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Nordestinas
  • 18/03/2020 07h58

    CORONAVIRUS: O governo já deveria ter fechado fronteiras, restringido voos internacionais e a circulação das pessoas”, diz Rodrigo Maia

    Para o presidente da Câmara, “não há outra saída” para o governo senão adotar medidas que aumentem os gastos públicos com objetivo de minorar os efeitos do coronavírus na economia
    Foto: Agencia Câmara

    Rodrigo Maia deu coletiva após reunião da Mesa

    ( Publicada originalmente às 17h 36 do dia 17/03/2020) 

    (Brasília-DF, 18/03/2020) O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira, 17, que “o governo já deveria ter fechado as fronteiras, restringido os voos internacionais e a circulação das pessoas”. A declaração aconteceu após ele ser questionado sobre a declaração do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) que avalia que há muita “histeria” por parte da mídia que relata o avanço do novo coronavírus no país e de alguns governadores que tomam medidas para enfrentar a doença surgida na China.

    Sem citar nominalmente o presidente, Maia afirmou que a ideia de Bolsonaro em defender a normalidade no atual momento de expansão do novo coronavírus em solo brasileiro está equivocada. O presidente da República entende que é necessário manter a economia funcionando para evitar o aumento dos problemas sociais. Na última atualização pelo mundo, o coronavírus já tinha contaminado quase 197 mil pessoas, provocando a morte de 7.930. No Brasil, constam 298 pessoas infectadas e uma morte.

    “O governo já deveria ter fechado as fronteiras, ter restringido os voos internacionais, a circulação das pessoas, principalmente, nos estados onde as projeções [da elevação de infectados pelo coronavírus] são maiores como nos estados do Rio e de São Paulo. Mas estas ações são comandadas pelo Poder Executivo. Se fosse minha opinião pessoal, como eu vejo os exemplos no resto do mundo, estas ações já deveriam [ter sido tomadas]”, falou.

    “[Assim como] já deveria ter criado um plano de contingência no Rio e em São Paulo para que a circulação ficasse restrita para aqueles que, de fato, precisam garantir o abastecimento de alimentos e outras questões que são urgentes. Não é porque a gente não pode [temer] pela questão econômica ter um risco [quando se avizinha] uma maior na saúde pública. A economia será afetada de qualquer jeito. Você achar que manter a circulação para que a economia continue funcionando vai garantir algum crescimento, está errado esse ponto de vista”, complementou.

    “Porque na hora que os problemas começarem a aumentar, as pessoas naturalmente vão ficar em casa. O que a gente não pode, no caso do Rio, que tem muitas comunidades, deixar que se acelere muito rápido porque nas comunidades você tem casas de tamanho muito pequeno, de 30 e poucos metros, com cinco, seis pessoas, sem nenhuma condição de isolar as pessoas. Então é importante para que se proteja para não ter um avanço muito rápido do vírus nestes dois estados que a princípio vão gerar mais problemas”, completou.

    Aumento dos gastos públicos

    De acordo com Maia, “não há outra saída” para o governo federal senão adotar medidas que aumentem os gastos públicos com objetivo de minorar os efeitos do coronavírus na economia. Segundo ele, essas iniciativas estão sendo tomadas por todos demais países para garantir o emprego e a renda das populações. Ele falou da necessidade de se instituir iniciativas que acolham os aproximadamente 18 milhões de brasileiros que estão trabalhando na informalidade, sem nenhum acesso a direitos previdenciários e trabalhistas, e que deverão perder renda por conta das consequências do coronavírus.

    “Outro ponto que eu acho é que o governo já deveria ter pensado em políticas públicas com ampliação do gasto público como todos os países vem fazendo. É inevitável que a redução do dano na economia seja garantida pelo Estado brasileiro. Não há outra saída, principalmente porque a arrecadação federal vai cair, dos estados vão cair, dos municípios devem cair e, para isso, é que o governo federal precisa manter sua articulação e tomar essas decisões que eu espero que ocorram nos próximos dias, nas próximas semanas, e que terão aqui do parlamento total apoio como a mudança de meta [fiscal e orçamentária] e outros temas que são fundamentais para que a gente garanta a execução no orçamento e recursos para que a sociedade possa, neste momento de crise, ter um número menor de desempregados e que a gente crie uma política focada para os mais vulneráveis”, apontou.

    (por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)


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