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Nordestinas
  • 23/12/2019 08h44

    Depois de fazer disparos contra muitos, Bolsonaro recebe jornalistas no Alvorada, faz balanço e disse que erra, mas não pediu desculpas por nada dito

    Presidente falou sobre vários pontos
    Foto: Isac Nóbrega/PR

    Bolsonaro recebeu jornalistas depois do destrato

    ( Publicada originalmente às 18h44 do dia 21/12/2019) 

    (Brasília-DF, 23/12/2019) O Presidente Jair Bolsonaro recebeu os jornalistas que fazem a cobertura do Palácio do Planalto para fazer balanço. O Planalto diz que o convite tinha sido feito ontem,20, mas o encontro se deu depois de uma dia em que o chefe de governo fez e estimulou agressões e fez acusações sempre provas sobre várias pessoas, especialmente por conta das investigações contra seu fiho,  senador Flávio Bolsonaro.  Ele disse que errou sobre as ofensas aos jornalistas, mas não pediu perdão. “Sim, eu erro, não deveria ter falado. No futebol, de vez em quando, manda o colega ir para a ponta da praia. É a minha maneira de ser, não dá para mudar isso aí. Pau que nasce torto. É o linguajar que eu tenho. Não vejo como ofensivo.", disse.

    Bolsonaro disse que o limite a partir do qual o contribuinte deve declarar no Imposto de Renda Pessoa Física (IR) será elevado. A decisão, segundo ele, está na reta final. O teto passaria dos atuais R$ 2.349,98 para R$ 3 mil. Com isso, que ganha até esse valor por mês, em média, estaria dispensado de declarar ao Fisco.

    "Está na reta final para ver se a gente passa o limite do Imposto de Renda para R$ 3 mil. O Tostes [José Tostes, secretário Especial da Receita Federal], na Receita, que faz as projeções. Quem paga imposto de renda nessa faixa, quando chega em março e abril do ano que vem, ele tem nota fiscal, ele recupera tudo de volta. Se a gente pode evitar essa mão de obra enorme para a Receita, para o cara que às vezes tem que procurar um vizinho, um filho, tem dor de cabeça para fazer essa declaração do imposto de renda, passa o limite para R$ 3 mil. Para mim, o ideal seria R$ 5 mil, mas aí o impacto é muito grande. Mas se tá em R$ 2 mil e passa para R$ 3 mil, já começa a sinalizar, realmente, uma desburocratização", disse o presidente.

    Bolsonaro avalia que já na próxima declaração do IR, 2020, isso já será possível.  "Tem que ser agora esse ano, para [valer] o ano que vem", disse.

    Bolsonaro elogiou o trabalho de alguns dos seus principais ministros, como Paulo Guedes, da Economia; Tarcísio Freitas, da Infraestrutura; Tereza Cristina, da Agricultura; Marcelo Álvaro Antonio, do Turismo; Sergio Moro, da Justiça e Segurança Pública, e Gustavo Canuto, do Desenvolvimento Regional.

    Questionado sobre o melhor  do seu governo até aqui, citou o não aparecimento de casos de corrupção na gestão federal.

    "A felicidade é não ter aparecido nada sobre corrupção. Pode acontecer, a gente não sabe, mas não apareceu nada. Tem uma certa vigilância nossa, quase que uma obsessão", disse

    Bolsnaro falu da pressão sobre pedido de cargos.   "Não é porque o político indicou que é mau caráter, tem cara bom indicado por político".  No entanto , ele defendeu seu direito de escolha livre.  "Muito bom foi eu ter a liberdade e segurar as pressões para indicar quem está do meu lado".

    Sobre 2020, Bolsonaro disse que o foco são avanços na economia e o estímulo ao empreendedorismo.

    "O carro chefe é a economia. O que mais queremos é facilitar a vida de quem quer empreender. Tem que lançar o plano Minha Primeira Empresa para tirar isso do discurso da oposição. Você quer criar uma empresa, vai criar. O salário está baixo, você paga R$ 5 mil, R$ 10 mil, R$ 30 mil para quem for trabalhar na tua empresa, esta que é a ideia".

    VEJA OS PRINCIPAIS PONTOS:

    FILHOS

    "O Eduardo está na Câmara e o outro está no Senado. Eles me dão em tempo real a temperatura lá. 'Pai, vai ter dificuldade em aprovar esse negócio aqui'. São pessoas que me ajudam nesse sentido. Não tem influência ou indicação. Tanto é que já falei para ministros. Se tiver qualquer indicação de cargo de filho meu, corta. Não tem conversa. Não quero problemas."

    WITZEL

    "Ele não era aliado meu, era aliado do Flávio. Você não vê nenhuma foto minha durante a campanha, até porque nem fiz campanha no Rio de Janeiro. Eu o conheci pela televisão e pela internet. O cara ficou ali o tempo todo com o Flávio. Só não vi dando beijo no Flávio de língua, bitoquinha eu já vi. Acabou as eleições, sobe à cabeça dele e quer ser presidente da República. E começa esse inferno na minha vida."

    OFENSA

    "É claro que a gente reflete, eu me controlo quando passo para conversar com vocês [jornalistas]. Eu sei que vocês provocam para ter manchete, a gente sabe disso aí. Sim, eu erro, não deveria ter falado. No futebol, de vez em quando, manda o colega ir para a ponta da praia. É a minha maneira de ser, não dá para mudar isso aí. Pau que nasce torto. É o linguajar que eu tenho. Não vejo como ofensivo."

    SÃO PAULO

    "Já conversei com o Datena. Sei que no passado ele tentou e, na última hora, desistiu, não interessam os motivos. Tenho conversado com ele e ele tem o interesse de disputar a Prefeitura [de São Paulo] agora. Pedi a ele para conversar um pouco mais demoradamente sobre como é a política de verdade."

     

    CÂNCER

    "Foi feita uma biópsia e não deu nada. Se fosse um câncer, qual o problema? Falaria. Se tem de cortar a orelha, tira, pô. Não estou preocupado com isso. Sempre fui relaxado com a minha saúde. Como qualquer coisa, não respeito horário, tenho insônia, sou recordista em apneia."

    2020

    "O carro chefe é a economia. O que mais nós queremos é facilitar a vida de quem quer empreender. Tem que lançar o plano 'Minha Primeira Empresa' para tirar isso do discurso da oposição. Você quer criar uma empresa, vai criar. O salário está baixo, você paga R$ 5.000, R$ 10 mil, R$ 30 mil para quem for trabalhar na tua empresa, esta que é a ideia."

    TRIBUTÁRIA

    "Eu vou na linha do Posto Ipiranga. Ele falou que vai apresentar sugestões em forma de emendas. É um interesse da sociedade a reforma tributária como era a Previdência. Não vejo tanta dificuldade. O que tenho falado com o Paulo Guedes é usar mais a palavra simplificação. Não tem como fazer milagre, está em torno de 36% da nossa carga tributária. Não tem como baixar isso aí e não vamos aumentar também. Prefiro deixar isso na mão do Paulo Guedes para ele achar o que é melhor, decidir o que é melhor."

    PAULO GUEDES

    "Não quero falar algo que possa constranger o Paulo Guedes amanhã por desconhecimento da minha parte. Não tenho como saber de tudo o que acontece no governo. Eu que tenho que me alinhar a ele, não ele a mim. Ele que é meu patrão nesta questão, não eu o patrão dele."

    LEGISLATIVO

    "Toda honra e toda glória a Rodrigo Maia. Não faço questão de ser pai da criança [reforma da Previdência]. Um beijo para o Rodrigo Maia e para o Davi Alcolumbre. Viram como eu não sou gordofóbico? Eu estou muito bem com o Maia. Outro fofuxo com quem estou me dando bem".

    LULA

    "Não dei oportunidade, com qualquer ação minha de contestar muita coisa que ele falou por aí, de ele crescer. Não houve reverberação. Acho que, da minha parte, fiz a coisa certa, deixei ele falar. Não tem mais chance para o PT nas próximas eleições com o quadro pintado, tudo o que aconteceu no Brasil: estatais, fundos de pensão, BNDES. Não tem mais espaço para ele."

    WEINTRAUB

    "Melhorou demais [o Ministério da Educação sob Weitraub]. Falta dar uma calibrada. Ainda está dando uma de Jair Bolsonaro quando deputado em alguns momentos. Já falei para ele dar uma segurada aí. Faz o que tem que fazer, não faz o que eu fiz no passado. [Estou falando da] maneira de ele falar, de dançar na chuva com o guarda-chuva."

    MARCELO ÁLVARO ANTÔNIO E MORO

    "Com todos os problemas, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, está indo muito bem. Os problemas dele são do ano passado. Enquanto não houver condenação, [está superado]. Eu sou réu, pô. E o ministro Sergio Moro, da Justiça, não é que ele vai ficando político, mas vai entendendo o que é o Parlamento. Ele tem a linha dele e está dando certo."

    TROCAS MINISTERIAIS

    "Qualquer ministro aqui eu não tenho o que reclamar. O que acontece? Para mudar, tem de ter um motivo. Não sou aquela pessoa que, se pintar um problema, dou cartão vermelho. Eu chamo o ministro várias vezes para conversar. O cara fala o motivo e vamos resolver.

    DITADURA MILITAR

    "Por que apagar a história? A história está lá para você consultar e ver o que está errado e não errar na frente. O meu foco é aqui para a frente. Na Câmara, eu só entrava nessas polêmicas quando começavam a falar besteira. Eles não tinham nada para falar de bom do período militar? Nada? Zero? Só coisa errada? O certo eram eles, que pegaram em armas e sequestraram gente? Houve tortura? Ninguém disse que nunca houve. É uma história que está aí e eu não pretendo rememorar. Teve coisa errada."

    JUIZ DE GARANTIA

    "Na segunda-feira [23], vou discutir novamente [a questão dos vetos do pacote anticrime]. Tem uma questão que está dando choque, que é do juiz de garantia. A ideia do Moro é vetar, mas tem outras pessoas que eu considero tanto quanto o Moro que são contrárias. Peguei uma multa de R$ 10 mil. Quem me multou foi um servidor filiado ao PT. Eu recorri, sabe quem julgou meu recurso?  Foi ele mesmo. Preciso falar alguma coisa? Aí, é juiz de garantia.

    CASO MARIELLE

    "Uma certeza: não está sendo bem conduzido no Rio de Janeiro [o caso Marielle Franco], com certeza. Existe uma passagem minha com a Marielle? Eu fiquei sabendo dela quando se elegeu e depois nunca mais. Eu acho que quase todos os condomínios da Barra [da Tijuca] têm problemas. Ou o porteiro assinou sem ler, ou foi convencido ou o pressionaram. Não é fácil esclarecer o caso Marielle, parece que foi feito por profissionais."

    CANDIDATURA AVULSA

    "Se eu pudesse interferir, eu ia votar favorável. Sou favorável. Você pode ver a dificuldade para eu conseguir um partido. E, na última hora, o que este partido [PSL] vislumbrou? Alguma vantagem para si. Seria excepcional [se eu puder ser candidato avulso]."

    ( da redação com informações de assessoria. Edição: Genésio Araújo Jr)


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