( Publicada originalmente às 11 h 49 do dia 01/07/2025) 

(Brasília-DF, 02/07/2025) O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, concedeu entrevista na manhã desta terça-feira, 1º, e falou sobre diversos assuntos. Um dos pontos que a Política Real destaca, após ele ter feito críticas a favores que o Congresso Nacional faz a empresários e o deputado Hugo Motta, presidente da Câmara afirmar que não é bom para o país a política do “nós contra eles”, foi o que disse Haddad.

Ele informou que tem portas abertas com Hugo Motta, fez um telefonema para ele e aguarda respostas

Veja a maior parte da entrevista degravada do ministro Fernando Haddad, à porta do Ministério da Fazenda na manhã desta terça-feira.

JORNALISTA:  Primeira delas que eu quero fazer para o senhor é sobre a questão dos benefícios fiscais que vão ser revistos, hoje tem análise de urgência. O senhor consegue adiantar para a gente que supersimples, setores da cesta básica ficam de fora dessa revisão de isenções, porque isso está na emenda constitucional 109 de 2021?

Nós vamos fazer uma proposta para o Congresso depois do recesso, com base nas conversas que foram mantidas com os líderes naquele domingo.  Como provavelmente não vai ser uma emenda constitucional, porque eles pediram para preservar os benefícios constitucionais, nós vamos elaborar uma peça preservando esses setores.

Os que tem proteção constitucional, o supersimples e a cesta básica.

JORNALISTA:   O senhor já considera a possibilidade de mudar a meta?

O ano de 2023 aconteceu a mesma coisa.  Aconteceu uma desoneração prorrogada indesejada pelo Executivo.  O Perce que falavam que custava 5 bi, custava 18.

Como os próprios contribuintes declararam. A desoneração da Folha dos Municípios que não estava na pauta.  E nós conseguimos cumprir a meta mesmo assim.

Não sei, mas nós não estamos fazendo conta. Nós não somos o governo Bolsonaro. A quem tudo foi permitido pra ganhar a eleição.

Não funciona assim conosco. Nós temos responsabilidade. O presidente Lula sabe da importância de fazer as coisas certas.

Agora, nós estaríamos preocupados se nós raciocinarmos como você insinua? Tanto faz, aprovar ou não aprovar. Estraga as contas e acabou o assunto. Mas não é isso que a gente quer.

Não é isso que ninguém quer. E o país não precisa mais disso. O país passou por isso.

E não sai de crise. E nós queremos indicar um outro caminho. O presidente Lula é o presidente da responsabilidade fiscal.

Não tem outro campeão de responsabilidade fiscal.

JORNALISTA:  Desculpa, só confirmando. Os senhores não pensam mudar a meta fiscal por enquanto de 2026?

Mais do que falar do futuro, eu estou falando do que eu já fiz. Como ministro da Fazenda em 2024.  As nossas medidas não foram aprovadas. E ainda assim, nós buscamos o melhor resultado possível para o país.

É isso. O presidente Lula anunciou no Palácio Planalto, acho que semanas atrás ou um mês no máximo, um programa para beneficiar motociclistas, pessoas que trabalham com moto. Teria uma linha de crédito diferenciada.

JORNALISTA:  Isso foi anunciado, mas não foi detalhado. Isso vai sair esse ano, esses meses ainda?

Está em estudo. Porque não envolve gasto primário, envolve financiamento.

O presidente está sentado com os bancos públicos, com os bancos privados para verificar se é um desejo da categoria. Está tudo sendo analisado. Obrigada, gente.

JORNALISTA:  Só com suas expectativas agora, daqui para frente, com a ação da AGU com relação ao IOF, pode haver um entendimento entre executivo e legislativo nessa fase?

Nós estamos num momento, a economia brasileira está gerando emprego, com desemprego na mínima histórica, revisão do PIB para cima, de bancos, BC inclusive, geração neném a menor taxa da história, distribuição de renda melhorando, aumento da renda superior à inflação de alimentos. Por que nós vamos estragar isso? Qual é o sentido? O que já aconteceu com o IOF em relação aos incentivos fiscais, se vai e volta, não ter uma abolição? Não sei, não é para mim que você tem que perguntar.

JORNALISTA:  Como é que está o seu diálogo com o presidente Hugo Motta depois do IOF? Porque muitas pessoas falam, próximas ao Hugo Motta pessoas dentro do governo, que a relação ficou estremecida.

Depois houve gente dizendo que em relação à articulação política, a ministra Glazer, não é bem assim, já conversaram. Mas e com o senhor, como é que está a relação?

Estou aguardando o retorno de uma ligação que eu fiz para ele.

JORNALISTA:   Quando?

Semana passada. Fiz uma ligação, estou aguardando o retorno.  Tem que ficar à vontade também, não vou... O presidente Hugo Motta frequentou o Ministério da Fazenda como poucos parlamentares. É uma pessoa que é considerada amiga do Ministério da Fazenda. Todos aqui, não é só de mim.  E sabe que tem livre trânsito comigo.  Não tem nenhuma dificuldade.  Da minha parte, nenhuma.

( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)