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Movimentos populares ocupam prédio mais caro do Brasil na Faria Lima; movimentos sociais divulgam carta defendendo maior justiça tributária no país, com maior taxação dos super-ricos
04/07/2025 06h40
Foto: Perfil do X do Povo sem Medo

( Publicada originalmemente às 13 h 55 do dia 03/07/2025) 

( reeditado) 

(Brasília-DF, 04/07/2025). Nesta quinta-feira, 03, a Frente Povo Sem Medo e o MTST( Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) numa ação ocuparam o saguão do prédio mais cara da chamada Avenida Faria Lima, a região de São Paulo conhecida nacionalmente como o polo do sistema financeiro nacional.

“OS SUPER RICOS NÃO PAGAM IMPOSTO E O POVO SEGUE PAGANDO A CONTA! Por isso hoje, a Frente  Povo Sem Medo, junto com o

@mtst fazem uma ação AGORA exigindo:  Reforma tributária justa JÁ! Taxar os super ricos é URGENTE!”, disse texto publicado na rede social da Frente Povo Sem Medo.

O perfil disse mais, destacando que o edifício é o mais cara do Brasil.

“Ocupamos o saguão do edifício de R$ 1,5 bilhão, o mais caro do Brasil na Av. Faria Lima, exigindo justiça tributária, inclusão dos milionários no imposto de renda e do povo no orçamento.”, diz o perfil

O deputado Guilherme Boulos( PSOL-SP), um dos fundadores do MTST comemorou a ação nas redes sociais.

“ Pra cima! O  @mtst e a Frente Povo Sem Medo ocuparam hoje a sede do Itaú na Faria Lima - o prédio mais caro do Brasil, que custou R$ 1,5 bi para ser construído. A ocupação tem como pauta a taxação dos super-ricos. O recado do povo é claro: o Brasil precisa de Justiça tributária.”, disse.

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Nesta quinta-feira, 02, organizações sociais, movimentos populares, entidades estudantis e da sociedade civil lançaram uma carta defendendo, entre outros pontos, maior justiça tributária no país, com maior taxação dos super-ricos, fim dos supersalários no Judiciário e revisão das renúncias fiscais.

Assinado por mais de 70 entidades, o documento defende a isenção do imposto de renda de quem ganha até R$ 5 mil por mês com a cobrança de mais impostos de quem ganham mensalmente mais de R$50 mil. Um plebiscito popular sobre o tema também foi lançado.

Na avaliação das organizações, há uma ofensiva dos setores mais privilegiados da sociedade para obrigar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a fazer cortes no orçamento de áreas sociais e reformas que retiram recursos da área da saúde, educação e da previdência.

“Querem obstruir medidas apresentadas pelo governo para tributar especuladores do mercado financeiro, que são privilegiados pelo nosso sistema de impostos que penaliza quem vive de salários e protege quem tem renda de mais de R$ 1 milhão por mês. Além disso, bloqueiam medidas para enfrentar os supersalários de juízes e desembargadores e a aposentadoria dos militares”, diz a carta.

Assinado, entre outros, pelo Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), Movimento Negro Unificado (MNU), pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) o texto também denuncia que o Congresso Nacional age como “guardião dos privilégios”, das elites econômicas e políticas.

O documento aponta ações do parlamento para bloquear as tentativas de “construir um sistema tributário mais progressivo e de acabar com privilégios para distribuir melhor a riqueza e reduzir as desigualdades históricas que marcam o Brasil”.

Na carta, as organizações populares, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a União Brasileira de Mulheres (BM), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Central dos Movimentos Populares (CMP), pedem que o Congresso Nacional aprove medidas como tributação dos super-ricos, de transações financeiras, fundos de especulação e das empresas exportadoras, aumentando a taxação sobre altas rendas, capital e lucros.

A necessidade de revisão das renúncias fiscais dadas a diversos setores da economia é outro ponto apontado na carta. O documento afirma que as renúncias correspondem a 4,8% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Os movimentos argumentam, também, que é preciso restringir os gastos com emendas parlamentares, que estão na faixa de R$ 50 bilhões por ano. Além disso, é necessário defender recursos para a seguridade social, posicionam-se, rechaçando uma possível nova reforma da previdência e a desvinculação das aposentadorias do salário-mínimo. Outro ponto defendido é a manutenção dos pisos constitucionais da saúde e da educação.

A preservação das áreas sociais e as políticas públicas para moradia, reforma agrária, direitos das mulheres, igualdade racial e direitos humanos e a proteção dos serviços públicos e o atendimento aos cidadãos também são apontadas como importantes. As entidades rejeitam propostas de reforma administrativa que prejudiquem a população.

“É hora de pressionar o Congresso e exigir que o Orçamento Público sirva à maioria, não aos interesses de uma minoria privilegiada”, finaliza o documento.

Plebiscito

A proposta de escuta popular, batizada como “Plebiscito Popular Por um Brasil mais Justo”, vai perguntar a opinião da população sobre a isenção do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF) para quem ganha até R$ 5 mil, a taxação de quem ganha mais de R$ 50 mil por mês, e sobre o fim da escala 6×1. O plebiscito para ouvir a população vai até sete de setembro.

Uma cartilha foi lançada detalhando os eixos principais da mobilização, dos temas que serão votados e orientações para a realização da votação.

( da redação com informações da Ag. Brasil. Edição: Política Real)

 

 

 

 



Link da notícia
http://politicareal.com.br/noticias/tempo-real/603658/movimentos-populares-ocupam-predio-mais-caro-do-brasil-na-faria-lima-movimentos-sociais-divulgam-carta-defendendo-maior-justica-tributaria-no-pais-com-maior-taxacao-dos-super-ricos