, o parlamentar fluminense que comanda uma das Casas legislativas afirmou que quem está fixado, neste momento, em manter metas fiscais "não está com a cabeça no lugar". Segundo ele, não entender a gravidade da crise econômica causada pelo coronavírus só comprova que a pessoa vive no mundo da lua, ou numa realidade distante do planeta Terra.

    "A minha obrigação não é ficar fixado numa posição. Uma pessoa que fica fixada em uma posição e não vê a notícia do vírus chegar ao Brasil, é uma pessoa que está com algum problema. Fixação em meta fiscal, com o tsunami que a gente vai ter na saúde pública e na economia brasileira, [mostra que] essa pessoa não está com a cabeça no lugar. Eu não tenho fixação, eu tenho certeza", alfinetou.

    "Porque é o que a França está fazendo, o que a Grã Bretanha está fazendo e estava fazendo há três dias de forma diferente, tanto do ponto de vista da saúde, quanto da economia. O que os americanos estão fazendo, o que a Espanha está fazendo, o que todos estão fazendo. Então essa fixação no curto prazo por equilíbrio fiscal e por redução de gastos é uma linha de suicídio político para todos. Então a gente precisa, neste momento de crise, entender que o que foi aprovado no ano passado é completamente irrelevante", apontou.

    "A saída é, querendo ou não, porque todos os cálculos de projeção, de endividamento, de economia, tudo que a gente fez e os economistas fizeram nos últimos meses estão desfeitos. Então, a gente tem que ir até o final do ano, organizar a superação da crise e passada a crise, aí, sim, manter a PEC do teto de gastos, quando o governo encaminhar a reforma administrativa para que a gente possa iniciar o debate, vamos continuar debatendo a reforma tributária, por vídeo-conferência, porque esse é o nosso papel. Mas as reformas são importantes no médio e a longo prazo, no curto prazo o importante é a vida das pessoas", completou.

    Panelaço

    Por fim, Maia comentou o panelaço que setores da sociedade brasileira organizaram contra o presidente Bolsonaro na noite tanto de terça-feira, 17, quando desta quarta-feira, 18.   Ao mesmo tempo em que apoiadores do presidente também promoveram um panelaço a favor do governo. Segundo ele, isso é uma questão da sociedade e ele não vai se meter nisso.

    "Eu não tenho que achar nem justo, nem injusto. O meu papel é votar no parlamento aquilo que é urgente para garantir a vida dos brasileiros. Não trato de panelaço, nem contra, nem a favor de ninguém. Eu trato e estou conversando todos os dias para que a gente possa salvar mais vidas e o parlamento, certamente, tem um papel importante. A questão do panelaço é uma questão da sociedade, não é minha", encerrou.

    (por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)


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