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( Publicada oriiginalmente às 07h 45 do dia 18/05/2025)
Com Vatican News
(Brasília-DF, 19/05/2025). Mais de 150 delegações, provenientes de todo o mundo, participarão neste domingo, 18 de maio, da missa de início do ministério petrino do bispo de Roma, Leão XIV.
Com a celebração tem início, oficialmente, o pontificado de Robert Francis Prevost. O rito ressalta o vínculo com o Apóstolo Pedro e seu martírio, que fecundou a Igreja nascente de Roma, e o valor específico das insígnias episcopais "petrinas", que são impostas ao Papa: o Pálio e o Anel do Pescador.
A liturgia começa dentro da Basílica Vaticana. O novo Pontífice Romano desce ao Sepulcro de São Pedro, junto com os Patriarcas das Igrejas Orientais: ali permanece em oração e, depois, o incensa. Este gesto recorda o estreito vínculo do Bispo de Roma com o Apóstolo Pedro e seu martírio, no mesmo lugar onde o primeiro Vigário de Cristo professou a sua fé, com seu próprio sangue, junto com muitos outros cristãos, que, com ele, deram o mesmo testemunho. A seguir, dois diáconos pegam o Pálio, o Anel do Pescador e o Livro dos Evangelhos e se dirigem, em procissão, para o Altar da celebração, no átrio da Praça São Pedro.
Leão XIV sobe e se junta à procissão, enquanto o coro canta as Laudes Regiæ - canto das ladainhas - com a invocação da intercessão dos santos Pontífices, mártires e santos e santas da Igreja Romana. Sobre o portão central da Basílica Vaticana está pendurada a tapeçaria da pesca milagrosa, que representa o diálogo entre Jesus e Pedro, mencionado, explicitamente, na Liturgia da Palavra e nos textos da celebração. Trata-se de uma reprodução, de fabricação flamenga, realizada para a Capela Sistina, com base em um desenho de Rafael Sanzio, conservado no Museu do Vaticano. Ao lado do altar está colocada a efígie de Nossa Senhora do Bom Conselho, do Santuário mariano de Genazzano. Assim, prossegue o rito com a bênção e aspersão de água benta, como um Domingo de Páscoa. Por fim, o coro entoa o canto do Glória, seguido da oração da Coleta, com referência ao plano do Pai de edificar sua Igreja sobre Pedro.
A Primeira Leitura, em espanhol, refere-se a uma passagem dos Atos dos Apóstolos (At 4,8-12), em que Pedro anuncia que “Cristo é a pedra descartada pelos construtores"; a seguir, o Salmo Responsorial (Sl 117 [118]), em italiano, retoma o tema da “pedra” – “A pedra descartada pelos construtores tornou-se a pedra angular”; enquanto, a Segunda Leitura, em inglês, extraída da Primeira Carta de Pedro (1 Pd 5, 1-5.10-11), trata do vínculo entre Pedro, a Igreja de Roma e o ministério do seu Sucessor. Por fim, o Evangelho de São João, proclamado em latim e grego (Jo 21,15-19), recorda o tríplice pedido de Jesus a Pedro de apascentar "seus cordeiros" e "suas ovelhas". Este é um dos textos que, segundo a tradição, estabelece a tarefa especial e pessoal conferida a Pedro, no grupo dos Doze apóstolos.
Imposição das insígnias Episcopais Petrinas
Após a proclamação do Evangelho, três cardeais das três ordens (diáconos, presbíteros e bispos) e de diferentes continentes aproximam-se de Leão XIV: o primeiro, impõe-lhe o Pálio; o segundo, pede, com uma oração especial, a presença e a assistência do Senhor ao Papa; o terceiro, também pronuncia uma oração, invocando Cristo, - "pastor e bispo das nossas almas", que edificou a Igreja sobre a rocha de Pedro e pelo próprio Pedro foi reconhecido como "Filho do Deus vivo", - para que seja Ele próprio a entregar o Anel de sinete do Pescador ao novo Pontífice; depois, o Anel do Pescador lhe é entregue. O rito conclui-se com a oração ao Espírito Santo, para que enriqueça o novo Pontífice com a força e a mansidão, a fim de manter os discípulos de Cristo na unidade da comunhão. Enfim, o Papa abençoa a assembleia com o Livro dos Evangelhos, enquanto o coro aclama, em grego: “Ad multos annos!”
O rito da obediência
Após o rito simbólico de “obediência”, prestado ao Papa por doze representantes de todas as categorias do Povo de Deus, provenientes de várias partes do mundo, a celebração prossegue com a homilia do Pontífice e o canto do “Credo”, seguido da Oração dos Fiéis com cinco invocações: em português, francês, árabe, polonês e chinês. Reza-se ao Senhor pela Igreja, espalhada por toda a terra; pelo Pontífice Romano, que inicia seu ministério; pelos que têm responsabilidades de governo; pelos que se encontram em sofrimento e dificuldades e pela própria assembleia.
Liturgia Eucarística
O coro entoa o canto do ofertório “Tu es pastor ovium”, reza-se a oração sobre as ofertas do pão e do vinho, pedindo a Deus para que, através do ministério missionário da Igreja, os frutos da redenção possam se estender ao mundo inteiro. Leão XIV pronuncia a “Oração Eucarística I” ou “Cânon Romano” e, em seguida, realiza-se o rito da comunhão, no final do qual o Pontífice pede a Deus, que confirme a Igreja na unidade e na caridade e que ele também seja salvo e protegido, junto com o rebanho a ele confiado.
Ritos de conclusão
Ao término da celebração, o Papa faz uma breve saudação e, depois de cantar o “Regina Coeli”, concede a Bênção solene, que retoma a imagem bíblica da videira e da vinha, aplicada à Igreja, para que o Senhor “assista” e “proteja” a videira e a vinha, que plantou, e que seu rosto redentor “resplandeça” sobre todos.
O que é o que é:
O Pálio
O Pálio é um paramento litúrgico, tecido com lã de cordeiros, que recorda o Bom Pastor, com a ovelha perdida em seus ombros, e a tripla resposta de Pedro ao pedido de Jesus ressuscitado para apascentar suas ovelhas e cordeiros. Como Simeão de Tessalônica escreve em De sacris ordinatibus, “indica o Salvador que nos encontra, como a ovelha perdida, que carrega sobre seus ombros, assume a nossa natureza humana: com a Encarnação, nos diviniza; com a sua morte na Cruz, nos oferece ao Pai, e com a ressurreição nos exalta”. Trata-se de uma faixa estreita, colocada nos ombros, sobre a casula, paramento litúrgico; tem duas abas pretas, penduradas na frente e atrás, decorada com seis cruzes pretas de seda - uma em cada extremidade, que desce sobre o peito e as costas, e quatro sobre o anel, que pousa sobre os ombros -; - a estola é decorada, na frente e atrás, com três alfinetes (acículas), representando os três pregos da Cruz de Cristo.
O Anel do Pescador
O Anel do Pescador tem o valor específico de um anel de sinete, que autentica radicalmente a fé, tarefa confiada a Pedro para confirmar seus irmãos. Chama-se “Anel do Pescador” porque Pedro era o Apóstolo que, ao confiar nas palavras de Jesus, arrastou as redes da pesca milagrosa para a terra firme.
( da redação com textos de Vatican News. Edição: Política Real)