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Nordestinas
  • 06/03/2020 07h43

    Mudança na direção da Sudene irrita bancada pernambucana; padrinho da indicação de Douglas Cintra, exonerado na terça avisa: "vamos exigir isonomia em todos os casos"

    Troca envolvendo o ex-senador pelo PTB de Pernambuco, que tinha tomado posse no cargo em dezembro, para um indicado pelo clã paraibano dos Cunha Lima acirrou os ânimos entre os parlamentares dos dois estados
    Foto: blog do Magno

    Bancada pernambucana reunida sob comando de Coutinho, mas a turma governista anda irritada

    ( Publicada originalmente às 20h 36 do dia 05/03/2020) 

    (Brasília-DF, 06/03/2020) A mudança na direção da presidência da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) ocorrida na última terça-feira, 3, irritou boa parte da bancada federal pernambucana. Pelo menos foi o que apurou a reportagem da Política Real.

    Um dos padrinhos da indicação do ex-senador Douglas Cintra (PTB-PE) para o cargo que assumiu em dezembro e que foi exonerado, agora, menos de três meses depois, falou a reportagem em tom de que estava mandando um aviso ao governo: "a partir de agora vamos exigir isonomia em todos os casos".

    Cintra, que na época quando assumiu a função enfrentava uma verdadeira resistência de bolsonaristas, que o acusavam de ser aliado do PT por ter sido suplente do ex-senador Armando Monteiro (PTB-PE) que foi ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, tinha dois padrinhos pela sua indicação dentro da bancada de Pernambuco na Câmara.

    Um deles é Fernando Rodolfo (PL-PE). O outro, um dos mais bolsonaristas da bancada, conversou com a reportagem – na condição de manter o anonimato – afirmando que "não faz sentido" essas campanhas nas redes sociais contra as biografias de pessoas só porque se aliaram, em certo momento, com um outro governo.

    "Mas já que é assim, então vamos exigir tratamento isonômico a partir de agora em todas as indicações. O que vale para um tem que valer para todos", reclamou nessa quarta-feira, 4, no plenário Ulysses Guimarães da Câmara durante a sessão do Congresso Nacional que manteve o veto do presidente Jair Bolsonaro e que impede que o relator do orçamento da União, deputado Domingos Neto (PSD-CE), passe a ter autonomia para aplicar R$ 30 bilhões.

    A escolha de Cintra, apesar de requerida por dois deputados pernambucanos, foi avalizada pelos coordenadores da bancada pernambucana, os deputados Augusto Coutinho (SD-PE) e Wolney Queiroz (PDT-PE), em conjunto com o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). E todos foram surpreendidos na última terça quando o nome do petebista aparecia exonerado no Diário Oficial da União(DOU). Mas, procurados pela reportagem, não quiseram se manifestar. Apenas um deles disse reservadamente: "a luta continua".

    Mas já outro parlamentar pernambucano procurado pela reportagem comentou, também na condição de anômimo, que a troca do ex-senador do PTB, Douglas Cintra, pelo neto do ex-prefeito de Campina Grande (PB), Edivaldo Cavalcanti da Cruz, aliado do ex-senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), foi uma "clara intervenção" do novo ministro de Desenvolvimento Regional, o tucano potiguar Rogério Marinho, que está acomodando – segundo ele – nos órgãos e na estrutura da pasta "os interesses dos correligionários do PSDB".

    Perguntado se a bancada federal pernambucana responderá de alguma forma a decisão que retirou Douglas Cintra do comando da Sudene, esse deputado – ligado aos partidos do "centrão" – informou que haveria, sim, medidas em que demonstrariam o descontentamento da bancada. No entanto, preferiu não antecipá-las.

    (por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Araújo Jr)


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