Versão para impressão

Clique aqui para imprimir

FMI diz que nova guerra gera mais incerteza, mas disse que "a economia global provou ser notavelmente resistente a choques e essa resistência continua"; seria o novo normal, disse
20/06/2025 06h31
Foto: site da Euro News

( Publicada às 06h 54 do dia 19/06/2025)

( Publicada originalmemte às 04 h 32) 

Com agências

(Brasília-DF, 20/06/2025) No início da manhã na Europa, ainda madrugada no Brasil, a ex-vice-presidente da Comissão Europeia e atual diretora-geral do Fundo Monetário Internacional(FMI), Kristalina Georgieva, falou à Euronews sobre o estado da economia mundial, a escalada das tensões comerciais e o início de um novo conflito com o Irã.

O conflito no Oriente Médio vai agravar ainda mais as perspectivas económicas mundiais, já afetadas pelas disputas comerciais em curso, disse Georgieva.

"Ser atingido por uma guerra comercial tem consequências. Projetámos um declínio no crescimento global de meio ponto percentual", disse Kristalina Georgieva.

"O que vemos agora é mais turbulência no Oriente Médio, o que aumenta a incerteza e, portanto, é mau para os negócios", explicou.

Desde o regresso de Donald Trump ao poder como líder da maior economia do mundo, o comércio internacional tem sido perturbado por uma onda de tarifas impostas pela administração norte-americana aos seus parceiros globais.

O México e o Canadá foram os alvos iniciais, seguidos de um prolongado impasse entre os EUA e a China, que viu as tarifas recíprocas entre os dois países subirem para mais de 100%.

Em 2 de abril - um dia que apelidou de "Dia da Libertação" - Trump impôs direitos aduaneiros a um vasto leque de países, incluindo a UE. Em seguida, declarou uma trégua de 90 dias, que expira a 9 de julho.

Estão em curso negociações com a UE, que atualmente enfrenta tarifas de 50% sobre o aço e o alumínio, 25% sobre os automóveis e 10% sobre todas as suas exportações para os EUA.

No entanto, a diretora do FMI, responsável pela estabilidade financeira em todo o mundo, e por facilitar o comércio global, admitiu que "a economia global provou ser notavelmente resistente a choques e essa resistência continua".

Na sua opinião, a incerteza económica está se tornando o novo normal. "Vivemos num mundo mais propenso a choques, um mundo de maior incerteza", disse Georgieva, acrescentando que neste cenário, "os países precisam trabalhar arduamente para serem mais resistentes" e que devem fazer "reformas a nível interno que tornem as economias mais fortes".

Georgieva também se mostrou otimista com as perspectivas económicas, apesar dos números desanimadores do crescimento.

Considerou que o recente acordo comercial entre a China e os EUA e o acordo que Trump negociou com o Reino Unido são bons sinais. "Estamos num lugar melhor", referiu.

Num contexto de incerteza, também vê oportunidades a aproveitar - uma perspectiva partilhada pela Comissão Europeia, que está seguindo uma estratégia de diversificação dos seus parceiros comerciais através do aumento do número de acordos comerciais a nível mundial.

"Na Europa, assistimos a um aumento dos acordos bilaterais e multilaterais, que espero que sejam uma grande caraterística do futuro do comércio global", disse à Euronews.

Acrescentou também que é um grande momento para a Europa, "defender as trocas comerciais globais baseadas em regras."

( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)

 



Link da notícia
http://politicareal.com.br/noticias/tempo-real/603495/fmi-diz-que-nova-guerra-gera-mais-incerteza-mas-disse-que-a-economia-global-provou-ser-notavelmente-resistente-a-choques-e-essa-resistencia-continua-seria-o-novo-normal-disse